QUATORZE

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GABRIEL

Abro a porta do meu quarto e saio, olhando o corredor vazio e com pouca iluminação.

Se aparecer uma assombração aqui agora eu corro e e tranco a porta do meu quarto, sem desespero.

Só que de repente eu ouço um barulho estranho e esqueço a ideia de descer pra beber água e volto pro meu quarto. A sede pode aguentar o dia amanhecer.

Tranco a porta e vou até a varanda.

Eu tô sem sono, deitei pra dormir tem mó tempão e não consegui pregar os olhos nem por um segundo.

Graças ao bom Deus o Matheuzinho não veio aqui pra casa, ele iria ficar enchendo o saco da Eduarda e não sei se ela leva na esportiva as brincadeiras dele.

Não sei como aquele garoto conseguiu o número dela tão rápido, eu que sou o chefe ainda não tenho, é inacreditável.

Ouço um cheiro meio conhecido e olho lá pra baixo, vendo que em uma das cadeiras de pegar sol está a Eduarda, sentando e com um cigarro entre os dedos.

Opa...

A noite tá clara e estrelada, a lua ilumina tudo, mas tá muito frio e não sei como ela aguenta estar lá fora.

Não sabia que ela fumava e pelo cheiro que sobe, é um baseado.

Resolvo ir até lá.

Pego um cobertor e jogo nas minhas costas, tô só do shorts e com uma camisa, isso não vai me proteger do frio.

Saio do quarto e desço, aproveito pra beber água quando passo pela cozinha.

Quando saio, sinto o vento gelado contra mim e me arrepio dos pés a cabeça. Era melhor ter ficado no meu quarto quentinho mesmo, mas não...

Observo a Eduarda levando o baseado até a boca e em seguida soltando a fumaça pro alto. Ela tá tão aérea a tudo que ainda não percebeu a minha presença.

– Tem espaço aí pra mim?– pergunto e seu corpo treme.

– Porra, caralho, que susto!– leva a mão até o peito esquerdo e me olha– quer me matar?

– Não era a minha intenção– me sento na cadeira do lado da dela e cubro minha perna com a coberta– foi mal.

– De boa– da de ombros e desvia o olhar.

– Não sabia que você fumava.

– Não com frequência– me olha e em seguida pro baseado entre seus dedos, levando até os lábios.

Suspiro e levanto a cabeça, vendo algumas estrelas.

– Achei que todo mundo estava dormindo– diz com a voz um pouco rouca e eu olho na sua direção, tendo a imagem dela soltando a fumaça e sinceramente? Que desgraçada linda.

𝗖𝗢𝗗𝗜𝗡𝗢𝗠𝗘•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora