§ Lolite Ophelia §
Ω
Eu sequer fiz muita coisa, porém, sinto que corri uma maratona. Ainda não entendo porque minhas pernas tremem e o porque daquele lugar estar latejando tanto. Sou novata nisso, e tudo me parece tão estranho. Como posso reagir tanto com simples toques? Nem sabia que era tão sensível assim. Talvez foram pelas correntes, pelo calor, pelo vinculo ou realmente é algo natural? Balanço a cabeça, não tem como isso ser natural. É impossível sentir isso por alguém que mal conheci, meu corpo não deveria reagir tanto a ele.
Suspiro e dou um pulo quando sinto uma mão tocar meu ombro, abrindo os olhos e indo para o lado.
- L-Lúcia? - coloco a mão no peito, sentindo meu coração acelerado.
Sinto que futuramente terei um infarto. E o culpado vai ser alguém dessa casa.
- Sinto muito querida. - riu fraco. - Você parecia cansada, então ia lhe ajudar a tirar a camisa molhada para que pudesse relaxar. - se sentou na beira da banheira.
Engulo em seco e seguro minha camisa, a fechando, tentando esconder meu corpo nu. De certa forma estou envergonhada. Nego com a cabeça.
- Consigo me lavar sozinha. - sorri. - Mas, agradeceria se pudesse buscar roupas para mim.
Ela suspira e concorda com a cabeça, se levantando. Sem sequer perguntar algo ou demostrar curiosidade ela sai do cômodo, me deixando sozinha.
Essa atitude dela me trouxe certa tranquilidade.
Tirei minha camisa e a joguei para fora da banheira. Começo a lavar meu corpo tranquilamente. Termino e me levanto, me desequilibrando e quase caindo.
- Ah! - me seguro na borda da banheira.
- Lolite? Você está bem? - perguntou do outro lado da porta.
- Tô sim! - respondi, suspirando.
Merda. Por que minha pernas estão assim?
Com certa dificuldade saio da banheira e agarro a toalha, me enrolando. Vou até a pia e me seguro, limpando o espelho com a mão. Arregalo os olhos ao ver meu pescoço, clavícula e peito cheios de marcas. Desenrolo a toalha e olho para baixo, vendo ainda mais marcas no interior das minhas coxas.
- Esse... Tinhoso sem vergonha! - gritei, soltando todo o meu ódio na minha voz.
Ω
Já havia me secado e colocado a roupa que Lúcia me entregou. Pelo jeito já era de noite outra vez. Eu estava com um pijama de mangas cumpridas de cor amarelo e uma calça de pano, da mesma cor. Antes ela havia trazido um calção, porém é impossível eu usar um nesse momento.
Agora estava no meu quarto, penteado meu cabelo quando escuto minha barriga roncar.- Que fome. - murmurei espontaneamente.
- Você está com fome? - perguntou Lúcia, deixando seu crochê de lado.
Rapidamente neguei com a cabeça. Então reparo que o hábito de negar a fome ainda existe em mim. Coloco a mão no rosto e suspiro.
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Nas mãos de Eblis
RomanceNa noite que Lolite Ophelia completa 20 anos recebe uma caixa que foi mandada em nome de sua falecida mãe, quando ela abre encontra uma carta junto com um velho diário e ao ler a frase na última folha, sem perceber, acaba firmando um contrato com um...