Capítulo 28

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-O que diabos você pensa que está fazendo com a Brenda seu desgraçado?-Sinto meus punhos se fecharem antes de eu me controlar para não socá-lo. Um grande sorriso toma seu rosto antes do mesmo me encarar.

-Colocando minhas cartas na mesa irmãozinho. Não sei por que está tão bravo, se você não é um homem de atitude e pior, ainda continua com a terrível mania de descontar nos outros as suas frustrações, a culpa não é minha.

-Você não vai encostar um dedo nela, não se eu puder impedir.-A sua risada toma o frio e vazio jardim, clareado apenas por algumas lâmpadas.

-Eu com certeza não pretendo encostar somente um dedo nela querido irmãozinho, pretendo encostar minhas mãos, meus lábios, meu p-Um soco é desferido em seu rosto, tendo como resposta uma falha tentativa de me devolver a agressão. Jasper nunca foi um bom lutador, ele nunca precisou disso, não quando a sua maldita beleza, que sempre o acompanhou e a sua lábia manipuladora estavam ao seu lado. As vezes um rostinho bonito e uma lábia extremamente boa podem fazer estragos piores do que um punho.

-Você não pode fazer isso, você não pode encostar em uma menina como ela!-Digo o pegando pelo colarinho do seu terno. Com sangue em seus lábios, o mesmo me lança um sorriso.

-E você pode? Por quê? Porque você é especial? Que patético.-Suspiro lentamente enquanto tento me controlar. De nada adianta usar a agressão física, só ficarei com os braços doendo e milhares de mensagens de nossos pais em meu telefone, me repreendendo por ter machucado o querido e lindo menino de ouro deles.

-Você não entende, ela é diferente das mulheres que você está acostumado, porra, diferente das mulheres eu estou acostumado. Ela não merece ser mais uma das suas conquistas baratas.-Seus olhos, que me encaravam antes com um imenso deboche, se arregalam antes de seu sorriso ensanguentado aumentar ainda mais.

-Ela é virgem.-Diz sorrindo, uma imensa gargalhada o toma antes do mesmo se soltar de meus punhos.-Isso só torna para mim, as coisas ainda mais interessantes.-Diz ajeitando a gola de seu terno.

-Por que? Você não se cansa de sempre tomar tudo o que eu quero pra você? Meus brinquedos, minhas primeiras paixões? O amor de nossos pais!-Encarar os seus olhos, tão semelhantes aos meus é com certeza a coisa mais angustiante que sempre precisei me submeter. Encarar uma versão do que meus pais sempre quiseram, sempre idolatram como um verdadeiro deus, torna isso ainda pior.

-Achei que os anos em um psicólogo curariam esse... Problema que você tem comigo, mas pelo que vejo, foi somente dinheiro jogado fora.-Diz antes de jogar para trás os seus cabelos.-Não tenho culpa de nossos pais terem te tratado de forma diferente e muito menos tenho culpa de ter nascido bonito e escolhido preservar a todo custo essa beleza. A culpa é deles, não minha.-Diz ao me encarar.-E só para constar, eu a conheci primeiro, eu não estou roubando algo de você, até porque ela não é sua.

-Típico de um maldito como você jogar a culpa nos outros. Você não se cansa de ser um verme maldito? Quer realmente entrar na vida dela e destruí-la?-Seu sorriso antes presunçoso se desmancha antes de seu olhar se tornar ainda mais obscuro.

-Eu não quero entrar na vida dela para destruí-la, eu quero entrar na vida dela de uma forma que a faça se sentir completa. Eu a quis no momento em que a vi naquele mesmo avião que eu e tive a certeza de que ela era minha no momento em que nossos lábios se tocaram. Ela ser virgem ou não, pouco me importa, o que importa é que eu a encontrei, que sei onde procurá-la e tenho inúmeras oportunidades de conquista-la. Você gostando dela ou não, pouco me importa.-Trinco meu maxilar antes de morder com força a minha bochecha interna. Seu olhar, que agora me encara de forma obstinada, me dá a certeza de que o mesmo não está mentindo.

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