A babá

Capítulo 8

Escuto o despertador do meu telefone
tocar, me acordando com o seu barulho irritante pra cacete. É perto das cinco da manhã e ainda sonolenta, pego meus tênis e minha roupa de exercícios físicos, abro as cortinas e enquanto me alongo, vejo o jardim cada vez mais tomar mais e mais claridade e enquanto faço meus exercícios físicos, acompanho o belo nascer do sol.

Depois de seguir minha rotina de
exercícios, tanto leves quanto os mais
intensos, tomo um rápido banho, hidrato minha pele e desembaraço meus cabelos, e depois de escolher roupas leves porém elegantes e as vestir, me pego cheia de fome e completamente pronta para iniciar meu primeiro dia. Falta pouco mais de vinte minutos para as seis quando saio do meu quarto, meio tímida e receosa, me aventuro por aquela imensa casa repleta de mais e mais corredores, fazendo com que eu me sinta em um verdadeiro labirinto.

Respiro aliviada ao finalmente encontrá-la, alívio esse que some ao ver um homem enorme a todo vapor na cozinha.

-Bom dia.-Digo chamando a atenção do mesmo, que apenas me olha de forma rápida antes de voltar a cortar o pão em formato de coraçãozinho.

-A Jennie ainda não acordou.-Diz ele de forma seca antes de colocar
cuidadosamente o pãozinho cortado em formato de coração no prato. Com o auxílio do cortador, o mesmo corta o queijo e os acompanhamentos do
sanduíche com o mesmo formato de
forma delicada e ágil, logo montando com sucesso mais um sanduíche.

-Eu sei, só tenho o costume de acordar
muito cedo mesmo. Posso pegar um
café?-Pergunto para o homem que
apenas respira fundo de forma impaciente enquanto acena com a cabeça.

Apenas o olho por mais um momento
completamente desconfortável enquanto vou até a garrafa pegar o café. Não vejo nenhuma das pessoas que deveriam estar aqui na cozinha, somente um cara enorme e sem camisa, andando pela cozinha de forma rápida enquanto faz vários sanduíches em diversos formatos fofos, o que não condiz nem um pouco com a sua carranca em seu rosto.

-Somente um café não vai te dar energia o suficiente para acompanhar o ritmo da minha filha, tem frutas na geladeira e ingredientes para montar sanduíches aqui na bancada, só não pegue esses prontos porque são da minha filha e por favor pare de me encarar tanto assim, está me deixando desconfortável.-Diz fazendo meu rosto queimar.

-Desculpa, eu só estava curiosa sobre o que estava fazendo.-Digo voltando a
beber meu café.

-Estou fazendo a lancheira da minha filha e já deixando pronto todos os alimentos que ela vai consumir hoje.-Diz me fazendo ficar surpresa, isso é realmente bem atencioso da parte dele.

-Precisa de ajuda com algo?-Perguntei
indo até a geladeira, vendo a imensidão de coisas que tem na mesma. Pego umas três variedades de frutas enquanto o escuto me responder novamente em um tom rude.

-Não obrigado, somente eu faço os
alimentos da minha filha.-Diz me fazendo dar de ombros enquanto lavo minhas frutas.

Desvio meu olhar de seus largos ombros antes de ir me sentar na mesa, se instaura um silêncio entre nós, sendo quebrado apenas pelos barulhos emitidos pelos alimentos e objetos que o mesmo usa. Isso é tão fodidamente desconfortável e me sinto como uma pré adolescente extremamente tímida, o problema é que eu nunca, NUNCA fui de ser tímida, pelo contrário, várias e várias vezes já fui taxada de tagarela, mas não sei o que esse homem tem que consegue me deixar assim apenas com sua presença.

-Enquanto a menina não está acordada, posso ajudar com algo? Tenho algumas horas livres até que ela acorde.-Digo dando uma mordida em uma das minhas frutas.

-Entenda que você foi contratada por mim para cuidar única e exclusivamente da minha filha, eu não estou te pagando para fazer outras coisas além dessa então se concentre em apenas fazer o que está sendo paga para fazer.-Desvio meu olhar do seu quanto sinto um pico de raiva me dominar por ter recebido uma patada em plena seis horas da manhã!-Inclusive se preferir pode acordar um pouco mais tarde, nesse horário da manhã ninguém está acordado além de mim, os
funcionários só começam seus trabalhos depois das sete e meia.

-Não queria ofender, só queria ajudar de alguma forma. -Digo dando de ombros. Cara grosso do caralho.

-Não estou ofendido, só estou
esclarecendo as coisas, gosto que tudo
seja do meu jeito e mais do que isso,
gosto de ser obedecido senhorita.-Diz
encarando meus olhos, enfatizando ainda mais a sua fala.

-Beleza seu arrombado ignorante, espero que tenha diarréia e não consiga chegar a tempo no banheiro, ou nos melhores dos casos que você seja atropelado por um bando de cavalos.-Digo em português de forma doce e gentil para o mesmo que apenas para tudo o que está fazendo para me encarar de forma confusa, antes de um singelo sorriso tomar seu rosto.

-Poderia responder em inglês por
favor?-Pergunta enquanto o lanço um
falso sorriso amarelo.

-Desculpe, eu disse que é muito bom ter uma vida regrada para poder equilibrar as coisas.-Digo na minha maior cara de pauque nem treme em meio a tamanha falsidade.

-Pela hora que está acordada imagino que seja assim com a senhorita também, estoucerto?-Completamente errado, se eu seguir uma vida completamente cheia de horários e regras para literalmente tudo eu provavelmente ficaria doida.-Claro, com certeza.-Digo acenando com a cabeça antes de dar uma mordida em outra fruta. Ele apenas me lança outro olhar que novamente faz com que eu fique extremamente tímida e volta a fazer os alimentos da menina.

Quando termina, o mesmo embala tudo, as separando por cor, formato e horários e depois de colocar tudo na geladeira, ele começa a higienizar
tudo o que utilizou enquanto me pego
novamente observando de forma
sorrateira seus largos ombros e seus
grossos braços. Não posso negar que ele é um paizão gostoso do caralho.

-Eu com certeza também chamaria ele de papai se ele me pedisse.-Murmuro para mim mesma.

-Em inglês senhorita.-Diz o homem me assustando. Estremeço ao sentir seu olhar em mim, esperando as minhas próximas palavras, praticamente esquecidas de serem pronunciadas.

-Só estava afazeres todos os relembrando de hoje.-Digo piscando ao ver um pequeno sorriso de deboche em seus lábios.-Eu só estava relembrando todos os afazeres que eu tinha pra hoje.-Digo desviando meus olhos de seu olhar. Porra cara, relaxa!-Então já que não precisa da minha ajuda pra nada, vou me retirar.-Digo jogando o resto das frutas já comidas no lixo.

-Na verdade, venha aqui, corte esses legumes para mim.-Estreito os olhos para o mesmo enquanto tento disfarçar a minha cara que com certeza deve estar muito julgadora agora. O cara é completamente bipolar? Ou só é muito idiota? Vou até a bancada e pego os legumes que o mesmo mandou, sinto o mesmo se movimentando pela cozinha mas estou focada no tomate a minha frente. Por algum motivo estou tremendo e me sinto muito nervosa. Porra ele é só um cara! Muito bonito, mas é só um cara.

Sinto meu braço esquerdo se arrepiar ao sentir sua presença próxima de mim, quando o mesmo pega algumas fatias do tomate. Pisco repetidas vezes antes de voltar a picar os tomates, so parando quando vejo o mesmo colocar na minha frente um prato com três sanduíches montados.

-Coma, eu não quero uma fraca cuidando da minha filha.-Diz em minha nuca, fazendo com que outras mil e uma ondas de arrepios tomem meu corpo.

Me viro a tempo do mesmo sair de perto de mim e me lançar outro olhar, antes de sair de forma indiferente da cozinha.

-Gringo filho da puta.-Esbravejo antes de tentar me acalmar.-O que você tem seu idiota?

Dinheiro? Beleza? Os dois? KKKKKKK. Oiiii meus amores, caso seja um leitor novo por aqui e esteja confuso pelo meu sumiço, por favor vá até o livro "obrigada a me casar com um estranho" e vá para o capítulo de AVISO eu explico tudo certinho lá ok?

Mas e então meus mores? Gostaram? Alguma sugestão ou palpite do que está por vir por aí? Comentem muitooo. Beijossss