TRINTA E NOVE

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EDUARDA

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EDUARDA

Todas as palavras que saem da boca dele me ferem de uma maneira muito dolorosa.

Eu mereço tudo isso.

Menti, fui covarde, decepcionei um cara que me trata bem e me ajudou em vários momentos.

Tiro a peruca da minha cabeça e sinto meu chão desmoronar.

Os olhares de ódio que ele me lança me machucam.

Eu mereço.

Me sento no sofá e jogo a peruca no chão junto com a máscara. Isso é uma farsa, uma droga na qual me viciei e não consegui mais largar.

– Me escuta, depois você pode gritar e me xingar, mas deixa eu falar.

– Eu não posso acreditar em mais nada do que sai da sua boca.

– Eu não vou dizer que você tá errado em reagir assim, você não tá. Eu errei em mentir, errei em esconder isso de você que me ajudou e me escutou quando eu contei da minha história…

– E quem garante que você não tava mentindo nisso também?

– Desconfie de tudo menos disso, eu nunca inventaria uma história dessas e eu quero que pelo menos nisso você confie. Você não sabe a dor que eu sinto ao lembrar de tudo que vivi na minha infância, não fala que eu menti nisso.

Algumas lágrimas começam a rolar pelo meu rosto e eu não tento impedi-las.

– Eu sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer, sabia que você iria descobrir e isso parecia melhor do que ter que te contar. Eu sou covarde e não tenho coragem.

– Você realmente é covarde.

– Sim, eu sou. Eu menti porque não queria revelar a blue que sempre foi meu refúgio e se eu falar que me sentia mal vendo seu olhar de desejo sobre ela vou estar mentindo também, mas eu te garanto que desde a última vez que me apresentei na sua casa a minha consciência pesou muito e eu pensei em parar com tudo.

– Parou tanto que me chupou no banheiro daquela casa.

– Porque você veio atrás de mim. Você sufocava, Gabriel, era uma vontade tão gigante em descobrir quem era que você fechava os olhos em relação a tudo a sua volta. Era só você ter pensado.

– Vai jogar na cara agora?

– Foi mal, é que eu não sei o que falar.

– Você ia me contar?

– Vontade não faltou, o que faltou foi a coragem.

Ele se senta na poltrona que fica de frente pra mim e abaixa a cabeça.

– Você tem sido tão gente boa comigo que a minha consciência pesou muito e eu tava decidida a fazer com que a Blue sumisse da sua vida.

– E você iria manter essa mentira guardada?

𝗖𝗢𝗗𝗜𝗡𝗢𝗠𝗘•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora