Em Meio Ao Mistério

09: Delegado

    Quando pequena meus pais sempre me ensinaram que mentir era uma coisa errada e feia e como uma boa filha eu segui aprendendo está lição, mas agora estou me arrependendo profundamente por não ter sido uma criança travessa e desobediente que aprendeu a contar umas mentirinhas sem ser pega.
   Meu cérebro lutava para formular uma desculpa que fosse boa o suficiente para que o delegado acreditasse, mas nada vinha em mente e eu só pensava que seria pega e que ele descobriria tudo.

   Eu poderia simplesmente confiar nele para contar o que está acontecendo comigo e tirar ao menos um pouco da culpa e tensão que carrego em meus ombros, mas meu coração por alguma razão insisti em me dizer que devo confiar somente em Cristopher.
   Se bem que é nítido que a polícia não faria muito por mim. Se não fizeram nada por meu pai porque eles iriam se preocupar justo comigo?

   Olhei para Cristopher ao meu lado que permanecia com sua feição seria de sempre fuzilando com os olhos o delegado que me olhava curioso a espera de uma resposta, fingindo ignorar completamente o ódio que Turner o lançava.

   Não acho que essa desconfiança de Cristopher com a polícia seja a toa, sabemos sim que eles são incompetentes, mas parece ter algo a mais por trás de seus motivos e eu quero muito descobrir.

— Senhorita Morton, está tudo bem? — a voz rouca de Oliver chegou aos meus ouvidos

   Minha cabeça pensava em várias coisas aleatórias mas nunca em uma boa resposta para dá-lhe, parecia que quanto mais eu tentava formular algo mais passarinhos voavam em minha frente tirando totalmente a minha concentração.

— Está sim, tudo ótimo — esfreguei minhas mãos no tecido da calça limpando o rastro de suor disfarçadamente

— Então chame Madeline por gentileza — abriu sua pasta de papéis dando passos lentos em minha direção

— Madeline — ri nervosa — Ela... Ela não está

— E que horas ela volta? — parou no meio do caminho de pedras franzindo as sobrancelhas

— Ela viajou e não tem previsão de quando volta — de certo modo não era uma mentira, né?

— Viajou assim de repente? — fechou a pasta a guardando embaixo do braço esquerdo — Tinha marcado de me encontrar com ela para fazer algumas perguntas importantes

— Achei que o caso havia sido encerrado, delegado — Cristopher cruzou os braços em frente o peitoral deixando seus músculos destacados na camisa preta

— E eu achei que estava falando com a senhorita Morton — manteve seus olhos em mim — Como assim não tem previsão de quando ela volta?

— Um parente ligou avisando que alguém estava muito doente — Senhor por favor me perdoe — Ela só fez as malas e pegou o trem sem avisar mais nada

— Huum — murmurou desconfiado passando seus olhos fundos e aparentemente cansados em cada um de nós — Tentarei entrar em contato por telefone então

— Ótimo — apertei a alça da minha mochila me preparando para sair correndo a qualquer momento — Vamos?

   Bryan segurou no puxador da mala enquanto Cristopher me olhava de lado sem tirar sua postura de quase um verdadeiro segurança.

— Está de viajem também? — Oliver perguntou

   Minha vontade era de quebrar uma pedra na cabeça de velho dele.

— Só por uns dias enquanto Madeline não volta — voltei a rir nervosamente, definitivamente odeio essas situações — Não quero ficar em casa sozinha sabe?