- Pai? - Olhei a ele, meus olhos estavam arregalados, com medo.
- Faz uma pose aí. - Ele pegou o celular do bolso, rindo - Sua mãe está pedindo uma foto sua. - O homem falou, apontando a câmera do celular para mim.
Fiz uma pose qualquer, olhei para Sarah que nos olhava assustada. Subi as escadas da lancha e foi de encontro ao meu pai.
- Pai... - O chamei, ele virou a cabeça para trás.
- Fica tranquila, depois conversamos papai disse, piscando um dos olhos. Logo saiu em direção a cabine.
Estava preocupada, mas me tranquilizei com as palavras do meu pai.
O homem demonstrou estar calmo, sorrindo... até me lançou uma piscadela.
Voltei para o fundo da lancha, Sarah ainda estava na água. Fui em direção a ela, que estava próxima à escada. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e minhas pernas cruzadas em sua cintura.
- Juliette, para com isso. - Ela dizia tentando se soltar - Como você olhar pra cara do seu pai agora? - Sarah falou, olhando para meu rosto.
- Se soltar de você eu me afogo. - Aproximei meu rosto ao dela, deixei um beijinho em sua bochecha - Fica tranquila. Ele não deu muita importância. Tava todo sorridente.
- Ele falou algo? - Sarah perguntou, me olhando. Seu olhar era tão profundo, atraente...
- Nada! - Respondi a ela.
- Temos que parar com isso. - Ela dizia, enquanto me olhava seriamente. Revirei os olhos, me soltei dela.
Automaticamente meu corpo afundou nas águas. Senti a mão de Sarah em minha cintura, me puxando para cima - Juliette, não seja tão mimada assim ao ponto de não aceitar uma palavra contrária a sua sem ficar emburrada! - Sarah dizia calmamente. Não olhei para ela. Tentei me soltar mas ela não deixou.- Você pode me soltar, por favor? - Falei, sem olhar para ela. Sarah me levou até a pequena escada, e me soltou. Subi a escada e ela subiu em seguida.
Procurei uma toalha na mochila de meu pai. Me enxuguei e entreguei para Sarah, sem olhá-la.
Peguei meu óculos escuro que estava na minha bolsa e eu coloquei. Em seguida sentei no banco, na lateral da lancha. Observei Sarah colocar seu short preto, enxugou os seus cabelos e veio em direção.
- Eu vou lá na cabine, conversar com os meninos. - Ela disse me olhando, não respondi nada, apenas observei ela sair para a outra direção.
Fiquei sentada naquele banco. O estômago estava quente, minhas costas ardiam.
Fiquei pensando na fala de Simone, o que significava "Temos que parar com isso"? Será que ela seria parar com o que tínhamos? Bom, não tínhamos Nada, mas estávamos no caminho de ter algo... Será que ela não queria nada?
Fui tirada de meus pensamentos quando vi meu pai se apaixonando, com um prato de arroz, carne, maionese e farofa.
- Toma, amor. - Meu pai entregou o prato de plástico em minhas maos - Fiz um pratinho pra você. - Ouvi ele dizer.
- Obrigada, pai. - Respondi a ele. Ele me olhou atentamente.
- Tá tudo bem? - Ouvi ele me perguntar, se sentando ao meu lado.
- Sim. - Respondi em poucas palavras. Dei uma garrafa na carne e levei até a boca.
- Então tá bom. - O homem levantou e deixou um beijo em meus cabelos, que estavam secando, por conta do sol - Daqui a pouco já vamos, ok? - Ele disse, me olhando.
- Ok! Tanto faz - Respondi com a boca cheia. Meu pai riu para mim, e saiu andando.
Comi toda a comida que estava no prato, realmente estava com fome.
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A dona da fazenda ao lado [ADAPTAÇÃO SARIETTE]
أدب الهواة[ADAPTAÇÃO] - Juliette Freire é uma jovem que sempre teve tudo que queria. Mimada pelos seus pais, ao auge dos seus 25 anos cursava direito em uma das universidades mais caras e populares de Brasília. Em dezembro, sua família decide ir pro interior...