-Não contem nada disso pra mamãe, ela vai ficar muito puta se souber o que rolou.-Sussurro para ambos que acenam com a cabeça antes de segurarem a risada. É possível ver em meio a multidão minha querida mãezinha junto de sua patroa. Quando vamos até elas, sou recebida com um forte abraço pela patroa da minha mãe.
Me encarando com belos olhos azuis, Rebecca é uma mulher alguns bons anos mais velha que eu. A primeira vista qualquer um pensaria que ela é apenas uma patricinha esnobe, por sempre andar com roupas belas e da última tendência, por seus cabelos longos e loiros estarem sempre bem penteados ou pelo seu jeito extremamente animado de ser. Não nego que até eu mesma a julguei por um momento, mas depois de todas as coisas boas que ela fez por nós sem nem mesmo nos conhecer, eu só tenho o sentimento de gratidão e um imenso carinho por ela.
-Vocês estão tão crescidos, que bom que chegaram bem!-Diz ela com sua alegria contagiante. Olho pra minha mãezinha e sem me aguentar, a abraço com força. Faz tanto tempo que não a via e poder abraça-la assim e sentir o cheirinho típico que toda mãe tem é maravilhoso.
-Você também tá bem bonita tia, parece uma boneca Barbie.-Diz Enzo a fazendo sorrir quando vai abraça-la.-Se não fosse por esses saltos eu estaria quase do seu tamanho.-Diz a fazendo sorrir.
-Você tem crescido cada dia mais, daqui a pouco vai estar tão gigante quanto seu irmão.-Diz a mesma acariciando a cabeça dele. Ela olha com dúvida o livro em minhas mãos antes de dar um aberto sorriso.-Onde você comprou esse livro?-Pergunta ainda abraçada a meu irmão. Ambos me olham com um sorrisinho cúmplice que faz com que eu fique envergonhada.
-Eu... Ganhei de um conhecido.-Digo pigarreando, porém isso parece ser o suficiente pois a mesma só me lança outro sorriso cúmplice antes de voltar a dar atenção para meus dois irmãos.
Saímos todos juntos do aeroporto depois de pegarmos nossas malas, que trouxemos somente com as roupas mais essenciais. Conversamos bastante sobre diversas coisas, me confundo um pouco com minha pronúncia, mas no geral consigo me sair bem. A loira a minha frente quando estava de visita por lá, fez questão de nos matricular em um caríssimo curso de línguas pra que quando chegasse esse momento, não nos sentíssemos deslocados.
Passamos por ruas bem movimentadas e olho tudo extremamente maravilhada, a energia desse lugar é extremamente diferente, mas tão encantadora. Los Angeles, uma cidade que descobriu diversas celebridades e que tornou diversas delas extremamente famosas. O palco de incríveis filmes, além de um lugar extremamente lindo. Conversávamos sobre diversas coisas quando de repente uma criança surge de um beco, nos encarando assustada.
-Moça, você pode me dar dinheiro pra comprar comida? Eu tô com muita fome.-Pergunta a criança de forma tímida para a Rebecca que apenas a encara com um sorriso compreensivo.
-Claro meu anjinho.-Diz abrindo sua bolsa e tirando de sua carteira, um grande bolo de nota de dolares. Ela acaricia as bochechas sujas da criança e em nenhum momento demonstra nojo ou aversão, somente demonstra a mais bela forma de carinho.-Esse dinheiro aqui é pra você e sua mamãe poderem ir pra um lugar bacana por hoje tá bom? Esse número aqui é o do meu assessor, pede a sua mamãe pra ligar pra ele que eu vou mandar ele conseguir ajudar ela e você ok?-Diz de forma calma pra criança que a lança um puro sorriso antes de abraça-la. Sinto lágrimas nos olhos ao vê-la retribuir o abraço, acariciando com carinho os cabelos sujos da criança, como se fosse um de seus filhos. Ela entrega o dinheiro e o cartão ele que vai correndo de volta para o beco onde sua mãe, que estava com um olhar melancólico estava. A mesma encara surpresa a quantidade de dinheiro, antes de se emocionar e chorar copiosamente.
-Olha, tem um táxi ali, vamos.-Diz Rebecca nos chamando e começando a andar rapidamente de forma tranquila, como se não tivesse acabado de mudar o destino de mais uma família com sua bondade. Ela é assim, é uma pessoa que adora fazer o bem e que nunca vi se vangloriar, nem mesmo falar sobre isso para seus milhares de seguidores nas suas redes sociais. Seguimos para um ponto de ônibus onde eu terei que pegar pra ir direto pra San Francisco.
Durante o caminho até o mesmo, ela me fala um pouco mais sobre o emprego, a menina de 6 anos se chama Jennie Moore, é uma criança sem muita necessidade de cuidados especiais por ser muito comportada, porém com um comportamento meio difícil. Eu terei que ficar lá na casa de segunda a sexta e nos finais de semana em um dos apartamentos que a mesma me deu a chave. Ela me falou um pouco sobre o pai da menina também, Adan Moore, no geral muito sério e um homem de poucas palavras porém justo e não terei problemas com eles.
O salário, assim como os dias de folga e essas coisas mais técnicas vou saber tudo quando ler o contrato. Me sinto nervosa quando chego no ponto de ônibus e mais ainda quando compro a passagem.
Dou um forte abraço em todos antes de entrar dentro do ônibus, segurando novamente as lágrimas por ter que me separar dos meus dois hominhos da minha vida, ainda mais por tanto tempo assim depois de passar minha vida inteira cuidando deles e tendo eles sempre perto de mim.
Da janela é possível vê-los enxugando as lágrimas, até mesmo Lorenzo que é muito difícil de chorar enxuga rapidamente os olhos com a manga da camisa.
Encosto minha cabeça no banco que estou sentada quando o ônibus começa a sair dali, várias coisas se passam em minha mente enquanto tento lidar com essa enorme tristeza por ter que me separar dos meus irmãozinhos, assim como a crescente ansiedade de ter que ir diretamente pra outra cidade.
Com o livro ainda em mãos, penso sobre todas essas horas que passei com aquele homem, ainda sinto seus lábios macios sobre os meus, assim como seu olhar intenso. Prendo meu cabelo em um coque enquanto afasto esses pensamentos idiotas da minha mente, eu já beijei muitos caras antes, não tenho motivo pra ficar feito uma abobada assim.
Leio um pouco do livro, compro algumas coisas quando o ônibus da pequenas paradas e as como, tiro um cochilo e ja é noite quando o ônibus finalmente chega a San Francisco.
Sinto um pouco de frio quando desço do ônibus, vou para a pequena fila e pego minhas duas malas, nervosa, procuro pelo local o carro de taxi que estaria me esperando e fico mais tranquila ao ver uma mulher de terno encostada no carro. A mesma quando me vê acena com a mão e depois de eu olhar as ruas, as atravesso rapidamente.
-Brenda Cardoso?-Pergunta a mulher e rapidamente aceno com a cabeça. Ela abre o porta malas e rapidamente me ajuda a por as malas. Quando entro dentro do mesmo, fico mais relaxada por ter aquecedor. Agora não tem mais volta e deus, como estou ansiosa.

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A babá
RomanceAdan Moore é um homem conhecido por sua fama de um homem extremamente frio e arrogante, uma pessoa de pouquíssimos amigos e claro, um pai exemplar. Ele não mede esforços para fazer de tudo pela sua pequena Jennie a fim de compensar o tempo em que nã...