Capítulo 19| Feitiço de tempo

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§ Lolite Ophelia §

Ω

Eu sequer fiz muita coisa, porém, sinto que corri uma maratona. Ainda não entendo porque minhas pernas tremem e o porque daquele lugar estar latejando tanto. Sou novata nisso, e tudo me parece tão estranho. Como posso reagir tanto com simples toques? Nem sabia que era tão sensível assim. Talvez foram pelas correntes, pelo calor, pelo vinculo ou realmente é algo natural? Balanço a cabeça, não tem como isso ser natural. É impossível sentir isso por alguém que mal conheci, meu corpo não deveria reagir tanto a ele.

Suspiro e dou um pulo quando sinto uma mão tocar meu ombro, abrindo os olhos e indo para o lado.

- L-Lúcia? - coloco a mão no peito, sentindo meu coração acelerado.

Sinto que futuramente terei um infarto. E o culpado vai ser alguém dessa casa.

- Sinto muito querida. - riu fraco. - Você parecia cansada, então ia lhe ajudar a tirar a camisa molhada para que pudesse relaxar. - se sentou na beira da banheira.

Engulo em seco e seguro minha camisa, a fechando, tentando esconder meu corpo nu. De certa forma estou envergonhada. Nego com a cabeça.

- Consigo me lavar sozinha. - sorri. - Mas, agradeceria se pudesse buscar roupas para mim.

Ela suspira e concorda com a cabeça, se levantando. Sem sequer perguntar algo ou demostrar curiosidade ela sai do cômodo, me deixando sozinha.

Essa atitude dela me trouxe certa tranquilidade.

Tirei minha camisa e a joguei para fora da banheira. Começo a lavar meu corpo tranquilamente. Termino e me levanto, me desequilibrando e quase caindo.

- Ah! - me seguro na borda da banheira.

- Lolite? Você está bem? - perguntou do outro lado da porta.

- Tô sim! - respondi, suspirando.

Merda. Por que minha pernas estão assim?

Com certa dificuldade saio da banheira e agarro a toalha, me enrolando. Vou até a pia e me seguro, limpando o espelho com a mão. Arregalo os olhos ao ver meu pescoço, clavícula e peito cheios de marcas. Desenrolo a toalha e olho para baixo, vendo ainda mais marcas no interior das minhas coxas.

- Esse... Tinhoso sem vergonha! - gritei, soltando todo o meu ódio na minha voz.

Ω

Já havia me secado e colocado a roupa que Lúcia me entregou. Pelo jeito já era de noite outra vez. Eu estava com um pijama de mangas cumpridas de cor amarelo e uma calça de pano, da mesma cor. Antes ela havia trazido um calção, porém é impossível eu usar um nesse momento.
Agora estava no meu quarto, penteado meu cabelo quando escuto minha barriga roncar.

- Que fome. - murmurei espontaneamente.

- Você está com fome? - perguntou Lúcia, deixando seu crochê de lado.

Rapidamente neguei com a cabeça. Então reparo que o hábito de negar a fome ainda existe em mim. Coloco a mão no rosto e suspiro.

Nas mãos de EblisOnde histórias criam vida. Descubra agora