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Raphael Veiga

No hospital do Qatar esperando o Raio-x, eu conversava com Mari no telefone, tentando acalma-lá, mas eu estou tão nervoso quanto ela.

Mariana: Você tá ai sozinho?

Raphael Veiga: Um dos médicos da seleção está aqui?

Mariana: Tô falando de alguém pra te dar apoio emocional. Cadê o Gabriel?

Dei uma risada abafada.

Raphael Veiga: Treinando né amor. A copa não acabou... pelo menos não pra ele.

Mariana: Nem pra você Raphael. Não fala assim.

Suspirei fundo.

Mariana: Que merda amor, eu só queria tá aí pra cuidar de você.

Dei uma gargalhada.

Raphael Veiga: Eu também queria você aqui amor. Queria muito.

Mariana: Seu pé ainda tá doendo?

Raphael Veiga: Está. Mas é uma dor suportável.

Mentira. Não era. Eu nem consegui dormir direito por causa da dor. Mal me movimentei na cama e fiquei a noite inteira acordado chorando. Pedi um remédio pra passar a dor, mas o médico da seleção disse que não podia me dar nenhum tipo de substância, pois podia constar no antidoping e prejudicar o Brasil.

- Cheguei.

Gabriel abriu a porta da sala aonde eu estava sentado na maca.

- Caralho, seu pé tá parecendo um pão. Traz a manteiguinha aí enfermeira.

Ele disse rindo e eu balancei a cabeça negativamente.

- Eu tô no telefone seu corno.

Mariana: Gabriel que chegou aí?

Raphael Veiga: Foi esse infeliz mesmo.

Mariana: Que bom, é ele que vai te dar o apoio emocional.

Raphael Veiga: Não ironicamente, eu sou obrigado a concordar.

Escutei ela rindo pelo telefone.
É normal já estar com uma saudade imensa?

Mariana: Amor, vou ter que desligar por que a Alana acordou. Por favor Raphael, qualquer notícia que você tiver mesmo que seja mínima, me liga.

Raphael Veiga: Ligo sim morena.

Mariana: Te amo meu jogador. Melhoras.

Raphael Veiga: Te amo mais minha linda.

Desliguei o telefone.

- Que viadagem. Mas eu queria.

Dei risada e ele se sentou na minha maca.

- Não aguenta ficar longe de mim né Gabriel.

Cumprimentei ele com as mãos.

- Fiquei preocupado pô. E eu nem vou jogar contra a Coreia mesmo, pedi pro tite me liberar.

- É. Eu acho que a copa acabou pra mim.

- Seu pé tá tão ruim assim?

Me olhou com cara de preocupação.

- Porra, eu não tô conseguindo nem pisar no chão. Olha como ele tá inchado.

- Não fala assim pô. Tem que ser otimista.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐂𝐄. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora