Elisabeth Stella Carter (Parte I)

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Elisabeth Stella Carter entrou em minha vida como um furacão. Com seus cabelos revoltos e cacheados, sua língua afiada e seu sorriso fácil. Se me pedissem para definir Lisa antigamente eu a descreveria como uma pedra no meu sapato. Irritante e que eu nunca conseguia tirar. Mesmo ela sendo a melhor parceira de quadribol que eu poderia ter, ela era um incômodo constante, cuja simples existência parecia me tirar do sério. Hoje, porém, essa designação mudava um pouquinho.

Mas, para contar melhor como ela veio parar aqui, eu preciso voltar para a manhã seguinte ao casamento de Teddy e Victoire.

(...)

Apesar de a madrugada já estar perto de sua metade quando eu cheguei em casa, eu senti como se aquela noite não acabasse nunca.

Fui direto para meu quarto e me joguei na cama, mas, ao invés de dormir, como era o planejado, continuei rolando de um lado ao outro no colchão, sem descanso. Apesar da tempestade que urrava do lado de fora eu sentia calor e em certo momento toda minha roupa de cama foi parar no chão.

Talvez fosse o excesso da bebida - mesmo que ela tivesse me ajudado a dormir nos últimos anos, tudo tinha sua primeira vez, certo? - que me impedia de me agarrar apropriadamente ao sono. Mas minha cabeça também estava a todo vapor e pensamentos chegavam e partiam com uma velocidade que me impedia de manter a cabeça no travesseiro por mais do que alguns segundos.

Ver Lisa tinha mexido comigo. Não do jeito que vocês estão pensando, não mesmo, mas... bem, eu não sei, ok? Só sei que tinha mexido. Talvez eu tivesse finalmente percebido o tempo que passei fora, as coisas que tinha perdido da vida dos meus amigos. Claro, eu já sabia isso, eu nem sempre tinha pensado, mesmo quando estava distante, sobre tudo que tinha ficado para trás, mas... era diferente. Talvez fosse a realização de que minha ausência não fazia diferença na vida de muitas pessoas, que seguiram despreocupadas e não afetadas, independente de eu estar vivo ou não. E isso afetava profundamente meu ego.

A realidade da minha insignificância foi me atingindo aos poucos. Claro que minha família inteira tinha se preocupado, mas eles também, apesar da dor do meu sumiço, seguiram em frente. Meus primos estavam formados, trabalhando, com grandes planos para o futuro, casados ou casando. Eu sabia que Victoire queria esperar por mim para aquele evento, mas a verdade é que, mesmo que eu não tivesse retornado a tempo, a festa daquela noite teria acontecido da mesma forma. E eu não sabia muito bem como me sentir sobre isso. Não que eu quisesse que eles tivessem parado a vida inteira enquanto eu estava, de uma forma ou de outra, tentando acabar com a minha para superar um trama meu, mas... o que eu queria?

E em meio a tudo aquilo meus pensamentos voltavam para Lisa. E Stephen. Em como tudo parecia tão igual à última vez que eu os vira, mas como, ao mesmo tempo, bastou para me dar um senso de autoconsciência que estava me faltando. Ele tinha conseguido uma vaga nos Chuddley Cannons em nosso último jogo pela Grifinória, será que ele ainda estava naquele mesmo caminho? Naquela mesma profissão? E Lisa? Tinha de fato retornado ao mundo trouxa e aperfeiçoado seus estudos para trabalhar longe da vida bruxa, mesmo com o namorado tão aprofundado nessa cultura? E a quantas andava o relacionamento deles? Estavam juntos há anos, estavam casados? Será que já tinham filhos? Não tinha visto uma aliança, mas também não tinha procurado, e por que eu estava perdendo tempo pensando naquilo?

As Mulheres de James Sirius PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora