Capítulo 2| Desconhecido

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§ Lolite Ophelia §

Ω

- Minha Lilith. - ele larga meu queixo e estende a mão.

Eu olho para baixo e vejo sua mão, pensando se ele me acha estúpida.

Ele acha mesmo que vou segurar a mão de um desconhecido?! Cadê o senso comum? Não estamos em um conto de fadas!

- O quê você está esperando? Vamos - antes que ele pudesse terminar dei alguns passos para trás, entrando em casa e fechando a porta com força, em sua cara.

Engulo em seco. Eu acho que ultimamente o universo está pregando peças demais em mim. Isso tudo deve ser só uma brincadeira idiota, e esse ator já deve ter ido embora. Suspiro.


Quando me viro dou de frente com uma enorme parede e sou empurrada para trás, batendo com as costas na porta. Coloco a mão no meu nariz e resmungo pela pequena dor sentida.

- Aí! - quando abro meus olhos fico perplexa.

- O quê foi? - abre um sorriso vitorioso. - Achou mesmo que podia se livra fácil assim de mim, Lilith? - se aproxima.

Olho para trás, vendo que estou completamente sem saída, enquanto ele se aproxima. O homem encurrala meu corpo entre seus braços, que estão apoiados na porta.

- Meu nome não é Lilith! - bato de frente. - E se você não sair da minha casa agora, eu vou chamar a polícia! - engulo em seco.

Ele começa a rir, como se estivesse se divertindo com minha reação.

- Entenda uma coisa, pequena, dês do momento que você firmou aquele contrato, você aceitou larga sua antiga vida para se tornar minha nova Lilith.

Ele se abaixou até ficar na altura do meu rosto, fixando nossos olhares, me fazendo arrepiar. Seus olhos esverdeados demonstram uma enorme frieza. Estou começando a ficar com medo e se ele venho aqui para me matar?

- Lolite Ophelia já não existe. - concluiu.

Estou assustada, mas não posso deixar isso assim, não vou deixar ser levada pelos joguinhos desse desconhecido.

- Para de falar asneiras! - tento empurrar ele com as mãos, mas ele nem se mexe. - Eu sou Lolite Ophelia e sempre vou ser, não é um desconhecido que vai decidir quem sou! - grito, exaltada.

Ele se afasta e um pequeno sorriso se faz em seus lábios, como se ele esperasse essa reação.

- As vezes até mesmo um coelho perde o medo da morte. - gargalha. - Você realmente é filha daquela mulher.

Novamente isso de "aquela mulher". Ele realmente conhece minha mãe?

Quando abro a boca para fazer a pergunta, sinto seus braços envolver meu corpo e sou levantada facilmente como uma pena. Ele me coloca sobre seu ombro direito e segura minhas coxas para mim não cair, me deixando de pernas pro ar.

- O quê você tá fazendo?! - começo a me debater. - Me larga! - distribuo socos com toda minha força em suas costas, que não fizeram nem cócegas nele.

Nas mãos de EblisOnde histórias criam vida. Descubra agora