EDUARDA
Fecho meus olhos e tento recuperar o controle da minha respiração, mas parece uma missão impossível.
Meu coração tá acelerado, tô sentindo palpitações e a minha mente tá bagunçada.
Não tenho mais controle sobre meu corpo e minha garganta se aperta por conta do choro que eu tô segurando a muito tempo.
Hoje faz mais um ano de que tudo aquilo aconteceu e nessa data eu sempre tenho crises de ansiedade fortíssimas que me fazem querer desistir de tudo.
Perdi a pessoa que eu mais amava e a que mais me amava, a dor é horrível e nunca passa, sempre ameniza mas quando chega nessa data volta com tudo. Cada vez mais forte.
E como sempre, não tenho ninguém aqui comigo.
O fato de eu não construir laços fortes com as pessoas me faz ter amizades com que não posso contar com ninguém pra estar comigo em momentos assim.
Eu tenho medo de amar demais e acabar perdendo alguém igual perdi ela. Não iria suportar mais aquela maldita dor.
Inspiro e solto o ar várias vezes, mas isso parece me deixar pior ainda.
– Ok, fica calma– digo e passo a mão no meu rosto.
Abro a gaveta da mesinha de cabeceira e pego meu kit. Acho que isso vai me fazer bem.
Com as mãos tremendo começo a bolar meu baseado, sempre recorro a ele quando vejo que a situação tá séria, tipo agora.
Antes as crises eram incontroláveis, então eu tinha que tomar remédio controlado pra evitar de sentir, mas com o tempo fui melhorando e a frequência foi diminuindo, aí me tiraram o remédio e eu consegui lidar bem com isso.
Porém, tem vezes que ela vem do nada.
Quando termino, pego o isqueiro e acendo, dando uma tragada e deixando a fumaça por um tempo na minha boca antes de soltar.
Eu sinto que não deveria estar fazendo isso, é algo que é ilegal e acho que fazer isso torna meio proibido, mas muito mais gente do que as pessoas imaginam, fumam maconha.
Com algumas tragadas eu já me sinto bem melhor e as sensações ruins já não estão mais no meu corpo, então me deito na cama e no mesmo momento o meu celular toca.
E lá se vai minha paz...
Vejo o nome da Lorena na tela e sinto que lá vem coisa.
Resolvo atender.
– Oi– digo e dou mais uma tragada.
– Trabalho pra você, gatona.
– Quando, onde e horário.
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𝗖𝗢𝗗𝗜𝗡𝗢𝗠𝗘•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹
FanfictionDurante o dia ela é apenas a Eduarda, que tem o Gabriel como seu chefe. Durante a noite ela é a Blue, que usa toda sua ousadia e sensualidade para se transformar em outra pessoa. Quem diria que o Gabriel iria ficar obcecado a partir do momento em q...