A babá

Capítulo 18

-Eu fico com a cama e você com o sofá.-Diz o mesmo me fazendo bufar.

-E onde fica o cavalheirismo?-Pergunto cruzando os braços.

-Da porta pra fora, quer um cavalheiro procure outra pessoa.-Olho embasbacada para o homem a minha frente enquanto me seguro para não xinga-lo. É fácil esquecer que ele é meu chefe e não apenas um babaca imbecil.

-Eu não vou dormir no sofá!-Digo irritada, não via problema em dormir na merda do sofá se fosse necessário, mas esse arrombado falou essa merda em um tom que eu não gostei.

-Tanto faz, o chão também pode ser bem confortável c-Apenas trombo em seu ombro antes de ir com minha mala para dentro do quarto e irritada, jogo minha mala na imensa cama king size.-Nós dois não vamos em hipótese alguma dormir juntos.-Diz entredentes me encarando com um ódio mortal.

-Eu irei tomar o meu maravilhoso banho e depois com certeza vou aproveitar meu tempo para andar por aí, depois eu vou deitar na cama com ou sem você ao meu lado.-Digo pegando minhas mudas de roupa e apenas ignorando o ser, ser esse que me para no meio do caminho ao pegar em meu braço e me encarar com uma tremenda carranca.

-Onde pensa que vai? Você não está aqui a lazer, está aqui a trabalho.-Diz me irritando.

-Se não soltar a merda do meu braço, eu vou pra porra da cadeia depois de eu acertar a merda da minha mão na sua cara seu gringo filho da puta.-O mesmo me lança um sorrisinho de deboche antes de apertar mais o meu braço.

-Em inglês.-Diz com deboche fazendo com que eu perca a paciência e o empurre, o que claro, vindo da minha parte com certeza não daria nada de bom. E bem, por que? Porque caímos feito duas bostas no chão e agora me pergunto o porque cometi a merda da burrada de empurra-lo.

Esfrego minhas costas enquanto me sento, isso é tudo culpa dele.

-O que diabos estava na sua mente quando resolveu me emp-Sua fala é cortada, assim como minha cara vai lá no chão quando vejo minha calcinha na sua cara e porra, agora está em sua mão. Eu o encaro sem reação e ele faz o mesmo. Encara minha calcinha vermelha, antes de me encarar e ainda desnorteado ele a entrega para mim antes de correr da minha frente. Confusa, apenas o observo ir para um dos banheiros. Com minha cara queimando mais que em um dia extremamente quente no rio de janeiro, vou direto para o outro banheiro, tentando esquecer essa cena completamente constrangedora.

Termino de passar o meu belo gloss que deixa minha boca com a aparência de alguém que comeu uma panela de frango frito, mas que eu particularmente amo. Fiz um delineado básico e apenas passei uma água no meu cabelo que ainda continuava com bastante definição. Avalio o meu vestido branco e jesus, eu estou gostosa pra caralho! Olha essa bunda! Prontíssima para arrasar por aí, passo meu perfume que só uso em ocasiões especiais e saio do banheiro.

Quando saio, a primeira coisa que me deparo é com ele sentado no sofá, extremamente sério e focado em algo no seu telefone. Seu cabelo está bagunçado e molhado e o mesmo está sem camisa. Quando o mesmo inspira profundamente, seus olhos logo se direcionam ao meu rosto, surpresa é perceptível e algo a mais, algo que faz com que meus braços se arrepiem diante do seu olhar. Só posso estar ficando louca. Engulo em seco antes de ir para o quarto procurar um sapato que combine com meu vestido. Meu braço toma outra onda de imensos arrepios que seguem direto para minha nuca. Minhas pernas parecem tomar o mesmo rumo quando começam a ficar trêmulas e meu coração palpitando. Isso não é normal, um olhar não deveria ter tanto poder assim! O que diabos está acontecendo? A resposta parece vir como um intenso tapa quando o vejo vir em minha direção, com um olhar completamente sério e em passos lentos.

O fato de estarmos sozinhos nessa imensa casa faz com que meu coração palpite, não me arrisco a olhar novamente para trás, sei que seus olhos acompanham meus passos até o quarto, sei que um passo em falso e com certeza irá acontecer algo que tanto eu quanto ele se arrependerá, eu não sou inocente ao ponto de não saber que ele está atraído por mim, e pior, não sou idiota o suficiente para não perceber que da mesma forma sinto um imenso desejo de mata-lo, também sinto um cru desejo que Deus, nunca senti de forma tão intensa por outra pessoa. Isso me assusta pra caralho. Me assusta perceber isso.

Quando me sento em cima da cama ao pegar meu sapato, vejo o mesmo parar em frente a porta com uma carranca imensa.

-Você realmente acha que é uma excelente ideia, sair dessa forma para algum lugar em uma cidade que você nem conhece direito?

-Quando se nasce e se cria em um estado tão perigoso quanto o que fui criada, o restante dos locais parecem parques de diversão.-Digo calçando meu sapato, vendo o mesmo bufar.

-Isso é apenas a mais pura arrogância.-Diz ele me fazendo rir.

-Isso é irônico vindo de você.-Digo me levantando da cama.-Não me espere acordado, hoje vou demorar um pouquinho.-Digo o lançando uma piscadela antes de me desvencilhar do mesmo. Pego uma cópia da chave e saio do prédio.-Hoje a mãe tá pro crime hehe.-Digo bloqueando meu whatsapp e Instagram, a fim de evitar com que aquele ser, vulgo meu ex namorado, me mande um zilhão de mensagens.

Adan on...

Respiro fundo mas o que somente vem é a porra do perfume daquela garota e caralho, ele é muito bom, tão bom que agora estou respirando fundo mais e mais vezes enquanto tento esquecer a imagem daquela garota da minha mente.

Aquela garota que usa um vestido extremamente provocante e um perfume ainda pior, que acabou de sair por aquele porta para algum lugar que ela não conhece, onde outros imbecis poder querê-la e pior, podem fazer algo de ruim com ela.

Grunho antes de ir me arrumar, não acreditando que vou ter que ficar como a merda de um babá.

Baba né? Seeeei. Oooi meus amores, como estão? EAI gostaram? Comentem muitoooo aí