LUZ

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À noite em que eu consegui dormir direito foi à noite em que cheguei à New York, na noite seguinte eu até tentei sair e fazer as mesmas coisas que eu costumava fazer antes, mas não consegui e depois disso nunca mais consegui pregar o olho sem ter o mesmo sonho. Sonhava com Theodore Grey todas as noites depois dela, era sempre o mesmo sonho! As mesmas circunstâncias!

No meu sonho Theodore fazia de mim o que bem queria, pegava, apertava, dava palmadas, beijava, mordia, e depois metia em mim deliciosamente... Entretanto, todas as vezes que eu estava perto de gozar eu acordava do sonho! Frustrada e sedenta pela promessa de prazer que nunca vinha, eu acabava sempre me masturbando, tentando resolver a situação, mas depois que meu falso gozo me tomava de assalto eu acabava por sentir-me ainda mais frustrada que antes e depois não conseguia mais dormir.

A princípio, eu entendi que isso se devia ao fato de ter contado tudo nos mínimos detalhes a Leah, mas depois continuou. No segundo dia achei estranho; no terceiro dia eu quis quebrar alguns vasos na parede; no quarto dia eu tomei alguns calmantes, que não fizeram o efeito desejado; no quinto dia eu malhei o dobro na academia, esperando estar bem cansada, de maneira que eu não acordasse de madrugada; no sexto dia eu fui pra uma boate esperando esgotar todas as minhas forças e frustrações em algum corpo definido e malhado, que me proporcionaria algumas horas de prazer real; mas novamente essa medida falhou!

Eu não me interessei por ninguém, o que foi estranho até mesmo pra Leah, que já estava a par do meu drama particular; e então voltei pra casa cansada, bêbada, com os sapatos na mão, carregada por ela, sem um pau pra resolver meu problema e novamente eu estava sozinha!

Hoje resolvi tentar dobrar minha serie de exercícios na academia. Fui pela manhã, almocei com Leah, que voltou a trabalhar hoje, e depois dei umas braçadas pela piscina que eu tinha no telhado da cobertura. Já mencionei o fato de eu ter uma estufa e uma piscina no telhado? Não? Pois é maravilhoso!

Por volta das cinco da tarde resolvi correr no Central Park. Corri por quase uma hora para só então voltar para casa, estava em frente ao meu prédio quando parei e fiquei olhando pra calçada, controlando minha respiração. Eu realmente tinha que dar um jeito de acabar com toda a energia do meu corpo... Eis que então eu levanto minha cabeça, o mundo gira e eu não acredito no que estou vendo!

Vestido lindamente em um terno cor de carvão, com uma camisa branca por baixo e sem gravata, estava Theodore Grey parado em frente ao meu prédio. Encarei-o boquiaberta a sua figura de macho alfa dominante e ofeguei diante de sua presença poderosa.

- Flores... – sua voz sai rouca e sensual.

- Grey? – perguntei sem acreditar. – É você mesmo?

- Sim! – ele respondeu e ficou me encarando durante alguns minutos. – Vamos continuar conversando cada um de um lado da rua mesmo?

Mesmo estando meio atordoada pela sua presença na porta de minha casa eu olhei pra um lado e outro antes de atravessar a rua pela faixa de pedestres, e então caminhei vacilante em sua direção. Cheguei perto dele e encarei seus olhos cinza ainda mais de perto, sem acreditar nessa realidade?

- O que faz aqui? – perguntei atônita.

- Preciso falar com você... Mas esse não é o melhor lugar... – disse olhando pras pessoas que passavam perto de nós pela calçada. – Não me convida pra subir? – perguntou arqueando uma sobrancelha perfeitamente desenhada por Deus de uma forma totalmente fria.

- Oh sim... – gemo ainda ofegante pela corrida. – Venha... – indiquei a entrada do prédio e então entramos no elevador.

Fizemos nosso caminho pra cima sem trocarmos uma palavra, apenas ficamos nos observando enquanto o elevador subia um andar após o outro. Uma corrente elétrica de excitação começou a correr pelo meu corpo, e o tesão que eu sentia por esse homem parecia ter só aumentado depois daquela noite em que me deixei a mercê de suas vontades.

Nada SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora