EDUARDA
Tem um motivo pelo qual evito de assistir jogos: eu surto muito.
E quando digo surtar não é no sentido de ficar nervosa, é no sentido de surtar de verdade!
Eu grito, xingo, soco o que tiver pela frente, jogo coisas no chão e dependendo da situação, até choro!
Fazia um tempo que eu não assistia jogos, só ficava sabendo do resultado pela internet e pelo pessoal lá na casa.
Só que agora eu tô aqui no Maracanã, no camarote do Gabriel. Os torcedores cantam e vibram de uma forma que faz aquela paixão que eu sempre tive e tava apagada reacender de uma forma surreal.
Eu sou flamenguista.
Lembro que assistia os jogos na época que morava com a minha falecida avó e era inexplicável as coisas que sentia, mesmo com o time sendo ruim pra cacete!
Obviamente não quis contar isso pro Gabriel pelo simples fato de que ele ficaria se achando, conheço a peça que certamente falaria: sou o camisa dez do seu time, fiz gols em finais que deram o título ao flamengo... E várias outras coisas.
Tá errado? Não tá, afinal ele teve uma identificação gigantesca com o flamengo e deu muitas coisas a nós, só que assim, ele ficaria jogando na cara coisas que eu já sei e sou grata a ele por isso, mas ninguém merece.
Agora eu tô aqui sentadinha em volta de muita gente que eu não conheço e evitando prestar muita atenção no jogo porque se o Fábio me ver surtando ele vai contar pro Gabriel.
Quase coloquei meu manto relíquia, mas não tô muito afim de ser descoberta uma torcedora, então só coloquei uma blusinha vermelha, minha calça preta e um tênis branco da Nike. Passando uma mensagem um tanto quanto subliminar.
Tá frio pra cacete e como aqui as pessoas não ficam tão grudadas iguais ao povão que só faltam pular um por cima do outro, não tem como ter o calor humano.
Tô quase abraçando o Fabinho que tá de casaco.
Tem umas meninas aqui, inclusive uma tá com uma bota de salto alto e eu fico me perguntando como essa criatura vem assim pra um estádio.
– Tá curtindo?– o Fabio pergunta e eu olho pra ele, concordando com a cabeça.
– A torcida é maravilhosa!
– Outro nível, pô.
Realmente, me lembro da primeira vez que vim aqui, eu tinha 18 anos e saí lá de Realengo toda me tremendo porque não sabia se ia conseguir chegar a tempo do jogo, mas deu tudo certo e foi inesquecível.
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𝗖𝗢𝗗𝗜𝗡𝗢𝗠𝗘•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹
FanfictionDurante o dia ela é apenas a Eduarda, que tem o Gabriel como seu chefe. Durante a noite ela é a Blue, que usa toda sua ousadia e sensualidade para se transformar em outra pessoa. Quem diria que o Gabriel iria ficar obcecado a partir do momento em q...