TRINTA

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GABRIEL

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GABRIEL

Eu por acaso deveria ficar surpreso? Porque não tô.

Eu sabia que ela torcia pra algum time e o fato de não falar já mostrava ser o flamengo.

Não é como se eu fosse jogar na cara dela tudo que já fiz pelo time.

Só dou um sorrisinho como resposta, vou ficar quieto pra ela não se estressar e sair daqui. Tô gostando de ficar grudadinho assim.

– Fiz você ir de zero a mil na final da liberta de dois mil e dezenove, hein?

Não consigo ficar quieto.

– Graças aos caras que te deram o passe, hein?

– Quem chutou na rede?

– Quem armou a jogada?

– Não é mais fácil você só ser grata por mim?

– Quem disse que não sou?– desvia o olhar– só não fica se achando e jogando na cara, tá?

– Não falo mais nada, pô.

Faço com que ela deita a cabeça em meu ombro novamente e olho, dando um sorrisinho ao vê-la encarando a televisão.

– Hoje vai ser de quatro, Dudinha– digo e ela levanta a cabeça, me olhando– tô falando do jogo, mas se você quiser ficar também...

– Olha lá, presta atenção no jogo– da um tapinha no meu peito e desvia o olhar.

– Vocês tão vivos ainda?– ouço a voz do Fábio e levanto a minha cabeça, olhando pra ele e os caras que tão com uma cara de quem tão se segurando pra não soltar alguma piada.

– Sim, a Eduarda é realmente flamenguista.

– Eu sei, vi ela surtando no jogo contra o Fluminense.

– Qual é, mano? E não falou nada? Odeio mentiras.

– Ela falou pra não contar, respeitei, ué.

– Falo nada pra tu– nego com a cabeça e volto a posição anterior, percebendo a Eduarda meio estranha– que foi?

– Nada não– me olha e da um sorriso sem mostrar os dentes– só tô nervosa por conta do jogo.

– Relaxa, pô, vai dar bom pra gente.

– Disso eu sei né, mas isso não impede o nervosismo.

Concordo com a cabeça e agarro mais o corpo dela. Não sei porque mas gosto de estar perto dessa garota.

[...]

– Aqui o filho chora porque...

– O pai bate!– a Eduarda diz e eu faço um toque de mão com ela que tá toda felizona.

O jogo terminou e ganhamos de quatro a um, poderia ter mais do flamengo? Sim, mas posso me conformar com esse resultado.

E não tô completamente feliz porque a Eduarda se segurou e não surtou como eu gostaria que surtasse. Ficou quieta e só se exaltou em alguns lances, falando uns palavrões, mas nada de puxar os cabelos, tacar coisas no chão ou qualquer outra coisa do tipo.

𝗖𝗢𝗗𝗜𝗡𝗢𝗠𝗘•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora