16- Nós não temos nada.

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Descemos para a cozinha.

Observei Sarah abrir a porta que separava
os dois cômodos, adentrando ela. Entrei logo
atrás.

A mulher foi em direção ao seu mini forno
elétrico, que tinha em seu móvel da cozinha,
o ligando.

Fui para perto do balcão, que tinha no meio
do cômodo. Apoiei minhas mãos nele, dei um
pequeno impulso e sentei sob o mesmo.

Foquei minha atenção em Sarah, que
olhava atentamente para a torta dentro do
forno.

Ali, naquele momento, parei pra pensar.
As coisas entre eu e Sarah estavam
acontecendo muito rápido, num dia
estávamos "discutindo" por ela me chamar
de mimada e agora eu tô aqui, apenas de
calcinha, vestindo a blusa dela.

Fui tirada de meus pensamentos pelo barulho
do forno, alegando que a torta já estava
quente.

Sarah veio em minha direção com a
pequena assadeira em suas mãos, deixando
do meu lado, no balcão, e logo voltou para
perto do armário, pegando dois potinhos de
plástico e duas colheres.

Ela deixou os potinhos sob o balcão, pegou a
colher e cortou um pedaço.

Entreguei o potinho pra ela colocar meu
pedaço. Ela colocou e me devolveu, junto com
a colher. Logo depois colocou pra ela.

- Tem catupiry? - Perguntei a ela, olhando a
torta.

- Tem. Por que? - Sarah falou e depois levou
um pedaço da torta até a boca.

- Eu não gosto. - Vi ela revirar os olhos, se
aproximando, ficando entre o meio das
minhas pernas.

- Que enjoadinha... - Sarah falou baixinho,
mas consegui ouvir.

- Quem gosta de catupiry? é horrível, Sarah.
- Falei a ela.

A loira pegou o pote de sobremesas, com a
torta, de minhas mãos.

A vi abri a torta no meio, e com sua colher
e tirou toda a camada de catupiry, colocando
em seu potinho.

- Pega.. Tá sem nada - Sarah me entregou a
torta, peguei e sorri pra ela.

- Obrigada. - Me aproximei e deixei um
beijinho em seu nariz.

Dei uma colherada na torta e levei até a
boca. Sarah me olhava como quem tivesse
esperando alguma reação.

- Tá muito bom. - Falei com a boca cheia,
olhando ela que ainda estava em minha
frente.

Sarah apenas soltou uma risadinha. Comi
em silencio, ouvindo o barulho forte da chuva
caindo sob o telhado da casa.

Meu celular, que estava no balcão, começou
a tocar. O peguei e atendi. Era minha mãe
novamente.

Ligação on.

- Oi mãe. - Falei, atendendo o celular.

- Filha, a estrada está toda barrenta. Seu pai
tentou sair como carro mas não conseguiu.
- Ouvi mainha dizer, dei um sorriso a
Sarah, que me olhava.

- Nossa.. e agora? - falei a ela.

- Passa o celular pra Sarah, quero falar com
ela. - Minha mãe falou. Tirei o celular do meu
ouvido e entreguei pra Sarah.

Sarah me olhou com uma sobrancelha
levantada. Pegou meu celular e colocou no
ouvido.

- Oi, Sil. - Ouvi Sarah dizer. - Não, não tem
problema não. - Ela falava me olhando.

- O que ela tá falando? - Sussurrei pra
Sarah, que não me respondeu.

- Fica tranquila, amanhã cedo eu levo ela sim. - Sarah dizia para minha mãe. Sorri pra ela. - Ok querida, de nada. - Ela tirou o celular de
sua orelha e me entregou.

A dona da fazenda ao lado [ADAPTAÇÃO SARIETTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora