§ Lolite Ophelia §
Ω
Ontem eu era apenas mais uma garota qualquer, sem nada de especial, vivendo uma vida repetida. Dia pós dia. Quando eu vivia naquela maldita casa sempre quis isso, uma vida normal, sem ser atormentada por pessoas mesquinhas, que tinham rancor de mim sem eu ter culpa. Porém, confesso que já teve momentos que estava entediada com essa vida repetida e então desejei um pouco de adrenalina, para me sentir realmente viva.
Só não lembro de ter pedido para ser sequestrada, escutou universo?!
Faz apenas dois anos que me livrei de quatro demônios e agora fui sequestrada por um ainda pior. Todos os meus sonhos estão sendo despedaçados pouco a pouco, tudo por culpa desse contrato que minha mãe fez com esse desconhecido. Por que ela tinha que me meter nessa confusão?
A porta do cômodo se abre bruscamente e o senhor, que eu tinha conhecido na entrada anteriormente, adentra na sala e caminha com passos largos, em direção ao homem a minha frente, que por sua vez recua sua mão do meu rosto e se levanta, arrumando sua camiseta social.
O senhor para do lado dele e então sussurra algo em seu ouvido. Não consigo escutar nada, mas quando seus olhos vem em minha direção presumo que talvez tenha haver comigo. O homem passa a mão no cabelo, os colocando para trás e solta um suspiro, demostrando insatisfação.
- Já pode ir, Estevan. - o senhor se curva concordando e saindo da sala, mas não antes de me dar um olhar de reprovação.
Quando digo que esse velho não vai com a minha cara, não é brincadeira.
- Tenho que ir resolver algumas coisas. - ajeita o relógio no pulso. - Vou chamar Lúcia para te levar até o quarto, me espere lá até eu voltar. - seu tom parecia como uma ordem.
Esse cara tá pensando que sou um cachorro pra ficar parada quando me mandam?! - fico indignada.
Agora que ele vai sair talvez tenha uma chance de fugir desse local, não vi nenhum segurança do lado de fora, meu único obstáculo vai ser aquele portão gigantesco, mas nada que eu já não tenha feito antes. Quando eu morava com meu pai, já pulei o portão muitas vezes para fugir daquele inferno, então não deve ser tão difícil fugir daqui. Fico perdida nos meus pensamentos, tentando bolar uma fuga e nem reparo o homem se aproximar de mim.
- Você talvez esteja pensando em fugir, então estou te avisando antes que faça essa burrice - ele se apoia no encosto do sofá com suas enormes mãos, me predendo no meio de seus braços. Seu rosto se aproxima do meu, a ponto de nossos narizes tocarem. - Toda ação tem uma consequência. Não teste minha amabilidade. - termina e se afasta, mais uma vez.
Esse cara por acaso é telepata?! - indago.
Seu tom de voz era sério e demostrava que não estava para brincadeira, isso era como um aviso. Suas palavras me fazem ficar relutante ao plano de fugir daqui, mas se eu desistir e só jogar como ele quer, não vou ser mais do que uma marionete em seu show de teatro.
- Aproveita esse tempo para ler o contrato. - pega um terno preto que estava sobre o sofá e em seguida o veste.
Quando olho para o chão perto de seus pés, vejo uma chave caída e uma esperança cresce em mim, essa chave podia me ajudar a fugir daqui. Me levanto em um pulo e ando rapidamente até ele, colocando meu pé em cima da chave, para que ele não a visse. Ele enruga a testa, confuso com a minha ação e fico nervosa com seu olhar sobre mim.
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Nas mãos de Eblis
RomanceNa noite que Lolite Ophelia completa 20 anos recebe uma caixa que foi mandada em nome de sua falecida mãe, quando ela abre encontra uma carta junto com um velho diário e ao ler a frase na última folha, sem perceber, acaba firmando um contrato com um...