𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐂𝐄. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.

86.

Raphael Veiga

- Eu que vou pegar né, o pai sou eu.

Respondi passando por Mariana e me sentando na poltrona.

Mari se abaixou perto de mim e colocou Alana no meu colo, ajeitando ela em mim e me dando algumas dicas. E apesar de Alana ter resmungando um pouco, ela se aconchegou no meu colo e voltou a roncar.

E ali estava eu, com minha filha no colo, tão pequenina e frágil. Eu vou dar minha vida pra proteger essa menina do mundo. Uma lágrima solitária caiu do meu rosto e pingou na bochecha de Alana.

- Não chora não Raphael, se não eu vou chorar também.

Gabriel disse e eu dei uma risada pelo nariz.

- Tão pequenininha. E é minha cara tá Mariana?

- A menina não tem nenhum dia de vida ainda Raphael. Vai mudar muito.

Mariana me respondeu cruzando os braços e sentando na maca.

- Vai ficar ainda mais parecida comigo.

Ela revirou os olhos.

- Minha vez né? Saí dai.

Scarpa falou e eu dei risada.
Ele pegou devagar a Alana do meu colo e eu me levantei pra ele se sentar na poltrona. Mas quem disse que ele sentou? Ficou ninando minha filha em pé mesmo. Ás vezes eu esqueço que ele já é pai.

- Que criança linda. Certeza que é do Veiga, Mari?

- Tenho certeza.

Mariana respondeu rindo e eu cruzei os braços.

- Coitado de vocês, eu sou lindo.

- Autoestima é tudo né.

Gabriel falou e Scarpa deu risada.

- Da tempo de trocar os padrinhos ainda viu?

- Nem brinca.. Deixa eu pegar nela agora Scarpa.

- Ah não Gabriel, nem vem. Acabei de pegar.

- Vai se fuder Scarpa, eu moro lá na puta que pariu, você vai ver essa criança todo dia.

- Vem ser reserva do Rony Rústico, que você fica perto dela.

Gabriel deu uma gargalhada alta e Mariana deu um tapa no braço dele.

- Vai acordar a menina.

- Ai, desculpa. Me dê a criança Scarpa.

- Puta merda, que cara chato dos inferno.

Scarpa entregou Alana pro Gabriel, e ela resmungou algumas vezes e fez beicinho pra começar a chorar, até abriu um pouco os olhinhos.

- Uma vez flamengo... Sempre flamengo...

Gabriel cantava ninando Alana. E não é que a garota ficou quieta e voltou a dormir. Era só o que me faltava.

- Flamengo sempre eu hei de ser...

- Gabriel cala sua boca. Não vem querer converter minha filha.

- Mas ela gostou, voltou até a dormir.

Revirei os olhos.

- Nossa amor, sinceramente, tô achando foi uma péssima ideia escolher o Gabriel de padrinho.

Gargalhamos juntos.

Ficamos ali por algum tempo jogando conversa fora, enquanto Gabriel insistia em cantar todas as músicas relacionadas ao Flamengo pra Alana, que dormia igual um anjinho no colo dele.