Capítulo 12| Castigo

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§ Lolite Ophelia §

Ω

A alguns segundos atrás eu estava concentrada em sua explicação, em busca de respostas e o que achei?

O ano da minha morte!

Fico pasma, sem palavras. Coloco minha mão na cabeça, sentindo uma leve tontura. Escuto seu suspiro e a porta é aberta, Lúcia adentra segurando uma bandeja, onde tinha uma tigela com salada de frutas e uma colher ao lado, junto com um copo de suco. Ela deixa a bandeja na mesinha perto de mim e se vai, deixando nós dois sozinhos outra vez. Levanto minha cabeça e o olho, me encontrando com seus olhos verdes, que já estavam me observando.

- Coma. Não quero ter que cuidar de uma garota que vive desmaiando. - seu tom era sério e meio rude.

Rolo meus olhos.

Diz isso o demônio que sempre que isso acontece sai correndo comigo no colo.

- O quê você tá pensando? - perguntou, arqueando a sombrancelha.

- Nada demais, só que você sempre vai contra as próprias palavras. - respondo sem pensar muito e não recebo nenhuma resposta em troca.

Pego a tigela de salada de frutas e a colher, começando a comer. Era algo que não comia a tanto tempo, os gostos das distintas frutas foram se misturando na minha boca e criando um bom sabor, que me fez dar um sorriso.

- Pelo menos dessa vez você não vomitou. - falou com seu tom de deboche, escorando seu cotovelo no braço da poltrona e apoiando sua cabeça na mão esquerda.

Continuo comendo e o ignoro. Ele solta outro suspiro e se levanta, arrumando a camisa social preta.

- Tenho algo para resolver agora. - olha para o relógio de pulso. - Mais tarde continuamos nossa conversa.

Ele caminha até a porta, mas antes que pudesse sair eu o chamo.

- Eblis. - pronuncio seu nome e rapidamente ele se vira para mim, me olhando sério. - Eu vou morrer? - pergunto, sem nem ao menos olhar em sua direção, continuo apenas concentrada na salada de frutas.

O silêncio domina o cômodo.

Essa pergunta saiu tão levemente da minha boca que sequer consegui expressar algum medo no meu tom. Talvez lá no fundo, bem lá no fundo, eu ainda tivesse pensamentos suicidas. O único motivo de eu continuar viva não é pela vingança e sim porque nunca tive o empurrão que faltava para acabar com tudo, porém parece que acabei de encontrar um. Largo a colher na tigela e levanto minha cabeça, me deparando com sua alta figura na minha frente, ele havia caminhado até ali e eu sequer notei.

- Se não quer morrer faça um vínculo comigo e mantenha contato físico, simples. - ele segura uma mecha do meu cabelo e começa a brincar.

E se eu disser que quero morrer, ele iria me abandonar e procurar outra Lilith? - essa pergunta faz eu sentir um aperto no meu coração.

Esse aperto não é porque sinto algo por ele e sim que talvez ele seja a única pessoa que realmente tenho agora. Não quero mais sentir a sensação de abandono outra vez, mesmo que não seja próxima desse demônio e ele tenha um péssimo temperamento, ele fez mais por mim que o homem que eu chamava de pai.

- Você está disposto a entrelaçar sua vitalidade a mim? Nós conhecemos a um dia. Não tem medo de acabar morrendo por minha culpa? - pergunto abaixando a cabeça, enquanto ele ainda brinca com minha mecha de cabelo.

- Sou forte o suficiente para te proteger de tudo e de todos. - respondeu, colocando a mecha de cabelo atrás da minha olheira.

- E se eu estiver planejando algo que realmente pode acabar me matando? - mordo meu lábio, esperando sua resposta.

Nas mãos de EblisOnde histórias criam vida. Descubra agora