THEODORE

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Assim que Luz adormeceu em meus braços eu desfiz os nós de minha gravata e de seus lenços. Peguei algumas toalhas de rosto em seu banheiro e uma bacia com água e a limpei com delicadeza, sua expressão suave durante o sono era encantadora, eu suspirei enquanto colocava o moletom que eu tinha tirado dela antes e ela ficou inerte durante todo o procedimento. Ela estava tão exausta que se quer se moveu em nenhum momento e eu me limitei a salivar enquanto cobria cada uma de suas curvas perfeitamente deliciosas.

É papel de todo Dom cuidar de sua sub, e mesmo sem ter assinado o contrato eu a tratei como tal essa noite, portanto cuidei dela da mesma forma que faria com qualquer uma. Entretanto, o que com as outras eu fazia por obrigação, com ela eu senti um prazer diferente por fazer isso, uma paz de espirito. Senti coisas que nunca senti enquanto cuidava das outras, e isso estava me deixando impaciente.

Assim que terminei de vesti-la, deitei-a em seus travesseiros e a cobri com seus lençóis azuis. Ela parecia um anjo deitada com seus longos cabelos espalhados em seu travesseiro, suas pálpebras delicadamente fechadas e a curva de seus deliciosos lábios estavam entreabertos. Luz Flores é um verdadeiro furacão enquanto acordada, mas quando dormia se assemelhava bastante a uma brisa de verão, leve e suave. Eu senti vontade de lhe acordar e pela primeira vez em minha vida, senti que queria alguém de uma maneira diferente, talvez uma transa mais suave...

Sentei na poltrona que ficava de frente para sua cama e fiquei admirando a sua figura delicada sobre os lençóis enquanto eu me pegava pensando em tudo o que conversamos mais cedo, referente às contradições de nossas opções sexuais. O quão doido somos, e o quão depravados nos tornamos.

Luz não esconde sua sexualidade, ela é uma mulher sensual por natureza, e isso fica claro em cada um de seus movimentos, em suas ações, em toda ela. Mas nem por isso eu poderia imaginar em minha mente limitada a possibilidade dela ser adepta da prática de swing. Não que eu seja machista, mas se tem uma coisa que eu nunca cogitei desde que eu iniciei minha vida sexual, ou mesmo quando iniciei a prática de BDSM, era dividir uma mulher com outro homem, principalmente outros no plural, isso é inadmissível para mim!

Eu já assisti algumas demonstrações de swing no mundo BDSM, em alguns clubes especializados, mas nada disso foi capaz de me atrair a atenção, nem mesmo no que diz respeito a ter duas mulheres sob meus domínios. Não gosto de dividir, nem de ser dividido, gosto que seja individual, de ter toda a atenção da mulher que estiver comigo, assim como gosto de dispensar atenção a apenas uma mulher por vez, cada uma tem que ser única! Nem se quer fazer demonstrações publicas me agradam; tudo que jogo é na privacidade do meu apartamento.

Maldição!

Eu queria Luz Flores em meu quarto de jogos, mas queria apenas eu e ela lá, nada de uma terceira, quarta, quinta pessoa, ou quantas mais forem. Argh! Eu a queria só para mim!

Não vi que horas dormir, mas quando dei por mim estava acordando todo dolorido por ter passado a noite em uma poltrona desconfortável. Espreguicei-me e senti meus músculos protestarem, minha cabeça estava pesada, e parece que eu tinha me arrumado um torcicolo.

Olhei meu pulso e meu relógio marcava seis da manhã, é a hora que normalmente acordo pra ir trabalhar todos os dias da semana. Levantei-me sem saber o que fazer com tudo aquilo que tinha acontecido com nós dois no dia de ontem, eu tinha vindo à Nova York para cuidar de um problema com um de meus shoppings Center, mas eu tinha ficado totalmente envolvido pela beleza e pela sensualidade de Luz Flores tanto que acabei por me esquecer completamente de meus problemas iniciais.

Saquei meu celular e disquei o número de O'Donell, que eficiente como é atendeu no primeiro toque:

- Senhor...

Nada SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora