Part 6

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- Eu perdi o meu telemóvel no aeroporto, quando fiz o check in, pelo menos foi a última vez que o vi, e tinha lá o teu número gravado, como não tinha outra forma de te contactar mandei-te um e-mail, descobri-o através da página da pastelaria que existe na internet, também descobri que não tens facebook, twitter, instagram, não és muito ligada nessa coisa pois não?

Tinha realmente uma vaga ideia que existia qualquer coisa na internet criado pela minha falecida tia, era ela que respondia aos email e desde a sua morte nunca lá tinha ido, tanto que  até tinha esquecido que existia.

- Não ligo mesmo nada, mas não era isso que tínhamos combinado! Devias ter-me ligado.

- Eu sei...mas não tinha o teu número como querias que eu o fizesse? E tu porque não respondestes aos meus e-mails?

- Há meses que não tenho tempo de verificar a caixa de correio....nem me lembrei de o fazer, para falar a verdade. Fiquei a espera da tua chamada nos primeiros dois dias, como tinhas combinado e como não dissestes nada, pensei que simplesmente me tinhas esquecido.- Afirmei como se fosse um pensamento natural de se ter.

- Esquecer-te? Desejava até conseguir fazer isso. - Suspirou exasperado.- Mas em vez disso não me saíste da cabeça durante este tempo todo. Passei estes dias doente de desejo frustrado.

Estava tudo finalmente explicado, senti o coração mais leve e muito feliz.... não me tinha esquecido....e decidi brincar com ele.

- E agora estás melhor? Foi só por isso então que vieste, para tomar a tua dose de medicamento?- Perguntei malandra.

- Entre outras coisas, mas ainda me sinto um pouco doente - Disse com um sorriso maroto no canto da boca, devorando-me descaradamente com o olhar e movendo-se para se deitar em cima de mim.

- Calma aí menino. - Pedi, estendendo os braços para o afastar de mim. - Antes de continuarmos com esta história, vamos ter que estabelecer alguns limites para esta relação, se isto se pode sequer considerar de relação. - Soltei esta última frase mais para mim mesma.

-Mas de que limites estás a querer falar. Se vamos fazer cinco ou dez vezes amor por noite? Eu contigo acho que consigo ir até umas dez vez facilmente.

Dei-lhe uma tapa na mão, rindo.

-Não, tolo! Acho que nesse departamento nos entendemos muito bem e não quero limites. O que quero falar é dessas tuas aparições sem avisar, não posso voltar a viver outra semana como esta...foi muito duro para mim, não ter qualquer palavra tua, qualquer aviso. Quero saber o que isto é? Sou uma menina de boas famílias sabes...- Disse brincando.

- Desculpa mas eu avisei. Enviei-te um e-mail ontem a ameaçar que ou me respondias ou viria atrás de ti. Não podes imaginar como fiquei furioso e preocupado contigo, quando não me dissestes nada, uma semana a enviar-te um e-mail todos os dias e... Nada. Cheguei aqui hoje pronto para matar alguém.- Parou um segundo antes de continuar. - E eu sei que és  uma menina de boas famílias, e embora sejas uma menina muito má, eu respeito-te  e para que não tenhas qualquer duvida... nós estamos definitivamente numa relação, és minha desde que te pus os olhos em cima- Ele parou por um segundo olhou para mim com um olhar interrogativo.- Para mim sempre foi  óbvio e pensava que para ti também fosse.

-Óbvio, que nada!... eu pensei que não querias mais nada comigo, porque tinha caído fácil, fácil na tua cantiga. Fiquei furiosa contigo e andei a descontar sobre todo o mundo. Se a aldeia soubesse que era por tua causa que eu andava intragável acho que serias banido de vez e até mesmo corrido a pedrada.

-Então ainda bem que ninguém sabe!- Ri-me da cara de alivio exagerado que ele fez.- E eu é que pensei que te tinha arrependido por teres sido tão precipitada e por isso não me respondias aos emails. Somos dois nisso não te esqueças...

Eternamente  (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora