Dream With Me - Katsuki Bakugou BNHA {CONCLUÍDO}

1 - Knowing

Arrumo o fone que conectava meu celular. O cabo está com problema, se desconecta facilmente. Olho, então, para a rua deserta e escura. Respiro fundo o ar gelado da noite e aproveito o barulho que apenas meu fone estourado fazia em meio a rua. Volto a caminhar até em casa.

_ tio, cheguei! _ aviso e fecho a porta. Não ouço nada em resposta. O mesmo deve estar dormindo. Deixo meus sapatos perto da porta de entrada e vou direto para o meu quarto. Coloco minha mochila cheia de livros recém comprados na cômoda e me sento na cama. O silêncio na casa me assusta. Resolvo me levantar e ir checar meu tio.
Sua porta está entreaberta, então, lentamente, entro no local. Ligo a luz e vejo meu tio sentado, encostado na parede do quarto, com um relatório em mãos, mas dormia tranquilamente.
Tiro do mesmo a papelada e a deixo, ajeitada, dentro de sua bolsa. Coloco seu celular para carregar e, sem o acordar, tiro o cobertor que estava apenas embaixo se seus pés.

_ tio... Deite, vai ficar com câimbra amanhã se não deitar _ minha voz sai quase como um sussurro. Aizawa abre lentamente os olhos e sorri.

_ chegou a muito tempo? _ o mesmo pergunta, sonolento, então se arruma na cama, se deitando. O cubro bem e sorrio.

_ acabei de chegar. Foi divertido _ suspiro e saio do quarto, apagando a luz e fechando a porta.

Sempre saí em caminhadas noturnas após comprar ou pegar na biblioteca algum livro. Me tranquiliza.
Meu tio tem medo de que me aconteça algo, então sempre que pôde, me ensina defesa pessoal, mas nunca precisei usar o que aprendi.

Volto para a cama e checo meu celular. Uma notificação faz o aparelho vibrar.

_ amanhã é o seu primeiro dia, não? Estou animado para te ver na UA, nem acredito _ meu amigo me envia uma mensagem em áudio e uma figurinha fofa.

- sim, primeiro dia. Mas sabe que eu não queria ir. É muito para mim, além do mais, nem posso usar meus poderes, mesmo! - escrevo uma mensagem ao mesmo e me cubro na cama, apagando a luz do abajur que iluminava o quarto.

- olha, eu sei que você acha que não merece, mas você é foda, Suyo!! Só aceita que entrou sem nem precisar fazer teste! E é a metade do ano, mas ainda sim fizeram questão de te aceitar.

- só me aceitaram por que o último aluno lá era um tipo de espião do maldito All4-1, algo assim. E estou entrando também para o meu tio ficar de olho em mim e me treinar - envio e desligo o celular, então, olhando para a janela que pouco iluminava o quarto, uso meus poderes para fechar a cortina.
Tento.
Acabo sumindo com a cortina, sem querer.

_ merda... _ sussurro e me levanto. Pego uma manta que estava dobrada e a penduro no lugar da cortina _ serve, por hoje.

Estudava em um colégio comum. Fazia o primeiro ano normalmente e estudava para ser cientista. Queria estudar a origem e predominância de certos poderes e hábitos no povo japonês, então, um dia, simplesmente tive convulsões. Desde então poderes começaram a proliferar em mim, o que nunca imaginei ser possível.
Meu tio, ao descobrir, me transferiu para a Ua e me proibiu de usar meus novos poderes a não ser que seja uma questão de vida ou morte.
Eu sei que ele conhece o motivo, que ele sabe o que está acontecendo e sabe a origem de tudo, mas o mesmo não quer me falar, não está pronto para isso.
Sinceramente, não quero saber. Provavelmente vai ser uma história longa.
Então, amanhã, me mudarei para a UA, já que um aluno saiu, entrei em seu lugar.

Volto para a cama e ligo meu celular. Três mensagens.

- pode até ser para o sensei aizawa ficar de olho em você, mas isso é por que você é muito poderosa! Você nunca teve curiosidade em saber o seu limite?

- ah! E sobre essas coisas que tem acontecido? Esses seus sonhos? Passou?

- você não acha que tem algo a ver com seu passado? Você não sabe por que precisava tomar aqueles remédios esquisitos para bloqueio de poder. Por que nunca perguntou para o seu tio? Você sabe que ele sabe! - Amajiki começa a me bombardear com suas teorias novamente.
Pessoalmente ele é alguém extremamente introvertido e quieto, mas por mensagem ele não me deixa em paz, e eu amo isso, já que sempre fiquei muito sozinha em casa, ou na escola.