Eternamente (completo)

Part 23

Fugi do estúdio de gravação como se o diabo me perseguisse. A bomba que tinha largado durante o programa iria ter as suas consequências, sabia disso ...

Queria o refugio da minha casa. Precisava de estar só para pensar e preparar-me para o que eu sabia que vinha a seguir.

Tinha saído do estúdio a menos de dez minutos quando o meu telemóvel começou a tocar. Não procurei verificar quem era, porque fosse o meu agente, o Marco, a Nessa ou qualquer outra pessoa não estava interessada em falar com ninguém de momento.

Tinha consciência que antes do dia acabar teria um confronto com o meu ex-namorado, que obviamente iria querer saber porque só agora é que o tinha procurado para o informar da minha gravidez. Sabia também que ele não ia aceitar nenhum dos meus argumentos ou explicações.

Resumindo estava ferrada.

Após meia hora de condução, centenas de chamadas, cheguei a casa. Por alguma razão inexplicável tinha certeza de que iria encontrar Marco a minha espera a porta da minha casa.

Estacionei no parque do condomínio fechado onde morava e depois de fechar a porta do meu carro, respirei profundamente várias vezes para ganhar coragem e me acalmar, e comecei a fazer o caminho até ao meu apartamento.

Tinha razão... alguém se encontrava a minha espera.... só tinha errado no ex-namorado.

Nessa estava sentada no último degrau das escadas que davam na minha porta, brincando com o seu telemóvel, mal me viu levantou-se e veio me acolher com um abraço. Aproveitei e deixei-me consolar, precisava desesperadamente de um amigo neste momento e como sempre ela estava lá para mim. Muitas vezes me perguntava porque não a deixava entrar de uma vez por todas no meu coração e o que me impedia de viver este amor, seria tão mais fácil.

- Vistes?

- Sim.

-Juro que não era a minha intenção, queria dizer-lhe mas não desta forma. Nunca desta forma...

- Eu sei.

- Mas compreendes? Tinha que defendê-lo!

-Sei.

- Ela estava a massacra-lo ... eu tinha que a convencer!

-Sei.

- Para com isso! - Desfiz o abraço e furiosa entrei em casa pousando as minha coisas na entrada antes de ir para a sala de estar, sempre seguida por Nessa.

- Paro com o quê?

- Com isso, estou a contar o que aconteceu e porque o fiz e tu só respondes com "sei""sim"- Esta ultimas palavras disse imitando o tom com que ela as tinha dito.

- E que queres que te diga? - Nessa estava no meio da sala com as mãos nas ancas e tinha agora uma atitude menos simpática.- Queres que te diga que tens um senso de oportunidade fantástico? Que devias te ter contido mais um pouco? Que agora.... se conheço o meu amigo, este deve estar a caminho de cá para te esfolar?

- Mas só o quis defender!

- Por isso é que eu disse "sei". Eu compreendo o que quisestes fazer e o quanto foi duro para ti admitir em frente a nação que Marco era o pai do teu bébé. Também sei que o mundo do espectáculo é novo para ti e não tens as armas necessárias para o combater e acabaste por agir com o coração. Mas arranjaste um belo sarilho, vamos ter que ver como a coisa se desenvolve.

- Ela não parava... - Afirmei num sussurro baixinho indefesa. A amplitude do que tinha feito começava a abater-se sobra mim.

- Anda cá princesa - Nessa estendia os braços e procurei neles novamente refugio e senti o beijo que ela depositou no meu cabelo que ela começou a acariciar suavemente.- Tudo se vai resolver, prometo.