Capítulo 7

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Josh

Ela não veio.

Passei toda a primeira aula olhando para a porta esperando ela chegar. E quando iniciou a segunda aula foi do mesmo jeito, meu relógio no pulso virou repentinamente meu objeto favorito. Minha ansiedade já tava batendo níveis absurdos.

Pensei em mandar mensagem. Mas o que falaria: "Oi? Por que não veio?". Não éramos amigos a esse ponto, na verdade eu nem sabia o que éramos.

Então, quando fomos liberados para o intervalo resolvi fazer uma loucura. Como uma vez li em algum lugar:

"O mundo é dos loucos, pois os loucos sabem viver a vida."

E também resolvi colocar em prática a famosa frase só se vive uma vez. E é por isso, que nesse momento estou olhando a fachada da sua fraternidade.

Tive que vim andando já que não tenho dinheiro para sequer pegar um trem. A sorte que a fraternidade não ficava muito distante do campus, nada que uma boa caminhada repleta de agonia e ansiedade não fizesse eu sequer perceber quando cheguei.

Agora o questionamento era: bater na porta, mandar mensagem para ela abrir ou invadir sua casa? Provavelmente ela estaria dormindo, já que as nossas últimas mensagens foi em plena madrugada.

E não sei por qual motivo achei plausível fazer a última opção, e como ainda não estava louco ao ponto de ir para um manicômio tive um pouco de sanidade para mandar mensagem ao Noah avisando o que iria fazer. Afinal, se eu fosse parar em uma delegacia a única pessoa que teria preocupação em me tirar de lá era ele.

Respirei e comecei a rodear a casa de dois andares, como não tinha cerca ou nada impedindo para a entrada dos fundos foi fácil vasculhar. E foi lá no quintal que encontrei o que queria: uma escada.

O mais difícil agora era ter que adivinhar qual o quarto da Ravena. Lembrava vagamente de aonde ela me levou, e o meu senso de direção não era útil nesse momento.

Comecei analisando as janelas do lado direito, algumas estavam abertas o que não me surpreendia já que a rua era toda só com outras fraternidades e nunca ouve burburinho sobre roubo afinal éramos de uma universidade da elite.

Outras estavam fechadas mas até então nenhuma com uma cortina impedindo a claridade do sol entrar. Resolvi verificar pelo outro lado. E foi lá que encontrei uma janela totalmente coberta.

Te achei, loirinha.

Com um sorriso no rosto levei a escada até lá cuidadosamente e silenciosamente. Não saberia qual sua opinião sobre isso. E tenho certeza que não será das melhores quando eu simplesmente invadir seu quarto sem mais ou menos.

Respirei fundo e comecei a subir. Quando cheguei em frente a janela tive que pensar duas vezes no que iria fazer, arrombar uma fechadura era moleza havia aprendido ainda na adolescência por questões de sobrevivência e medo. Mas isso era crime. E se ela chamasse a polícia eu estaria ferrado.

Foda-se, quero vê-la.

Abri a minha mochila que trouxe desde a aula, não estava afim de passar no dormitório só para deixá-la. Procurei meu estojo de lápis, nele tinha um grampo de cabelo. O que iria facilitar e muito meu objetivo.

Depois de encontrá-lo coloquei meu plano em prática e como imaginei foi rápido.

Levantei sua janela e passei uma perna de cada vez, saí de trás da cortina tentando fazer com que o sol não infiltrar-se muito. E então a vi, deitada completamente serena enquanto dormia sem lençol, sem nada.

Hades' Daughter (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora