Capítulo 13| András, a coruja

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§ Eblis §

Ω

Depois da nossa conversa, Lilith ficou muito estranha e derrepente os seus machucados curam em um piscar de olhos. Tem algo muito interessante acontecendo. Mas não é só isso, sinto que ela está me escondendo muitas coisas, como a insistência de esconder seu corpo.

Sai do cômodo junto com o doutor, deixando ela junto com Lúcia. Me encosto na parede e cruzo os braços.

- O quê você acha sobre o que acabamos de ver? - disse tirando uma carteira de cigarro do bolso. - Essa reação de cura rápida não é comum para ser do vínculo de vocês dois. - pegou um cigarro e colocou na boca, acendendo a ponta do cigarro com um estralar de dedos.

Suspiro e o olho.

- É o seu trabalho descobrir isso. Você não é o doutor? - escuto um pequeno riso vindo do homem a minha frente.

Franzi meu cenho pelas suas ações diferentes, como se ele não fosse mais aquele doutor medroso. Ele coloca os cabelos para trás e uma fumaça cinza gira em seu entorno, fazendo ele revelar sua verdadeira indentidade, agora descoberta.

Cabelos ruivo que iam até o final do seu pescoço, seus olhos eram castanhos avermelhados, e um sorriso ladino em seus lábios. Pele clara e quase da minha altura, agora ele aparentava ser mais jovem.

Respirei fundo quando vi a cruz vira em sua testa, agora sei bem que é.

- András. - o vejo sorrir. - O quê você está fazendo aqui, sua coruja ladina?

- Vejo que pelo menos lembra do meu nome, Eblis. - da de ombros.

- Responda a pergunta. - o encarei.

András o marquês do inferno, uma coruja que é mais ladina que a própria raposa. Ele sumiu a duzentos anos atrás, com a desculpa de que ia atrás de mais conhecimento, mas ele apenas queria férias dos seus deveres no inferno.

- Só escutei que algo interessante estava acontecendo em sua volta e vim ver o que era. - assopra a fumaça, fazendo pequenos circulos. - E quem diria que eu veria você com uma Lilith.

- Quando você voltou? - balancei a mão, dissipando os círculos de fumaça.

- Essa pergunta está errada. - da um trago no cigarro e solta a fumaça pelas narinas. - A pergunta certa é, quando eu me fui? - sorrio.

Essa coruja filha da puta enganou todo mundo a duzentos anos atrás?!

Me endireitei e me aproximei dele, agarrando seu pescoço, sem colocar força ou fazer pressão.

- Está me dizendo que seu sumiço a duzentos anos atrás foi uma farsa? - ele da mais uma tragada no cigarro, sem me responder. - Você mentiu para o dono do trono? - aperto um pouco seu pescoço e ele solta a fumaça pelas narinas, outra vez.

- Não me dê sermão, eu sei muito bem as regras de Helvíti. - rola os olhos.

- E mesmo assim as quebra. - uso mais força e ele deixa o cigarro cair no chão. - Você é uma coruja imunda, não um gato com sete vidas. Então comece a se explicar, András.

Continuo colocando força em meu aperto, e o via grunhir pela dor. Ele toca em meu braço e me olha, pedindo arrego. Largo seu pescoço e o empurro para trás, o vendo tossir.

- Porra. Você realmente não muda, Eblis. - massageia o pescoço. - Usa força bruta para tudo.

- E vou usar mais uma vez se não me responder logo. - Ele então balança a cabeça em negação. - Eu tive muito trabalho depois que você se foi, com a desculpa de ganhar mais conhecimento.

Nas mãos de EblisOnde histórias criam vida. Descubra agora