06: Investigações

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    Hoje com certeza está na lista de piores noites.

   Eu não fazia ideia de como o medo podia mexer com a cabeça de alguém, como ele podia te fazer imaginar coisas que simplesmente não existem e em como ele te deixa completamente paranoico.

   Eu estava tão cansada que necessitava dormir urgentemente, mas qualquer barulho num raio de quarenta metros fazia com que eu acordasse assustada achando que alguém estava prestes a me atacar e isso me fez acordar diversas vezes durante a noite.
   Até tentei não dormir, porque é melhor passar a noite em claro do que cochilar por meia hora e acordar assustada, mas eu estava tão, tão , tão cansada que não conseguia manter meus olhos abertos, meu corpo e minha mente necessitavam de um descanso, mas isso foi algo que passou bem longe de mim está noite.

   Minha cabeça parecia que ia explodir e eu me sentia exausta.

   Os passos pesados de Turner descendo as escadas foram o motivo para que eu acordasse mais uma vez. Me sentei no sofá esticando minhas costas que estavam um pouco doloridas por ter ficado encolhida pra caber no pequeno espaço e passei as mechas soltas do meu cabelo para detrás da minha orelha. Raios de sol atravessavam os vidros da janela deixando o cômodo iluminado e indicando que finalmente já havia amanhecido.

— Você está acabada — Cristopher estendeu uma caneca branca em frente o meu rosto

   Nem um bom dia primeiro?

— Obrigada pelo elogio — forcei um sorriso pegando o objeto de suas mãos

   O cheiro puro de café entrou em meu nariz me causando quase que uma sensação de relaxamento.

— Vou sair daqui a trinta minutos e você não pode ficar aqui e não pode voltar pra sua casa sozinha — se sentou na cadeira em frente o balcão se virando para mim — Tem um lugar pra ficar enquanto resolvo algumas coisas?

— Eu me viro — o olhei de relance

— Quando eu terminar eu ligo pra você e vamos até sua casa tentar encontrar algo que possa ter ficado para trás.

— Você não tem meu número — o lembrei

— Willians me passou — Cristopher me lançou uma piscadela mostrando um sorrisinho de canto

   Em silêncio tomei o primeiro gole de café que estava exalando fumaça de tão quentinho. Uma careta se formou em meu rosto instantaneamente quando senti o gosto forte de café quase sem um pingo de açúcar.

   Quem consegue tomar café desse jeito?

— Como você dormiu essa noite? — perguntou em um tom calmo — Sabe, depois daquela crise e tudo mais

— Péssima — respirei fundo fechando os olhos quando uma pontada de dor se fez presente em minha cabeça — Contando o tempo dos cochilos eu só consegui dormir por uma hora a noite toda e olhe lá se foi realmente tudo isso

— É compreensível.

   Desisti de tomar o café por estar muito forte e o deixei de lado, peguei meu celular que estava prestes a descarregar e enviei uma mensagem para Bryan perguntando se ele estava em casa e se eu poderia ir até lá, não demorou para ele me confirmar que sim.

   Não sei quanto tempo Cristopher vai demorar pra fazer seja lá o que for e isso está me deixando agoniada, preciso pegar umas coisas na minha casa e me mandar de lá. A suposta pessoa que está atrás de mim obviamente sabe onde eu moro e sem a minha madrasta lá eu fico sozinha o que é pedir para que o assassino me pegue.
   Minha mente está muito cheia e ainda não sei exatamente para onde eu vou, a pousada da Dona Cecílie não me parece tão ruim assim, além do mais eu só ficaria lá até pegarmos a pessoa por trás disso tudo, depois minha vida poderia voltar ao normal.

Em Meio Ao MistérioOnde histórias criam vida. Descubra agora