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Raphael Veiga

Estava em um clima gostosinho de casal na casa de Mariana no Rio, até o Gabriel estragar tudo, como sempre.

Assim que abri a porta senti meu rosto queimar e minhas costas doer pelo impacto do meu corpo no chão, demorei a entender que o Gabriel tinha me dado um soco.

- Sentiu saudades Mariana Lima?

Ele perguntou indo pra cima de Mariana, eu ainda estava desnorteado no chão com a mão no rosto.

- O que você tá fazendo aqui?

- O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI CARALHO? O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI? SUA SONSA.

Gabriel gritava cercando Mari que estava assustada, enfim consegui levantar, fui andando até ele e entrando na frente de Mariana.

- Você tá maluco Gabriel, não fica gritando assim com ela, você não tá vendo que ela tá...

- GRÁVIDA DE MIM? UMA FILHA MINHA?

Ele gritou e eu arregalei os olhos, ele descobriu.

- Ah, está supreso Raphael Veiga?

- Como você....

Mariana falou.

- Você é um lixo Mariana, você sempre soube que meu sonho é ser pai, como que você pode esconder isso de mim?

- Gabriel, calma...

Vi a raiva nos olhos de Gabriel e percebi que ele também estava triste.

- Calma? Imagina se fosse com você Raphael, se uma mulher escondesse de você um filho, sabendo que um dos seus maiores sonhos é ser pai. VOCÊ TERIA CALMA?

Ele me respondeu apotando o dedo no meu peito.

- Você falhou comigo como homem, vive me chamando de moleque, mas foi exatamente essa atitude que você teve.

- Foi escolha minha Gabriel, eu não queria te contar, não tem nada haver com o Veiga.

Mariana falava em um choro desesperado e eu estava em completo estado de choque, não sabia o que fazer.

- Você me decepcionou tanto Mariana, depois eu que sou egocêntrico? Esconder UMA FILHA de mim por puro egoísmo e rancor, você me dá nojo.

- Gabriel eu...

- Você o que Mariana? Você sente muito? Agora é tarde.

- Gabriel olha, eu entendo sua raiva e você está com toda razão, mas brigar assim não irá resolver.

Gabriel me olhou no puro ódio e fechou o pulso, pensei que eu ia tomar outro soco.

- Vocês rezem pra minha filha nascer saudável e aproveitem bastante esse momento "pais" de vocês. Por que assim que minha filha nascer, eu vou correr atrás da guarda dela e vocês nunca mais vão vê lá.

- Não Gabriel, não, você não vai tomar minha filha de mim.

Mariana falou passando por mim e segurando no braço de Gabriel.

- Você não escosta em mim.

Ele a empurrou e eu a segurei antes que ela caísse no chão.

- Você já ficou tempo o suficiente com minha filha, quando ela nascer será a minha vez e você vai sentir o que eu estou sentindo agora.

Mariana chorava desesperada e eu me sentia um inútil por não conseguir tomar nenhuma atitude.

Logo a situação só piorou, senti Mariana mole em meus braços e demorei a perceber que ela desmaiou, merda, provavelmente sua pressão subiu depois de toda essa confusão.

- Merda, Mari, Mari fala comigo.

- Ela desmaiou?

Gabriel perguntou com a voz mais mansa e com uma cara de preocupação.

- Desmaiou, é a pressão dela, certeza que subiu.

- Vamos colocar ela no meu carro.

Eu e Gabriel carregamos Mariana até seu carro, e eu fui atrás com ela deitada em meu colo, tentando acorda-lá.

Gabriel deu a partida no carro e corria igual louco pelas ruas, furando semáforo e tudo.
Senti algo quente em meu pé e quando eu olhei, tomei um puta susto.

- A bolsa estourou Gabriel, puta que pariu.

Gabriel olhou pra trás assustado.

- Puta que pariu, tenta acordar ela Veiga.

- Mari. Mari meu amor. Mariana pelo amor de deus.

Tentei acorda lá, mas sem sucesso.

Chegamos ao hospital e eu carregava Mariana no colo enquanto Gabriel gritava pedindo ajuda.

- O que aconteceu?

A enfermeira perguntou.

- Ela desmaiou e a bolsa dela estourou.

Eu respondi.

A enfermeira tentou acorda-lá e pediu para que colocasse Mariana na cadeira de rodas.

- Eu preciso que alguém me acompanhe.

A enfermeira disse levando Mariana na cadeira.

- Eu sou o pai, eu vou.

Gabriel respondeu e eu deixei ele ir, não era momento pra isso.

Gabriel Barbosa

Estávamos na emergência da maternidade no hospital, me esterilizaram e me deixaram entrar com Mariana no trabalho de parto, sim Mariana estava prestes a parir.

Me fizeram algumas perguntas sobre a gravidez e eu não soube responder nenhuma, ficou parecendo que eu sou um pai horrível e eu me senti um lixo, as enfermeiras me encaravam em negação e algumas até cochichavam, mas como explicar pra elas que eu só descobrir a 1 hora que eu sou pai desse bebê.

Graças à Deus, Mari já fez consultas aqui, estão sua ficha estava completa no arquivo do hospital.

- A gravidez dela era de risco, sua placenta estava fina.

Escutei uma enfermeira falar pro médico que faria o parto de Mariana.

Ele negou com a cabeça e suspirou fundo.
Chegou perto de Mariana e começou a cortar sua barriga, eu não consegui olhar, ao invés disso, comecei a rezar e beijei a testa de Mariana, que ainda estava desacordada.

- Vai ficar tudo bem.

Sussurrei em seu ouvido.

Como o médico cortou a barriga de Mariana, o bebê não demorou muito a sair, mas ao invés de ter ouvido aquele chorinho gostoso de neném, eu ouvi uma das piores conversas da minha vida.

- A bebê está desacordada.

Uma enfermeira falou.

- Reanima ela.

A outra respondeu.

- Ela não está respirando, não tem pulso, nem nada, infelizmente acho que ela...

- Perdemos um anjinho.

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Autora: Eu falei pra preparem o lenço😪

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𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐂𝐄. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora