Capítulo 23

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O dia amanheceu frio. Nem chuvoso, nem nublado. Apenas frio. Min Jee tirou os óculos escuros ao ver o carro dos pais de Mina saindo da garagem simples, e esperou alguns minutos antes de entrar na casa pequena. Mina já tinha deixado a porta destrancada como a tutora havia mandado, então a mesma não encontrou dificuldades pra entrar. A garota estava largada no sofá, de pijama e com um pote de cereal no colo. Até parecia inofensiva daquela forma.

- Não tá muito tarde pra você estar de pijama? - A mais velha indagou, franzindo o nariz ao sentir o cheiro característico da casa. Cheiro de gente comum.

- São sete e meia, não tá muito cedo pra você encher o meu saco? - Mina resmungou, apontando com a colher pra TV em seguida - Você tá em todos os noticiários.

- Você e essa mania de dizer o óbvio - Min Jee revirou os olhos, se aproximando pra olhar a televisão - Quero boas notícias.

- Eu tenho uma história engraçada - A mais nova começou, se ajeitando no sofá - Tem uma tiazinha de quarenta e poucos anos lá na faculdade, ela fica responsável pelas bebidas da cantina. No início do mês, eu disse pra ela que era irmã do Jimin e que ele tava muito doente, e precisava tomar algumas vitaminas pra doença não se agravar. Ela acreditou que ele não tomava por vontade própria, e isso tornou tudo mais fácil. Ofereci dois mil pra ela colocar as "vitaminas" na bebida dele, e acredita que ela chorou para um caralho quando viu a grana? Disse que com o salário que ganhava, mal conseguia alimentar os filhotes, e que faria o que eu pedi com muito gosto porquê eu era um milagre na vida dela. Dá pra acreditar?

- Dá... gente pobre é assim mesmo - A ômega desdenhou, rindo - Até que não me custou muito, dois mil não paga nem minha conta de luz. Bom trabalho.

- Valeu - Mina deu de ombros, tentando não deixar transparecer a felicidade de ter sido elogiada pela mais velha - O que a gente faz agora?

- Os efeitos do arsênico já começaram, não vai demorar muito pro garoto ser hospitalizado. Falta só uma semana pro Ye-Jun voltar pra Nova York, então sem esse velho chato na minha casa vai ser mais fácil cuidar do Jimin - Min Jee respondeu, cruzando os braços - Mas não é sobre isso que eu vim falar, nosso problema é outro agora. Jungkook tá numa fase meio rebelde, e eu preciso dar  um fim nisso rápido. Eliminar aquele psicólogo intrometido foi só o começo.

- Foi você? Eu realmente acreditei que tinha sido a esposa dele.

- A intenção era essa. Agora... não podemos mais perder tempo.

- O que tem em mente?

- Eu vou voltar a manipulá-lo pelas beiradas, mas antes preciso de algo que o desestabilize. Vou usar a informação que você me deu sobre o Jin ter te ajudado. Ele vai voltar que nem um cachorrinho sem dono, quando perceber que não pode confiar em ninguém além de mim.

- Acha que isso vai ser suficiente?

- Se não for, eu drogo o Jimin e boto ele na cama com um cara qualquer. Não vou medir esforços pra colocar na cabeça do meu filho que eu sei o que é melhor pra ele. Tudo o que eu faço é por amor... ele precisa entender isso.

- Tá, mas o que você vai fazer com relação a essa história toda do psicólogo? - Mina indagou, de boca cheia - Não tem medo de ser pega?

- Bom, só tem uma informação que pode me incriminar. Mas como ninguém suspeita de mim, não tenho com o que me preocupar - A mais velha respondeu, dando de ombros e pegando a bolsa - Eu tenho que ir, a imprensa me espera.

[ ... ]

Jungkook deixou o carro na calçada em frente a mansão, e se encaminhou ao portão principal. Ainda estava cedo, realmente não queria estar ali, mas precisava ver Jimin. Estava preocupado, fazia dias que o ômega andava passando mal. Assim que entrou em casa, ouviu passos rápidos descendo as escadas.

Your Eyes Tell - Jikook ( Repostada )Onde histórias criam vida. Descubra agora