Part 9

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Desta vez mal cheguei a casa a noite, o telefone tocou, não falamos durante muito tempo, já que por causa da diferença horária ele ainda estava a trabalhar. Também não chegou para matar a saudade que eu sentia dele. Marco perguntou-me pela primeira vez se eu usava algum método contraceptivo.

- Só agora é que te lembras disso? E se eu já estiver grávida o que vais fazer?

-O que vou fazer, ou o que vamos fazer?

-Não, o que vais fazer? Porque se eu estiver grávida vou ter o bébé, isso está muito claro na minha cabeça.

-Ainda bem, porque não te deixaria fazer um aborto. Teremos então o bébe juntos, casados, ou de qualquer outra forma, veríamos isso depois. Mas esse bébé seria amado por mim e não deixaria faltar nada a nenhum dos dois.

- Gostei de saber que posso contar contigo.

-Tinhas dúvidas?

- Não propriamente, mas é sempre bom ouvir que temos alguém que nos apoia sempre que necessário. Mas em relação a um possível bébé está descansado eu tomo a pílula desde os dezasseis anos para regular o meu preiodo...mas nunca se sabe ...essas coisas as vezes falham...-Fiz um ligeiro suspense, só para brincar com ele.

-E falharam desta vez? - Aguardei mais um pouco antes de responder, queria fazê-lo sofrer um pouquinho, ele devia se ter lembrado disso mais cedo, afinal ele era um homem viajado ao contrario de mim, mas não tive coragem de o manter nesse sofrimento por mais tempo e finalmente respondi. - Desta vez não, o meu período veio hoje.

Ouvi um suspiro de alívio do outro lado da linha e não pude deixar de rir, os homens eram tão previsiveis...

- Aliviado?

-Um pouco. Não me entendas mal, adorava ter um filho contigo, mas preferia que isso acontecesse quando estivéssemos preparados e tivessemos decididos fazê-lo.

-Também concordo, mas.... falando de coisas sérias...sabes que estou cheia de saudades tuas?

A partir dai a conversa foi leve e muito erótica, até que ouvi alguém chamá-lo obrigando-o a despedir-se de mim.

Depois dessa chamada falamos religiosamente todos os dias. Aprendi o conceito de sexo por telefone e o quanto, ao fim de alguns dias, isso só não chegava para acalmar a frustração de não podermos estar realmente juntos.

Na quarta feira, enquanto trabalhava na fábrica o meu telemóvel tocou, no visor estava um número desconhecido. Normalmente não atendia esse tipo de chamadas que muitas vezes eram de call centers que tentavam me vender alguma coisa que eu não queria, mas desta vez, não sei porquê decidi atender.

-Tou.

-Sim, Boa tarde, estou a falar com a Sarah a doceira?

-Sim,

- Boa tarde Sarah. Sei que não me conhece mas estive no casamento da Magalie e adorei o seu bolo de de casamento. Meu nome é Marisa e trabalho para a revista Cake design e gostaria de fazer uma matéria sobre si e sobre a sua pastelaria. Não sei se estaria interessada?- Não fazia idéia que a filha da D. Hortência fosse tão bem relacionada.

Por um momento fiquei de boca aberta de surpresa. Uma reportagem ...comigo...

- Sim..claro. - Comecei a responder hesitante.

-Eu sei que deve estar surpresa, e eu também devo confessar porque normalmente fazemos matérias com pasteleiros já com algum renome, mas mostrei fotos do seu trabalho que é tão fantástico que depois de falar disso com os meus superiores, decidimos avançar.

Eternamente  (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora