Capítulo 13

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Bebo um gole de água enquanto espero o Adam abastecer o carro. Estamos em um posto no meio do nada, há apenas um vasto terreno seco e com cactos e o sol está quente pra cacete. Tudo isso só faz com que eu me lembre de todos os filmes de terror que já vi onde americanos idiotas iam para lugares suspeitos no meio do nada e bom... Assassinos com uma serra elétricas, doidos varridos, pessoas suspeitas que aparecem no meio do nada pra ajudar com algum problema no carro e etc aparecem para matar esses dois da forma mais sanguinolenta que conseguem.

Engulo em seco ao ver que meu telefone também está sem sinal, olho para os lados mas não vejo nada alem da estrada. A única forma de morrermos seria se a senhorinha do posto fizesse algo com nós dois.

Meu chefe termina de abastecer o carro e após pagar utilizando seu cartão, ele me dá um aceno para que eu possa entrar e o faço sem pensar duas vezes.

Dentro do carro está bem geladinho por causa do potente ar equipado no mesmo, o que ajuda pra caralho com o calor, mas nem esse clima fresquinho ou as várias guloseimas que comprei ajudam com o meu medo irracional de aparecer um doido varrido com uma serra elétrica.

-Senhor Moore, pode andar um pouco mais rápido?-Pergunto para o mesmo que está procurando o lugar certo da sua carteira para guardar seu cartão. Pelo visto o mesmo tem toque até mesmo com isso!

-Finalmente resolveu quebrar o estranho voto de silêncio.-Diz o mesmo com um leve tom de ironia, fazendo o que eu peço e não demorando a entrar para dentro do carro. Quando o mesmo entra, o local novamente é afetado por seu perfume, que a essa altura do campeonato e com esse calor desgraçado, o torna incrivelmente enjoativo.

-Podemos ir?-Pergunto com receio, prometendo a mim mesma parar de ver filmes de terror slasher com assassinos mascarados.

-Com o que exatamente está preocupada senhorita? Não para de olhar para os lados e com certeza você está estranha.-Constata o óbvio.

-Não me agrada a ideia de ficar por muito tempo em um posto de gasolina acabado no meio do nada.-Digo o vendo bufar enquanto liga o carro e da partida.

-Só falta me dizer que está com medo de algum assassino mascarado aparecer no meio do nada em uma vibe o massacre da serra elétrica.-Diz com divertimento e após uma rápida olhada para meu rosto, o mesmo solta uma genuína gargalhada.-A cada dia que passa a senhorita arranja diferentes formas de me surpreender.-Diz negando com a cabeça em divertimento.

-Negação e descrença tornam a pessoa o primeiro alvo de um assassino nos filmes de terror sabia? E eu preciso que você esteja vivo, eu não sei dirigir!-O mesmo volta a rir antes de mexer em algo no seu carro.

-O extremo medo também, em pelo menos 85% dos filmes de terror, a pessoa medrosa morre primeiro, e de nós dois, você é a medrosa.-Estreito os olhos para o mesmo que mantém uma postura relaxada. Ele abre a janela do carro e põe um braço encostado na mesma, a fim de apoiar sua cabeça enquanto dirige com tranquilidade.

-Eu não sou medrosa! Sou precavida, é diferente.-O mesmo revira os olhos antes de mudar sua feição para uma extremamente séria, o carro começa a perder velocidade pouco a pouco.-O que está acontecendo? Por que esse carro tá parando?-Pergunto em desespero.

-Acho que o carro não abasteceu o suficiente!-Diz ao dar vários tapas no vidro do lado do volante.

-Eu não falei! Aquela velhinha deve ter colocado alguma coisa na gasolina pra ela falhar e agora vamos ficar no meio do nada e vamos morrer!-Digo em desespero, desespero esse que se transforma em raiva ao vê-lo soltar uma imensa gargalhada, fazendo com que o carro magicamente volte a pegar velocidade.

-Não falei? Você é extremamente medrosa, coitada da pobre senhorinha, relaxa eu só tirei o pé do acelerador.-Diz dando um pequeno tapinha no meu ombro.

-Eu deveria ter enfiado aquela merda de cano de gasolina no seu rabo seu cretino! Se eu soubesse dirigir eu passaria com essa droga de carro em cima de você e depois te deixaria para trás!-Digo com grande ira para o mesmo que me encara com um sorrisinho divertido antes de voltar a sua atenção para a estrada.

-Dessa vez eu sinto que não vou querer saber o que você acabou de falar em seu idioma, então dessa vez eu vou relevar.-Diz soltando uma pequena risada que apenas me irrita mais ainda, ele não deveria ficar tão bonito sorrindo e eu não deveria reparar no quão bonito ele fica quando está sorrindo!

-Período fértil. Você está apenas no período fértil Brenda. Ele é um idiota. Um idiota muito gostoso? Sim, mas ainda assim um idiota!

-É natural de vocês brasileiros ficarem falando sozinhos? Ou só você que tem essa estranha mania?-Ele realmente acabou de me chamar de estranha?

-Olha, grande parte sim.-Digo vendo como o mesmo fica pensativo.

-Vocês são estranhos.-Constata me fazendo bufar.

-Falou o cara que tem como cultura comer sanduíche no almoço.-O mesmo entreabre os lábios, parecendo indignado pela minha constatação do óbvio.

-E o que tem de errado em sanduíches no almoço? São lanches rápidos e práticos.

-Porém não chegam nem perto de um belo prato de arroz, feijão, salada e muita carne, que dependendo da quantidade te deixa satisfeito o dia inteiro. Sanduíches no Brasil costumam ser apenas nos cafés, vocês comerem muito dessas coisas aqui foi o que com certeza mais me surpreendeu.

-Não parece muito prático tantos alimentos assim em uma única refeição.-Diz fazendo uma careta.

-Mas te garanto que é mais gostoso e muito mais saudável do que sanduíches.-O mesmo revira os olhos desacreditado.

-Isso eu duvido muito.

-Quer apostar?-Pergunto o vendo soltar um pequeno e divertido sorriso.-Vamos lá, se você se garante que seu sanduíche é muito melhor do que um belo prato de arroz e feijão então bora apostar.

-E o que estará valendo nessa aposta?-Pergunta encarando a estrada, fazendo com que os meus olhos por um momento me traiam e parem em seus lábios.

-Uma constatação de que eu estava certa.-Digo voltando meus olhos para os seus que me olham por um momento antes de voltar a atenção para a longa e vazia estrada.

-Eu aceito, porém se não for tudo isso, você vai ser obrigada a reconhecer que nossos sanduíches são muito bons.-Isso nunca vai acontecer, não tem como um simples sanduíche bater de frente com um prato típico brasileiro tão querido.

-Feito.-Digo olhando de forma discreta os seus grossos braços e sua enorme mão na parada que troca a marcha, suspirando antes de pegar meu telefone do bolso. Olho o calendário e vejo que falta pouco menos de três semanas para a minha menstruação chegar, ou seja, período fértil como eu já havia pressuposto. Começo a me arrepender de não ter trago comigo os meus pequenos vibradores, cruzo minhas pernas antes de pegar uma outra garrafinha de água na sacola. Essa viagem vai ser longa.

Que que isso senhorita Brenda? Período fértil novamente fazendo mais uma vítima KKKK. Oii meus amores como cês tão? O que estão achando da história? Comentem muitooo.

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