LUZ

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Não dormi muito bem naquela noite. Eu tinha ido para Seattle com o proposito de transar com Theodore até cairmos exaustos, cada um para um lado, mas obviamente não foi o que aconteceu. Eu dormi sozinha naquele apartamento estranho, não consegui jantar direito, e tão pouco me senti confortável com aquele quarto praticamente vazio.

Acordei a manhã seguinte sentindo um cheirinho de café no ar. Levantei-me da cama e fui até o banheiro, escovei meus dentes, lavei meu rosto e prendi meus cabelos em um coque antes de sair do quarto. Caminhei vacilante até a copa, que era de onde o cheirinho vinha, uma bela mesa de café da manhã estava posta para duas pessoas, isso significava que Theodore iria vir tomar café da manhã comigo, e mesmo sem querer eu senti meu coração dar um solavanco de felicidade.

Ouvi passos atrás de mim e quando me virei ele estava parado atrás de mim. Theodore estava irresistível em seu terno verde musgo que usava hoje, seus cabelos estavam mais curtos do que quando ele estava em Munique estava devidamente penteados e alinhados para trás, sua barba por fazer era outro detalhe que eu deixei passar ontem.

- Bom dia! – falei tentando manter o tom impessoal que passei a adotar com ele depois que ele anunciou que eu estava ficando sozinha aqui.

- Bom dia! – cumprimentou-me de volta, seus olhos estavam vidrados em meu corpo envolto por um baby doll de fúcsia minúsculo, o short só cobria minha bunda, e a blusinha de alcinha que mal chegava ao umbigo, boa parte de minhas tatuagens estavam descobertas.

Senti uma pontada de excitação varrer cada um de meus músculos. Ele se demorou em meus seios, os mamilos com os piercings proeminentes sob o tecido e pela primeira vez em muito tempo eu senti minhas bochechas corarem.

- O... O contrato! – ele parecia um pouco desnorteado. – Já está editado com suas exigências, pronto para ser assinado!

- Me dê! – estendi minha mão para ele.

- Aqui! – ele me estendeu a papelada e eu conferi tudo o que tinha sido alterado, e tudo estava como eu pedi.

- Você tem uma caneta ai? – perguntei caminhando até a mesa e me sentando em uma das cadeiras.

- Sim! – entregou-me e eu assinei sem medo de ser feliz.

Ouvi o barulho de uma cadeira se arrastando enquanto eu assinava, quando terminei e olhei para a minha frente ele estava sentado lá com a mão estendida. Devolvi as duas vias do contrato para ele, que assinou a ambas e me entregou a minha via.

- Quando começa a parte da diversão? – perguntei como quem não quer nada e comecei a me servir do café da manhã que estava exposto sobre a mesa.

- Você é muito apressadinha – sorriu pra mim e também passou a se servir de tudo um pouco. – Eu preciso trabalhar senhorita Flores, mas à noite a senhorita não me escapa! – ele deu uma piscadela e um sorriso mínimo de lado, eu fiquei sem saber se ele estava brincando comigo de uma forma cordial, ou "se você me desafiar vai pagar tudo à noite", então permaneci calada.

Tomamos café da manhã de uma forma harmoniosa, apesar dele ter tentado puxar assunto, eu ainda me encontrava magoada de alguma forma pela rejeição da noite anterior, então não dei muita bola pra ele.

Lidar com Theodore Grey era um tanto desgastante, o tipo de relacionamento que eu nunca cogitei ter, mesmo que tudo fosse baseado apenas no sexo. Ele é enervante, eu me sinto pisando em ovos sempre que tenho que lidar com sua presença, no entanto, quando estamos juntos envolvidos em uma áurea sexual ele é tão intenso, e eu me sinto segura com ele, como nunca me senti com homem nenhum!

Fiquei encarando o seu rosto bonito por trás da minha xícara de café, sem que ele percebesse quais pensamentos estavam se passando pela minha cabeça neste momento, e muito menos que eu estava admirando a sua beleza em silêncio. Os traços marcantes de seu rosto, os olhos azuis, a personalidade forte, os lábios bonitos que ficavam irresistíveis quando ele sorria, eu sempre estava a ponto de lhe roubar um beijo sempre que ele sorria, mas eu me segurava legal quando essa vontade vinha, eu não iria ser uma dessas mulheres que se comportavam como uma cadelinha no cio sempre que viam um homem bonito.

Nada SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora