Lolite Ophelia
《》
Passo pelas portas da faculdade, Belos Sonhos, pela última vez, sentindo uma pequena rajada de vento no meu rosto. A partir de hoje qualquer sonho ''insignificante'' ou estimulado por minha mãe, não existe mais. Minha meta agora é a vingança contra aqueles que riram me olhando de cima. Olho minha palma da mão aberta e fecho com força.
- Enfim, podemos voltar? - disse o ruivo, bocejando. Mesmo depois de ter dormido as últimas duas horas e meia na cadeira, enquanto eu terminava minha transferência, ele parecia querer fechar os olhos e não abrir pelas próximas dez horas.
- Pensei que demónios não dormiam. - levantei ambas sobrancelhas, com um sorriso irônico.
Ele rola os olhos e desce os degraus.
- Não precisamos. Mas, entre coisas tediosas e contar ovelhas. Prefiro as ovelhas. - deu de ombros.
- Entendi. - ri baixinho.
Quando fui descer as escadas senti uma tontura repentina e minha visão ficou meio embaçada. Ao tentar pisar no degrau de baixo, piso em falso e tenho a sensação de que estou para cair, porém, sou puxada pelo braço e rapidamente estou com meus pés no chão, em frente a escada. Escuto um sususpiro do ruivo, que soltou meu braço em seguida.
- Já consigo escutar aquele maldito relógio dele apitando. - resmungou, coçando a nuca. - Tenha mais cuidado. - me encarou. - Se você voltar com um fio de cabelo a menos eu morro, sabia?
Coloco minha mão na cabeça, ignorando o quê o outro estava falando. Sentia pontadas do lado direito da cabeça, mal estava enxergando e presentia que minhas pernas cederiam a qualquer momento.
O quê tá acontecendo?! - me sinto confusa.
Um golpe de calor me atinge repentinamente e indago, sentindo minha garganta seca. Meu corpo estava tão quente quanto a vez em que as correntes de Eblis passaram pelo meu corpo, porém dessa vez eu não sabia o motivo. A cada segundo que passava eu parecia desejar algo mais e mais. Coloco minha mão no peito e seguro minha camiseta com força, amassando o tecido.
- Lolite!
O grito fez eu arregala os olhos e olhar para frente, onde vi o ruivo com um semblante confuso.
- Você está bem? - segurou meus ombros. - Por que ela tá tão quente? - murmurou.
Eu abro a boca para tentar responde-lo, porém sou incapaz de soltar qualquer som e minha respiração começa a ficar ofegante. Minhas pernas tremem e enfim desabo no chão, sou segurada pelo outro. Sua voz fica muda e eu não escuto mais nada a minha volta, por fim, minha vista fica escura e sinto minha consciência esvaindo.
Eblis... - é a última coisa em que penso, logo desmaiando.
《》
Eblis
《》
Após escutar tudo o que Lolite passou nesses últimos anos sinto ainda mais vontade de reviver Cristina e mata-la novamente. Se era para deixar sua filha sofrer desse jeito por que não a entregou para mim?! - era o que eu pensava a todo momento, enquanto a xingava.
Mas, outro problema havia aparecido: Como Cristina morreu?
Não. Ao menos ela realmente morreu? - apertei meus punhos. Algo em que aquela mulher era boa era nisso, dar dor de cabeça aos outros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas mãos de Eblis
RomanceNa noite que Lolite Ophelia completa 20 anos recebe uma caixa que foi mandada em nome de sua falecida mãe, quando ela abre encontra uma carta junto com um velho diário e ao ler a frase na última folha, sem perceber, acaba firmando um contrato com um...