§ Lolite Ophelia §
Ω
A alguns segundos atrás eu estava concentrada em sua explicação, em busca de respostas e o que achei?
O ano da minha morte!
Fico pasma, sem palavras. Coloco minha mão na cabeça, sentindo uma leve tontura. Escuto seu suspiro e a porta é aberta, Lúcia adentra segurando uma bandeja, onde tinha uma tigela com salada de frutas e uma colher ao lado, junto com um copo de suco. Ela deixa a bandeja na mesinha perto de mim e se vai, deixando nós dois sozinhos outra vez. Levanto minha cabeça e o olho, me encontrando com seus olhos verdes, que já estavam me observando.
- Coma. Não quero ter que cuidar de uma garota que vive desmaiando. - seu tom era sério e meio rude.
Rolo meus olhos.
Diz isso o demônio que sempre que isso acontece sai correndo comigo no colo.
- O quê você tá pensando? - perguntou, arqueando a sombrancelha.
- Nada demais, só que você sempre vai contra as próprias palavras. - respondo sem pensar muito e não recebo nenhuma resposta em troca.
Pego a tigela de salada de frutas e a colher, começando a comer. Era algo que não comia a tanto tempo, os gostos das distintas frutas foram se misturando na minha boca e criando um bom sabor, que me fez dar um sorriso.
- Pelo menos dessa vez você não vomitou. - falou com seu tom de deboche, escorando seu cotovelo no braço da poltrona e apoiando sua cabeça na mão esquerda.
Continuo comendo e o ignoro. Ele solta outro suspiro e se levanta, arrumando a camisa social preta.
- Tenho algo para resolver agora. - olha para o relógio de pulso. - Mais tarde continuamos nossa conversa.
Ele caminha até a porta, mas antes que pudesse sair eu o chamo.
- Eblis. - pronuncio seu nome e rapidamente ele se vira para mim, me olhando sério. - Eu vou morrer? - pergunto, sem nem ao menos olhar em sua direção, continuo apenas concentrada na salada de frutas.
O silêncio domina o cômodo.
Essa pergunta saiu tão levemente da minha boca que sequer consegui expressar algum medo no meu tom. Talvez lá no fundo, bem lá no fundo, eu ainda tivesse pensamentos suicidas. O único motivo de eu continuar viva não é pela vingança e sim porque nunca tive o empurrão que faltava para acabar com tudo, porém parece que acabei de encontrar um. Largo a colher na tigela e levanto minha cabeça, me deparando com sua alta figura na minha frente, ele havia caminhado até ali e eu sequer notei.
- Se não quer morrer faça um vínculo comigo e mantenha contato físico, simples. - ele segura uma mecha do meu cabelo e começa a brincar.
E se eu disser que quero morrer, ele iria me abandonar e procurar outra Lilith? - essa pergunta faz eu sentir um aperto no meu coração.
Esse aperto não é porque sinto algo por ele e sim que talvez ele seja a única pessoa que realmente tenho agora. Não quero mais sentir a sensação de abandono outra vez, mesmo que não seja próxima desse demônio e ele tenha um péssimo temperamento, ele fez mais por mim que o homem que eu chamava de pai.
- Você está disposto a entrelaçar sua vitalidade a mim? Nós conhecemos a um dia. Não tem medo de acabar morrendo por minha culpa? - pergunto abaixando a cabeça, enquanto ele ainda brinca com minha mecha de cabelo.
- Sou forte o suficiente para te proteger de tudo e de todos. - respondeu, colocando a mecha de cabelo atrás da minha olheira.
- E se eu estiver planejando algo que realmente pode acabar me matando? - mordo meu lábio, esperando sua resposta.
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Nas mãos de Eblis
RomanceNa noite que Lolite Ophelia completa 20 anos recebe uma caixa que foi mandada em nome de sua falecida mãe, quando ela abre encontra uma carta junto com um velho diário e ao ler a frase na última folha, sem perceber, acaba firmando um contrato com um...