18.

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Raphael Veiga

Saí de casa 10 minutos antes do horário combinado, não chegaria atrasado pra não parecer desfeita e não iria cedo demais pra parecer desesperado.

Bati na porta e ela me atendeu com uma cara assustada, achei estranho, porém o que eu mais reparei foi no vestido que ela usava, era o mesmo vestido do sonho e aquilo me deixou completamente abismado.

- É um otário mesmo, parece que nunca viu mulher.

Escutei alguém atrás da Mari dizer e nem precisei olhar, reconheci só pela voz.

- Não é isso que você tá pensando.

Mariana me respondeu e eu franzi a testa, por incrível que pareça, eu não estava pensando em nada.

- Tudo bem, sei que ele é incoveniente.

Mariana me ofereceu um sorriso.

- Quer entrar?

- Você tá falando sério Mariana? Vai deixar esse cara entrar aqui.

Ela nem o respondeu, apenas deu espaço para que eu passasse pela porta.

O clima estava bem estranho, óbvio, mas fiquei feliz por ela não me mandar embora pra conversar com ele. Cruzei os braços e fiquei em pé atrás de Mariana, que deu um passo para trás encostando em mim.

- Era só o que faltava, agora esse playboyzinbo vai escutar nossas intimidades?

Dei uma risadinha e vi Gabriel andando pra cima de mim.

- Tá rindo de que?

- De você. Acho incrível como você adora passar vergonha, parece uma criança quando não aceita que PERDEU.

Enfatizei o perdeu de propósito pra irrita lo, vi a raiva de Gabriel olhando pra mim, mas ele não disse nada.

- Não temos nada pra conversar Gabriel, por favor. Vai embora.

- Eu vou, mas a gente ainda vai conversar.

- Vocês vão conversar se ela quiser.

- Veiga por favor...

Mariana disse olhando pra mim, me olhou de baixo pra cima por ser menor do que eu, me fazendo novamente pensar no sonho, maldito subconsciente, juro que se o Gabriel não estivesse aqui eu beijaria seu corpo inteiro.

- É Veiga cala a boca, é a melhor coisa que você sabe fazer.

Revirei os olhos, infelizmente fui tirado do meu transe graças a voz insuportável do Gabriel.

- Vou te esperar no carro viu morena!? Qualquer coisa você grita.

Falei pra Mariana e dei um beijo em sua testa.

Me virei de costas saindo pela porta e esperei Mariana sentado no capô do meu carro.

Gabriel Barbosa

- Você já teve o que você queria, pode ir embora agora?

Mariana me perguntou com a voz em um quase sussurro.

Estávamos quase nos "resolvendo" quando Veiga chegou e interrompeu tudo.
E como um belo intrometido, ficou ali.
Ás vezes ele ria ou virava os olhos, me dando uma raiva tremenda.

Não queria admitir, mas eu estava completamente triste com toda essa situação, eu ainda gosto pra caralho da Mariana e vê lá com outro está sendo muito doloroso, não é só por ser o Veiga e sim pelo fato de realmente ter perdido ela.

Saí sem dizer uma palavra e segurando o choro, sim minha vontade era de chorar, de raiva, de tristeza, de decepção comigo mesmo. Como eu pude ser tão idiota? Eu posso ter perdido a mulher da minha vida por besteira.

Suspirei fundo antes de dar a partida no carro e sumir dali o mais rápido possível.

Cheguei na casa da Dhiovanna em menos de 5 minutos e ela me atendeu e sem dizer uma palavra apenas me estendeu os braços e eu há abraçei desabando, mas que inferno, odeio chorar na frente dos outros.

Mariana Lima

Eu só conseguia pedir desculpas pro Raphael Veiga o caminho inteiro até o restaurante, fiz ele passar por um constrangimento desnecessário e eu me culpava por isso.

- Mari, eu já te falei que tá tudo bem.

- Não precisa mentir pra mim Veiga, sei que foi constrangedor.

- Foi. Mas nada que eu já não tenha passado.

Ele me respondeu piscando e eu lhe ofereci um sorriso.

Raphael é um cara tão gentil, engraçado, às vezes um pouco impulsivo como no caso do beijo, mas ele tinha um coração bom, eu sentia isso e ele sempre me deixou muito confortável.
É Bruna, você perdeu um homão.

- Por que você está me encarando?

Ele me perguntou rindo e eu abaixei a cabeça também rindo, não percebi que olhava pra ele enquanto pensava.

- Só estava pensando que a Bruna perdeu um homão.

Ele riu sem graça, mas sem olhar pra mim pois estava dirigindo.

- Por que?

- Por que!? Você é engraçado, gentil, super compreensivo, atencioso e ainda é bonito, pacote completo.

Vi Veiga contransgido pela primeira vez, sua cara estava vermelha, gargalhei jogando minha cabeça no meu banco.

- Você me deixa sem graça.

- Ah para, você deve tá acostumado a receber elogios.

- Não de mulheres incríveis como você.

Gargalhei mais uma vez e ele aproveitou o sinal vermelho para prestar atenção em mim.

- Não entendi a graça. Você deveria ter a consciência do mulherão que você é, se olhar com mais carinho, olhar mais ao seu redor e perceber que tem um mundo de possibilidades pra você...

Veiga me disse olhando nos meus olhos intercalando o olhar na minha boca, senti meu corpo ficar quente e minhas pernas ficarem bandas, mas como isso? Ele nem encostou em mim?

Seus olhos, a resposta está neles, desde o primeiro dia Veiga nunca desviou seus olhos de mim e sempre olhando fixamente nos meus, talvez Paula esteja certa, eu devia olhar pra ele dessa mesma maneira, com mais carinho.

- Chegamos.

Fui acordada do meu devaneio com a voz dele.

Ele desceu do carro e abriu a porta pra mim.
Entramos no restaurante e eu solicitei minha reserva, sentamos na mesa e sem demorar muito um garçom já apareceu, fizemos nossos pedidos e logo estávamos nós ali de novo, nós encarando sem dizer uma palavra, apenas prestando atenção um no outro.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐂𝐄. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora