A babá

Capítulo 17

Quando acordo, a primeira coisa que constato é que não consigo me mover, a segunda é que meu quadril está preso a um braço que o está segurando firmemente. Viro meu rosto lentamente e vejo o rosto de meu chefe, em um sono calmo, o mesmo nem parece aquela figura séria e arrogante, só parece um comum homem. Faço uma careta ao vê-lo abrir a boca para soltar um pequeno bocejo. Cruz credo que bafo horrível, parece que ele comeu um bicho morto.

Sinto arrepios em meu braço quando toco em sua quente pele, coberta por uma leve camada de pelos escuros. Sua pele clara contrasta fortemente com o tom escuro de minha pele, o faz parecer ainda mais claro. Engulo em seco ao tirar lentamente aquele pesado braço de cima de mim.

Quando me vejo livre de seu braço, vou até minha mala e pego algumas peças de roupa, meus cremes e tudo o que é necessário para que eu lave meus cabelos no banheiro.

Quando já estou nele, se torna uma dura missão manusear o meu longo cabelo, que a essa altura do campeonato já ultrapassou parte da minha bunda, naquele minúsculo banheiro. Mesmo prendendo em coque, passando óleo e os caramba a quatro, é impossível não ter um certo trabalho para desembaraça-lo, ainda mais com ele sendo tão cacheado.

Já deve ter se passado pelo menos uns vinte minutos desde que terminei de desembaraça-los. Finalmente posso lava-lo bem! Sinto um pouco de cosquinhas quando sinto parte do cabelo em minhas coxas.

Quando saio do banho, pego meu pente que ajuda na definição do meu cabelo e assim que me sento junto dos meus companheiros inseparáveis, óleo, gelatina e creme, começo a luta para definir tudo aquilo de cabelo. Adan se mexe algumas vezes na cama mas ainda parece estar em um sono profundo. Com certeza deveria estar muito cansado da viajem, isso explica o porquê já são nove da manhã e ele ainda não acordou.

Meu braço ja está quase desistindo e saindo de meu corpo quando finalizo a última mecha de cabelo. Em outras circunstâncias eu deixaria ele secar naturalmente, porém vamos ficar horas dentro de um carro e não quero o incomodo de ele ficar sem secar.

Tomo um susto ao olhar para a cama novamente e me deparar com o dito cujo me encarando. Ok não vou mentir, ele fica muito, muito bonito quando está acordando e com essa cara sonolenta.

-Bom dia.-Digo para o mesmo que só acena com a cabeça, sua típica carranca está presente novamente, ele ficava muito mais bonito quando estava dormindo. Dou de ombros e pego meu secador, quando o ligo, me sento em cima da pequena bancada, olhando entediada para o quarto.

Adan ainda sem fizer nada, pega suas peças de roupas e vai para o banheiro.

Adan on...

Não entendo o motivo de eu me sentir estranho, nem o que me levou a ficar tanto tempo a vendo cuidar de seu cabelo, completamente alheia ao fato de eu estar a observando. Nem o porquê senti um pequeno quentinho no peito quando aqueles expressivos e grandes olhos verdes me encararam enquanto a mesma me lançou um sorriso doce e um bom dia.

Não sei o porque me sinto frustrado. Droga, eu só a conheço a menos de um mês, não faz sentido algum eu estar assim. Olhando para baixo, vejo que meu pau não concorda com isso. As imagens da noite passada ainda dançam em minha mente e merda, me sinto sujo por estar assim. Porra, ela é uma menina! Além disso é a babá da minha filha, está com certeza fora de cogitação e fora dos limites. Minha filha ficaria arrasada se não visse mais a Brenda. O barulho daquele troço irritante continua persistente por tempo o suficiente para doer os meus ouvidos.

Demoro mais tempo que o necessário no banho, e mais ainda para vestir minhas roupas, escovar meus dentes e pentear meu cabelo. Quando saio, vejo a estranha figura curvada, amassando seus cabelos com velocidade. Um cheiro adocicado está no ambiente, provavelmente do vidrinho que está ao seu lado.