§Lolite Ophelia§
Ω
Todos chegam em um ponto da vida onde percebem que tudo tá fodido. E eu cheguei nesse ponto quando o próprio Diabo, mandão, debochado e gostoso, apareceu na minha porta e agora ele está na minha faculdade, pronto para fazer meu professor ir tirar férias lá no inferno.
Realmente ta tudo fodido!
Não sou nenhuma deusa, então como salvo essa pobre alma?
Antes que Eblis pudesse estralar os dedos e mandar o outro para os ares, eu segurei sua mão e ele me encarou. Balancei minha cabeça freneticamente, sinalizando "não".
- Você tá defendendo ele? - franziu o cenho, demonstrando irritação.
Ai caralho, me fudi... - engoli em seco e respirei fundo, tentando pensar em uma boa solução. Algo passa pela minha cabeça, era a única coisa que podia funcionar, mas com certeza vou me arrepender quando chegarmos em casa. Me aproximei mais um pouco do moreno e fiquei nas pontas dos pés, tentando alcançar sua orelha. Ele então se inclina um pouco para ajudar. Sussurro algo que apenas ele pode escutar e logo um sorriso de lado toma seus lábios. Vendo que funcionou, me afasto e suspiro aliviada.
- Ah, Lolite? - me chamou o professor e logo vejo o semblante do mais alto mudar novamente.
Você não tá me ajudando a te ajudar!
Olho para Eblis, deixando bem claro, pelo olhar, que se ele fizesse algo eu iria cancelar o que sussurrei mais cedo. Ele trinca o maxilar, tentando aguentar.
Por que esse demônio tem que surtar até quando ouve meu nome na boca dos outros, sendo que ele sequer me chama assim?
- Quem seria esse homem? - perguntou, confuso.
- Ele? Então... - começo a massagear a palma da minha mão, pensando em uma resposta. - Primo! - falo, quase gritando. - Ele é um primo distante. Estamos morando juntos por que ele acabou de chegar na cidade. - sorri.
Eblis então olha para mim e ergue a sombrancelha.
- Primo? Eu não sou - antes que ele pudesse terminar eu lhe dou uma cotovelada na barriga. Com certeza não fez dano, mas o interrompeu.
- Fica calado. - murmurei, ainda sorrindo, para o professor não achar nada estranho. - Já que ele chegou para me buscar, estamos indo. - abracei o braço do Eblis e sinalizei para irmos para o carro.
Eblis me seguiu, mas não antes de encarar até a alma do acastanhado, que foi deixado para trás. Entramos no carro e enfim pude respirar fundo, acalmada.
- Por que mentiu? - perguntou, cruzando os braços.
- Queria que eu falasse o quê? Que você era o Diabo? - rolei os olhos.
- Podia ter sido outra coisa. Por quê primo? - resmungou, parecendo indignado.
- Deveria ter te apresentado como namorado? Marido? - debochei, penteando meus cabelos com a mão.
O vejo com a mão no queixo, pensativo.
- Poderia ter sido uma dessas, seria melhor. - deu de ombros.
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Nas mãos de Eblis
RomanceNa noite que Lolite Ophelia completa 20 anos recebe uma caixa que foi mandada em nome de sua falecida mãe, quando ela abre encontra uma carta junto com um velho diário e ao ler a frase na última folha, sem perceber, acaba firmando um contrato com um...