𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐂𝐄. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.

96.

Mariana Lima

Hoje é aniversário do Bernardo. Eu e Raphael decidimos fazer algo mais reservado. Não alugamos nenhum espaço, o quintal da nossa casa era grande o suficiente pra colocar uma cama elástica e um escorregador inflável. Convidamos alguns amiguinhos dele da natação e da escolinha.

Antes de organizar toda a festa perguntamos pro Bernardo qual tema ele queria, e sua resposta foi surpreendente.

[Flashback...]

- Vem cá meu filho.

Veiga chamou Bernardo e ele veio sentando no seu colo.

- Seu aniversário tá chegando. Vai querer festinha?

- VOOOU. Com pula-pula, motanha russa, roda gigante...

Veiga me olhou e eu dei risada.

- Bem humilde.

- Queremos saber qual tema você vai querer branquelo do papai.

- Não sendo Corinthians, seu pai vai deixar qualquer um.

Veiga gargalhou.

- Mas ele já aprendeu que esse nome é proibido aqui. Né meu filho?

Bernardo negou com a cabeça e fez cara de bravo. Dei risada.

- Eu quero eu.

- Que?

Veiga perguntou e eu também olhei sem entender.

- Eu. Meu aniversário.

- Sim, o aniversário é seu.

- Não papai. Eu quero eu.

Veiga me olhou perdido e eu dei risada entendendo o que Bernardo queria dizer.

- Você quer que seu tema de aniversário seja você mesmo?

Perguntei e ele fez joinha com a mão.

- Ah pronto. Quer aniversário personalizado com suas fotos?

- Sim papai.

- Meu Deus Mariana, essa criança tá ficando muito tempo com o Gabriel.

- Tio Gabiii. Chama o tio Gabi.

- Claro meu amor, tio Gabi vai vim.

Respondi fazendo carinho no seu cabelo e ele saiu do colo de Raphael pra correr pela casa.

- Caralho Gabriel transformou meu filho em um narcisista.

- A criança nem sabe o que é isso amor.

- Se bobear nem o Gabriel sabe..

Rimos juntos.

[Fim do flashback...]

Então a festa estava completamente personalizada com fotos e nome do Bernardo.
Até um boneco feito de cera o Raphael conseguiu.

- Misericórdia, esse boneco tá igualzinho o chuck.

Gabriel falou tocando no rosto do boneco enquanto fazia cara de nojo.

- Confesso que quando eu cheguei, também fiquei com medo desse bicho.

Zé completou.

- É só um boneco gente.

- O chuck também era só um boneco. Até começar a andar e matar as pessoas.

Dei risada do comentário de Gabriel.

- A culpa é toda sua.

Veiga apareceu atrás de nós com a Alana no colo.

- Tudo é culpa minha, impressionante.