13.

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Mariana Lima

O que estava prestes a acontecer era algo que eu ia me arrepender amargamente, ainda bem que a Paula apareceu.

Porém eu gostei da conversa que tive com o Gabriel, joguei algumas verdades em sua cara e percebi sua irritação, ele só não estava mais irritado que a Paula.

- VOCÊ SÓ PODE TÁ BRINCANDO COMIGO.

Ela gritava comigo no banheiro e eu tentava acalmar a fera.

- Paula, calma, não ia acontecer nada.

Ia sim.

- Ah não??? Ele ia te BEIJAR Mariana, TE BEIJAR.

Abaixei a cabeça e suspirei.

- Não adianta gritar comigo, você nunca vai me entender.

- Você que parece não entender Mariana, desse jeito você nunca vai superar ele, eu só quero te ver bem.

Não consegui segurar o choro que já estava guardado desde minha conversa com Gabriel.
Paula me abraçou.

- Você precisa virar a página, talvez conhecer outra pessoa.

- Quem vai me querer? Sou visivelmente refém do meu antigo relacionamento, eu simplesmente não consigo superar.

Eu disse perdendo completamente o controle do meu choro.

- Você nem tenta conhecer novas pessoas, você se fechou pra todos e pra todas as possíveis possibilidades. Sei que superar um relacionamento de 3 anos é difícil, mas no seu caso é extremamente necessário. A impressão que eu tenho é que se o Gabigol pedir pra você voltar, você volta.

Por mais que eu odiasse concordar com isso, Paula estava certa. Depois de Gabriel eu me fechei completamente pra qualquer homem que tentasse algo comigo, ou viramos amigos ou não temos nada.

- Sei que você odeia falar sobre isso, mas acho que o Raphael Veiga seria um cara legal pra você tentar se abrir novamente.

Ri abafada pelo choro que já entupiu completamente meu nariz.

- Veiga tá igual eu Paula, não superou a ex ainda.

- E por que vocês não superam juntos?

- Mas que ideia é essa? Vou me envolver com alguém que ainda gosta da ex?

Paula levantou a sombrancelha pra mim e cruzou os braços.

- Tá bom, eu já entendi que tenho isso em comum com ele.

- Não precisa ser o Veiga, mas sei lá, tenta se abrir mais pras coisas, tem muitos caras pelo mundo esperando só uma oportunidade pra fazer uma mulher igual você feliz.

Ela disse enxugando meu rosto e me abraçou.

Paula está certa, não basta só mudar de cidade, tenho que mudar minhas atitudes também.

Antes de sair do banheiro me ajeitei no espelho, peguei meu delineador e meu gloss na bolsa e refiz um pouco da minha maquiagem.

Assim que saímos do banheiro dei de cara com Endrick, Veiga e Piquerez.

- Falei que ela tava aqui.

Endrick disse.

- Tá tudo bem Mariana?

Veiga perguntou me encarando e eu abaixei a cabeça pra que ele não reparasse em meus olhos vermelhos.

- Ela tá bem.

Paula respondeu.

- Bom, sendo assim. Bora pra resenha no hotel?

Endrick perguntou.

- Bora.

Paula respondeu e saiu me arrastando, os três vieram atrás de nós duas e eu escutei Veiga cochichando algo com os meninos.

Raphael Veiga

Estávamos dentro do ônibus do Palmeiras naquela bagunça de quem acabou de ganhar um título, mas eu estava preocupado com a Mariana, que insistiu no silêncio desde a hora que encontramos ela e Paula no banheiro.

No ônibus ela sentou bem na frente, longe da bagunça no fundo, decidi ir atrás perguntar se tinha acontecido algo, acho que já somos amigos o suficiente pra ela desabafar comigo.

- Desculpa incomodar Mari, só quero saber porque você está assim.

Eu disse sentando ao seu lado, ela olhou pra mim com os olhos vermelhos de quem havia chorado muito.

- Não vou te incomodar com os meus problemas Veiga, pode ir curtir com seus amigos.

- Tenho muito tempo pra curti com eles, no momento quero ficar aqui com você. Posso?

Ela deu de ombros.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, mas finalmente ela decidiu quebrar o gelo.

- Desculpa Veiga, não deveria te tratar assim.

- Eu te entendo, você só está chateada com algo e quer um momento sozinha, mas ao mesmo tempo quer apoio de alguém, talvez um ombro amigo, pode chorar no meu ombro se quiser.

Abri os braços na intenção de receber um abraço e ela me olhava confusa, mas logo me abraçou e desabou de chorar.

Puta que pariu, nunca nenhuma mulher chorou no meu colo, não de tristeza.

- Eu sou uma idiota.

Ela falava soluçando enquanto eu fazia carinho em sua cabeça.

- Olha, te conheço a pouco tempo, mas já é o suficiente pra te dizer que você não é nenhuma idiota.

Senti sua risada abafada pelo choro que havia diminuido.

- Obrigado.

Como ela estava escorada em meu peito, ao me responder, ela teve que levantar a cabeça olhando fixamente pra mim, me oferecendo uma das visões mais lindas que vi na vida.

Seus traços delicados, sua pele suave, sua boca na medida certa e incrivelmente vermelha como suas bochechas, seus olhos brilhantes que brilhavam ainda mais por causa das lágrimas, deixavam seu rosto com uma pureza ainda mais incrível.

Fui tirado do me tranze quando ela se ajeitou no meu peito deitando, ela parecia cansada, sua respiração era pesada e eu como um bom amigo, apenas fiz um carinho em seu cabelo enquanto ela pegava no sono ali mesmo no meu colo.

Eu me sentia bem perto dela, ela me fazia bem e faz muito tempo que eu não sinto isso com alguma mulher.

Talvez, não Raphael, não pode ser...

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Aurora: Aproveitem esse momento fofo, pois o desastre está por vir😎

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐂𝐄. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora