2- Parece que eu não sou a única curiosa...

1.2K 130 34
                                    

Acordei literalmente com o canto do galo. Por esse e outros motivos que eu não gostava de vir para a fazenda. É muito bicho fazendo barulho.

Rolei na cama, procurando meu celular. Cocei lentamente os olhos, na tentativa de tirar todo resquício de sono.

Peguei o aparelho e viu o horário.
cinco e meia da manhã.

- Ah não. Puta merda, ser acordada cinco e meia da manhã. - Falei comigo mesma, revirando os olhos.

Fiquei deitada por um tempo, tentando dormir. Tentativa falha. Não consegui pegar no sono de jeito nenhum.

Sem mais alternativas levantei da cama e fui tomar um banho.

Fiquei cerca de 30 minutos no banho. A água estava morna e fazia calor naquela manhã.

Sorte que Antônia colocou roupa de academia nessa mala, hoje o dia estava propício pra uma corridinha na estrada.

Saí de meu banheiro e fui até meu quarto.

Caminhei até o guarda-roupa, o abri e peguei um conjunto preto da Adidas, um top e uma calça.

Logo depois de colocar a peça de roupa, peguei a toalha que estava sob a cama, estendi sob o box do banheiro.

Em sequência, coloquei meu tênis e logo desci para a cozinha.

- Filha? Já acordou? - Observei meu pai sentado no banco, perto do balcão, com um copo de leite na mão.

- Bom dia pro senhor também. - Me aproximei, deixando um beijo em sua testa. - Acordei né? O galo não me deixou dormir. - Sai de seu abraço e sentei em um banco, ao seu lado. Meu pai riu. - E o senhor? Oque faz acordado tão cedo? - Perguntei a ele, enquanto olhava o relógio que estava na parede. Marcava 06h20m de manhã.

- Acordei pra tirar leite das vacas. - Meu pai me mostrou a xícara cheia de leite, que estava em sua mão - Quer um pouco? - O ouvi perguntar, aproximou a xícara de mim.

- Não quero pai, obrigada! - Dei um sorriso de lado a ele - Vou sair, dar uma corrida aqui pela estrada. - Levantei-me do banco e fui em direção a porta principal.

- Juliette, você não acha que está muito cedo, minha filha? - Meu pai era do tipo protetor. Eu gostava da proteção dele, mas as vezes ele exagerava.

- Não acho! Eu sempre pra correr quando venho pra cá. - Respondi a ele - Fica tranquilo pai, eu sei me cuidar! - Falei colocando a mão na maçaneta da porta - Aliás, precisamos conversar sobre quando irei tirar minha habilitação. - Olhei meu pai, que agora lia um jornal.

- Outra hora conversamos. - Ele respondeu, sem me olhar. Toda vez era a mesma coisa.

Fui até a porta da sala, abri e saí da casa.

Peguei o longo caminho até a porteira de madeira, o mesmo caminho que fiz ontem com a minha mãe.

Abri o portão grande e passei para o outro lado, o lado da estrada, logo depois eu fechei.

Estava sem celular, sem música, sem nada. Apenas o barulho dos pássaros cantando.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e comecei minha corrida lentamente. Fazia tempo que não me exercitava.

Segui para o lado esquerdo, comecei a correr um pouco mais rápido, sentindo o vento soprar em meu rosto.

Iria até a fazenda de Tiago Leifert, amigo de meu pai.

Segui correndo, passei pela fazenda da nova vizinha, o portão estava fechado e sua caminhonete branca não estava lá.

Continuei meu caminho. Conforme andava, diminuía meus passos, não estava correndo nem dez minutos e já estava cansada. Porém segui firme com a ideia de ir até a fazenda de Tiago. Não desisto tão fácil das coisas.

A dona da fazenda ao lado [ADAPTAÇÃO SARIETTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora