TRINTA E SETE - THEODORE

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Olhava para o meu doce anjo dormindo de bruços deitava em minha cama, seus longos cabelos negros estavam emaranhados sobre o seu travesseiro e ela estava abraçada ao meu usando apenas o lençol para lhe cobrir. Eu passei um bom tempo admirando a sua beleza, eu gostava de fazer isso com frequência, de ficar olhando para ela dormindo assim, serenamente.

Vesti minha calça novamente e coloquei uma camiseta, tinha ficado bem colada, levando-se em conta que não usava essa peça de roupa há alguns anos. Sabia que assim que ela acordasse iria ficar paranoica em ver meus pais, apesar de seu jeito de menina livre, eu percebi que quando ela estava em meio aos meus pais, Luz se tornava bastante tímida, então deixaria tudo conversado antes dela se quer acordasse.

Sai do meu quarto em busca dos meus pais. Aparentemente eles ainda estavam nos jardins, cuidando da organização final das coisas utilizadas na festa, principalmente de olho em tudo o que estava sendo limpo. Mamãe estava com um ar de cansada, e meu pai apenas observava ela cuidar de tudo, como o homem apaixonado que ele é. Fiquei observando a interação entre os dois, pela primeira vez eu realmente olhava para o amor deles com outros olhos, olhos de alguém que compartilhava um amor tão grande e verdadeiro como o eles.

- Pai! Mãe! – os chamei e eles viraram em minha direção.

- Oh, Teddy! – mamãe deu a volta e veio até mim e me abraçou. – Humm... Você está com o cheiro do perfume da Luz! – ela sorriu me soltando.

- Mamãe! – falei sem jeito, coçando minha cabeça.

- E ai, garoto! – papai me deu um tapinha nas costas. – Resolveu sair daquele quarto finalmente? Onde está Luz?

- Luz está dormindo – respondi muito sem graça, não é como se os meus pais não soubessem que não sou mais virgem, mas nunca tinha mantido relações sexuais com ninguém embaixo de seu teto. – Preciso conversar com vocês dois antes que ela acordasse...

- Então vamos até o meu escritório – meu pai disse e nos encaminhamos até lá.

Papai entrou em seu escritório comigo e com mamãe logo atrás, ele sentou no sofá que tinha ali com Ana do seu lado e eu na poltrona que dava de frente a eles dois. Fiquei alguns segundos pensando no que eu iria dizer para os dois, então pigarreei antes de começar:

- Bom... O que dizer a vocês... – ainda estava constrangido. – Como meu pai já sabia, nós estávamos juntos a algum tempo...

- Espere aí... – mamãe disse se virando em direção ao meu pai. – Você já sabia deles Christian? – ela o olhou com uma cara de poucos amigos.

Ops! Dei bola fora!

- Eu meio que os surpreendi no apartamento de Theodore a alguns... Meses... – ele estava com aquela cara de quem aprontou.

- O quê? – mamãe estava meio indignada. – E você escondeu isso de mim?

- Foi um pedido meu, mamãe! – falei tentando apaziguar a pequena discussão dos dois.

- Porque eu não poderia saber? – ela cruzou os braços. – Achei que inspirava mais confiança em meus filhos do que isso...

- Desculpe, minha mãe, mas isso não era questão de confiar ou não – tentei explicar pra ela sem magoar os seus sentimentos. – Quando eu percebi que a amava foi como se o mundo inteiro se abrisse para mim, eu queria contar para todo mundo, estava tão feliz em tê-la encontrado – dei um sorriso verdadeiro. – Mas Luz não compartilhava do mesmo que eu, ela tinha seus medos e fantasmas pessoais, então quando meu pai nos surpreendeu juntos eu estava tentando lhe mostrar que poderíamos funcionar juntos, que daríamos certo, mas não foi isso que aconteceu...

Nada SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora