A babá

Capítulo 33

Fico surpresa com as várias e várias caixas que estão sendo postas na sala. Ao todo foram colocadas 13 caixas extremamente grandes, me pergunto o que diabos poderia ser para estarem em todas elas.

Dou a minha assinatura que o moço que fez a entrega pede e assim que ele sai, pego uma tesoura para começar a abrir as caixas e fico surpresa. Em 4 caixas tem diversas caixas de sapato, em outras 4 tem varias calças, shorts, saias, blusas e em outras 4 caixas tem os mais diversos tipos de conjuntinhos. Ainda embasbacada, abro a caixa que é um pouco menor que a restante. Ao redor dela diversas fitas contendo a palavra frágil estão coladas e quando a abro, quase caio para trás.

Várias e várias caixas com jóias. Muitas jóias mesmo. Quase desmaio quando embaixo dessas jóias, vejo os diversos papéis, documentos que comprovam que sou agora a dona deles, assim como sua legitimidade. Um pequeno envelope rosa está entre esses papéis e quando o abro, sorrio.

"Separei as mais diversas e belas jóias para andar sempre linda em qualquer ocasião e para que não precise de presentes de macho escroto ❤

Rebecca"

Fico extremamente emocionada e deslumbrada. São tantos os tipos de colares e jóias que sinto que poderia desmaiar agora mesmo. Olho cada um dos documentos e quase morro com o valor. Não tem nenhuma jóia abaixo de 50 mil dólares. 

-A Rebecca só pode estar ficando maluca.-murmuro para mim mesma. Começo a fuçar nas caixas de sapato e quase grito de emoção. Há várias sandálias, tênis, saltos, diversos deles até mesmo com etiqueta.

Quando vou para as roupas, penso que se um dia fui triste, definitivamente não me lembro. Roupas de diversas marcas estão agora comigo, marcas que fariam os ladrões no Rio roubarem minha roupa ao invés do meu telefone capenga e xoxo. 

A porta é aberta e logo escuto um suspiro surpreso.

-Vamos nos mudar?-Pergunta Adam passando por mim e colocando as sacolas de compras na bancada.

-Não, mas se vendessemos tudo isso com certeza poderíamos.-Reconheço a sacola contendo o vestido que Adam me deu entre as roupas.-Toma.-Digo o entregando a sacola.

-Eu já falei que comprei para você Brenda.-Diz me repreendendo.-Quem te deu tudo isso?-Pergunta se sentando ao meu lado e colocando a sacola em meu colo. Uma pequena troca de olhares é feita antes de eu revirar os olhos.

-A Rebecca, ela ficou brava por conta da situação de ontem e me presenteou com tudo isso.

-Devo agradecê-la mais tarde por ter pensado realmente em tudo quando te presenteou.-Diz pegando uma embalagem fechada contendo um conjunto de ligeries. Fico extremamente envergonhada quando pego o conjunto de sua mão. Ele cai na risada enquanto eu desfiro socos em seu braço.

-Idiota!-Digo tendo meus braços facilmente presos antes do mesmo me roubar um beijo.

-Esse conjunto vai combinar muito com você.-Diz entre os beijos.-Pena que não vai durar muito quando eu te ver nele.-Sussurra tendo a boca tampada por minha mão. Estreito os olhos para ele que agora me encara com diversão.

-Nem começa.-Digo recebendo uma arqueada de sobrancelha como resposta.-Seja um bom menino e vá fazer o nosso café, daqui a pouco vou ligar pra minha mãe para que vocês possam conversar.

-Você fica linda toda mandona.-Diz me dando um selinho.-Quero ver se vai continuar com essa marra quando eu te pegar de jeito.-Sussurra antes de sair de perto de mim.

-Você não presta Adam!-Digo desconcertada. Não consigo me acostumar a ver um homem tão sério agindo dessa forma.

-Presto sim e garanto que minha sogra vai concordar comigo.-Diz já na cozinha. Reviro os olhos antes de mandar mensagem para Rebecca, a agradecendo por todos os presentes. Meu coração fica quentinho enquanto me sinto a pessoa mais sortuda por ter uma amiga como a Rebecca. Uma pessoa com uma alma realmente incrível.

Me sento no sofá antes de ligar para minha mãe, que atende no segundo toque.

-Até que enfim você me ligou. Muito prazer me chamo Liliane e te pari no dia  09 de março de 2003.-Diz minha mãe fazendo um belo drama.-Pode não parecer muito mas eu sou sua mãe.-Adam arqueia a sobrancelha para minha direção enquanto segura uma risada.

-Eu já entendi mãe, me desculpa.-Digo divertida.-Estou te ligando porque tenho alguém pra te apresentar.-Digo vendo duas cabeças curiosas aparecendo ao lado da minha mãe.

-Ele é rico?-Pergunta Enzo me fazendo sorrir nervosa, agradecendo aos ceus pelo fato de Adam não entender o português. 

-Também.-Digo vendo ambos os meus irmãos comemorando.

-Eu te falei!-Comemora Enzo apontando língua para o Lorenzo.

-E quem é esse rapaz que você conheceu filha? Ele é um bom moço? Quando se conheceram?-Pergunta minha mãe.

-Tudo isso a senhora vai poder conversar com ele.-Digo o chamando. Ele vem em passos preguiçosos antes de pegar o telefone, abrindo um imenso sorriso para minha mãe.

-Tudo bem com a senhora? Muito prazer me chamo Adam.-Diz o mesmo em um tom gentil, me fazendo ficar boquiaberta diante de tanto fingimento. Ele realmente está pagando de bom moço?

-Caralho Brenda! Você não brinca em serviço mesmo não ein.-Rio ao ouvir a voz de Lorenzo de fundo. Vou para cozinha enquanto deixo os dois, ou melhor, os 4 conversando. Escuto algumas pérolas vindas de meus irmãos que senhor amado. Os escuto combinando um horário bom para que possamos ir jantar e sorrio nervosa ao vê-lo combinar com minha família o dia de hoje.

Sinto vontade de sair correndo após a ligação ter sido desligada.

-Precisava ser tão rapido?-Pergunto sorrindo nervosa para o mesmo.

-Com certeza.-Diz vindo até mim e me entregando o telefone.-Tem um numero desconhecido que não para de te mandar mensagens.-Assim que desbloqueio a tela, vejo meu sorriso morrer ao ver que se trata do meu ex namorado.

-É o meu ex namorado.-Digo irritada. Várias e várias mensagens estão presentes, dos mais diversos tipos. Alguns poemas, vários textões pedindo perdão e até trechos bíblicos.-Mas é muito babaca mesmo. -Digo irritada.

-A quanto tempo ele te manda mensagens?-Pergunta Adam de forma séria enquanto trato de apagar todas as mensagens.

-Desde que terminamos. Sempre as apago e bloqueio mas ele sempre arranja um numero novo para me mandar mais mensagens. Como se isso fosse me comover.-Digo revirando os olhos.

-Não gosto disso.-Diz emburrado.

-Também não.-Digo suspirando antes de bloquear mais um número desconhecido e por fim, largar o celular.

-Você o amava?-Pergunta me deixando um pouco surpresa. Seus olhos negros agora me olham atentamente.

-Obvio, do contrário com certeza não teria ficado tantos anos com ele.-Digo dando de ombros.

-E agora, o que sente por ele?-Suspiro antes de considerar sua pergunta.

-Sinto raiva, mágoa e nojo. Não gosto de mentirosos e tudo piora quando se trata de deslealdade.-Digo o encarando firme.-Eu posso ser muito boazinha, mas se pisarem feio no meu calo, eu não olho para trás e os considero mortos para mim. Sou muito rancorosa, não vou negar.

-Não te julgo, afinal, infelizmente sou do mesmo jeito. Tenho nojo da infidelidade.-Pelo menos em algo finalmente concordamos, e isso é algo que me deixa bem feliz.-Mas então, o que vamos fazer com todos esses tomates que picou?-Pergunta me fazendo acordar e perceber que por descuido, cortei muito mais do que iríamos consumir. Sorrio nervosa antes de o encarar.

-Um molho de tomate caseiro.-Digo o fazendo sorrir, eu jamais admitiria que toda essa situação me fez cometer uma gafe dessas.

Que bunitinhosss. Tudo que eu precisava na vida era de uma amiga igual a Rebecca. Quando eu achar com certeza vou ter vencido na vida.