Capítulo 14| Desejo

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§ Lolite Ophelia §

Ω

Quando percebo a porta do quarto se abrindo, me viro, o encarando, com a expressão que dizia o quanto eu queria que ele voltasse da onde veio, o inferno.

Abro a boca para começar uma discussão com ele, porém vejo um homem desconhecido entrando junto a ele e fico confusa.

- Quem é esse e cadê o doutor? - perguntei, apontando para o homem de cabelos vermelhos, que agora vinha na minha direção.

- É uma longa história, que não vou gastar saliva te explicando. - disse e suspirou, massageando sua têmpora. - Só saiba que a partir de hoje ele cuidará da sua saúde.

Grosso como sempre.

O ruivo para ao lado da cama me olhando e Lúcia se levanta da cama, arrumando sua roupa e saindo do cômodo, deixando apenas nós três. O homem se ajoelha no chão e pega minha mão, deixando um beijo indesejado.

- É um prazer te conhecer com minha verdadeira forma, minha futura rainha. - disse, com um sorriso de orelha a orelha. - Eu sou András.

Me viro e olho para Eblis, fazendo cara de nojo e com o olhar pergunto qual o problema desse homem. Ele caminha até nós e segura ele pela gola, o empurrando para trás com força, o fazendo literalmente voar e ir ao encontro com a parede do quarto. Arregalo meus olhos.

Ele pega minha mão, anteriormente beijada, e esfrega limpando, estralou a língua e deu um olhar cortante para o ruivo, que se levantava, como se aquilo não fosse nada.

Todo mundo a minha volta são monstros... Alguém me salva!

Suspiro, sentindo uma pequena pontada de dor de cabeça. Me surpreendo quando Eblis aproxima seu rosto, indo em direção ao meu pescoço, fungando a essência. Me afastei um pouco e o olhei com a sombrancelha erguida.

- Virou um cachorro agora? - disse debochando, em troca recebo um olhar de repreensão, que fez eu engolir em seco.

Talvez eu estivesse um pouco mais ousada, agora que temos um vínculo, já que ele não pode me matar, a menos que queira ser enterrado junto comigo. O que é provável dele querer.

- Você está usando essência de lavandas? - perguntou.

Concordei com a cabeça, sem entender o motivo dessa pergunta. Ele franzi o cenho, como se isso lhe desagradasse.

- Qual é dessa cara? Tá com fome? - recebi um olhar fulminante de sua parte e lhe dei outro.

- Não use. - seu tom era autoritário.

Qual era o problema eu usar essa essência? Ele também usa, por que não posso? Que tinhoso mesquinho!

- Principalmente de noite. - completou a exigência.

- Por que não? Eu gosto dessa fragrância! - digo e o vejo ficar um pouco surpreso, porém logo se recompõe e volta a ficar sério.

Escuto uma risada vindo do outro lado, e o ruivo se aproxima outra vez, agora mantendo uma certa distância de mim.

- Está rindo do que? - perguntei o encarando.

- Pelo fato de você agir como se esse cara ai fosse alguém terrível, mas mesmo assim admite em voz alta que gosta de sua essência. - voltou a rir, mas parou quando Eblis lhe deu uma olhada.

Sinto minha cara esquentar, eu deveria ter tomado cuidado com minhas palavras.

- Eu gosto do cheiro, não de quem o usa! - disse apressada.

Nas mãos de EblisOnde histórias criam vida. Descubra agora