Lee Felix
- Hyunjin! - Gritei assim que o vi entrar. Peguei a toalha que estava no chão e comecei a enxugá-lo. - Troca a roupa se não... - Hyunjin segurou meus pulsos com delicadeza e sorriu.
- Se acalme, eu estou bem. - Riu fraco e beijou minha testa. - Vou tirar essa fantasia molhada e já volto, okay? - Assenti devagar e deixei que ele subisse as escadas em direção ao próprio quarto.
- Ele chegou? - Sophia apareceu na sala com uma caneca de chocolate quente e colocou em cima da mesinha assim que eu assenti. - Converse sobre o que está acontecendo com você, ele merece saber porque ele é parte disso e como eu disse, eu acho injusto você sofrer nessa fase sozinho. Você precisa de mais algum apoio e decidir o que vocês dois vão fazer. - Sophia sorriu minimamente quando eu concordei com a cabeça e subiu as escadas.
Nunca havia ficado tão nervoso e tão ansioso na minha vida, estava com mais medo de como ele reagiria do que do que com o que faríamos com o bebê.
Os dias que havia tirado longe do colégio e longe de Hyunjin não me serviram para nada, pensei que depois de um tempo pensando eu iria achar a resposta perfeita mas tudo que achei foram noites péssimas e crises de ansiedade seguidas.
Tentei esvaziar a minha mente enquanto assistia o entardecer chuvoso e esperava Hyunjin.
- Felix? - Escutei a voz de Hyunjin e virei em direção a escada.
- Vai sair outra vez? Está chovendo, vai deixar todo mundo muito preocupado. Eu vou ficar muito preocupado. - Levantei rapidamente do sofá quando o vi com uma jaqueta de couro e um guarda chuva na mão. - Eu sei que eu não tenho nada a ver com a sua vida e que não posso te controlar, mas estou falando isso só porque eu fico muito preocupado e...
- Eu estava esperando que você viesse comigo. - Franzi o cenho sem entender e ele deu um sorriso de lado. - Eu quero ir a um lugar especial e gostaria que viesse comigo.
- Hyunjin, nós precisamos conversar sobre os últimos acontecimentos então eu não acho que é uma boa idéia nós sairmos agora e ainda mais chovendo desse jeito. - Apontei para a janela.
- Podemos adiar a nossa conversa só por meia hora? É só o que eu preciso. Se você não quiser ir não tem problema, eu só gostaria de uma companhia mas acredite, não vou a um lugar divertido. - Riu.
- Eu vou só colocar o meu casaco... - Falei e caminhei até o armário dos casacos perto da escada. - Posso saber onde nós vamos?
- Ainda não. Jeongin vai nos levar de carro, é um pouco longe daqui. - Engoli minhas perguntas e decidi apenas seguir o alfa.
...
- Chegamos. - Jeongin disse enquanto estacionava o carro em frente a um grande portão de ferro e eu arfei quando vi o lugar. - Eu vou esperar aqui dentro, quando estiverem prontos para voltar para casa é só retornarem ao portão. - Sorriu por educação e ligou o rádio.
Hyunjin saiu do carro e estendeu a mão para que eu descesse. Tentei parecer confortável mas em meu rosto estava estampado o puro desconforto em estar em um lugar como aquele em um dia chuvoso.
- Eu consigo sentir seu desconforto, sei que você está evitando fazer muitas perguntas para mim mas não se preocupe, eu entendo se quiser perguntar. - Riu enquanto empurrava o portão e entrava.
- O que estamos fazendo em um cemitério no entardecer e ainda mais em um dia chuvoso? - Estremeci.
- Não vamos ficar muito tempo, não se preocupe. Assim que o sol se pôr já estaremos dentro do carro voltando para casa. - Deu um sorriso que não chegou aos olhos. - Nós não vamos ficar muito tempo. - Eu ia repetir a pergunta anterior mas me parei quando vi que Hyunjin já não falava mais comigo, ele estava falando com a lápide que tinha o nome "Hwang Cara" em uma fonte elegante. - Feliz aniversário, mamãe. Eu espero que esteja melhor do que nunca, esteja onde estiver. - Deu um sorriso triste e se sentou em frente a lápide, não se importando em sujar as próprias roupas.
- Você não me contou que hoje era o aniversário dela... - Comecei ainda cauteloso de tocar no assunto proíbido.
- De ano em ano eu tento convencer a todos que estou bem, passo o dia todo sorrindo e fingindo que esqueci, mas no entardecer sempre passo aqui. - Passou os dedos pela lápide. - É algo que eu faço todos os anos nesse mesmo dia. Eu sento aqui e conto para ela tudo que me aconteceu no último ano. - Esboçou mais um sorriso triste quando eu sentei ao seu lado. - Por muito tempo eu fiquei com vergonha de visitá-la, apenas por não ter muito o que contar a ela, mas parece que agora eu tenho muitas novidades e pouco tempo para contar tudo. - Riu sem humor. - Eu sei que ela pode não estar ouvindo e que isso não é importante para os espíritos mas... É importante para mim.
- Tem certeza que não quer que eu volte para o carro e te deixe sozinho para ter seu momento?
- Tenho certeza. Eu não vou demorar muito, até porque não posso arriscar ficar doente e nem te deixar doente. - Soltou uma risada nasalada. - Eu vou ser breve porque eu tenho que cumprir algo que prometi a ela quando era criança. - Franzi o cenho e ele entrelaçou nossas mãos. - Mamãe, eu conheci um ômega incrível. Eu sinto muito mais do que o que a senhora disse que eu sentiria quando eu encontrasse minha alma gêmea. Ele desperta todas as coisas bonitas em mim que eu pensei que tinha perdido quando a senhora foi embora. Eu prometo que eu nunca vou deixar o meu amor ao acaso, eu prometo que darei tudo que ele precisar e que vou respeitar sua natureza, que não vou deixar meus instintos alfa podarem a pessoa forte que ele pode ser. Prometo que o respeitarei como pessoa, como ômega e como amigo. Mamãe, é com ele que eu quero me casar em um futuro muito próximo, é com ele que eu terei meu primeiro filhote. - Ele olhou nos meus olhos e apertou de leve as minhas mãos entre as dele. - Eu prometo proteger e respeitar nosso filho ou filha, seja ômega, alfa ou beta, homem ou mulher, independente de orientação sexual, independente se for difícil como eu ou doce como você. Eu vou lutar todos os dias para não faltar nada e nunca me lamentarei por isso. Por favor, não desista de mim na minha primeira burrada, eu não sei como é e o que fazer como pai mas eu sei que eu não vou desistir de alguém que tem meu sangue e sobrenome. Me diz o que você vai escolher, mas saiba que eu te respeito acima de tudo, eu respeito sua escolha, seja o que estiver passando na sua cabeça agora, me fala que nós vamos resolver.
- Você já sabia. - Puxei uma das minhas mãos de seu aperto para limpar as lágrimas do meu rosto. - Por que não me disse?
- Eu também tive medo.
- E não tem mais?
- Eu tenho, mas é algo normal, é normal sentir medo.
- As promessas são reais?
- Totalmente, nunca duvide delas.
- Eu amo você, muito mesmo. Eu estou com medo de falhar.
- Não vamos falhar. - Disse com firmeza.
- Teremos um filhote. - Sorriu.
- Teremos um filhote.
...
Heey,
Eu gosto muito desse capítulo.
Eu não queria escrever o personagem do Hyunjin como um cara perfeito, que muda todo seu jeito pq se apaixona, por isso fiz questão de colocar ele dando um deslize todas as vezes que parecia que ele estava moldado demais.
O personagem tem segredos e situações que passou que não contará para o outro, e isso foi citado pelo personagem Minho. Todos têm segredos e situações que prefere não contar e está tudo bem.
Nem tudo na história precisa ser explicado.
Sim, foi intencional.
+20 comentários e eu volto, bebês :)
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The Big Problem | Versão Hyunlix | A.B.O ✔
FanfictionLee Felix não conseguia acreditar que seu pai estava se casando outra vez. O problema não era Lee Minho, o grande problema era o filho dele, Hwang Hyunjin. Ou, Onde o pai de Felix, Jisung, vai se casar com Minho, o pai de Hwang Hyunjin. A questã...