Capítulo 6

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Ravena

A conversa com o Josh até que estava interessante mas outra mensagem chamou minha atenção, um homem que eu não conhecia me chamando para uma corrida. Expliquei por alto que estava sem carro até aquele momento por causa da perda total do antigo, e ele disse que emprestaria um para a sua "garota de ouro".

Não pensei muito e mandei meu endereço e pedi para vim me buscar, levantei troquei o meu pijama por uma saia de couro, bota cano alto preta, uma blusinha branca simples e uma jaqueta qualquer por cima de tudo.

Levando unicamente meu celular desci as escadas e percebi que a festa ainda rolava mas com bem menos pessoas, vi algumas meninas bebendo e queria nem imaginar a ressaca que acordaram amanhã, apesar de que o amanhã já chegou.

Provavelmente passei só uns 5 minutos na calçada esperando, sequer sabia quem era o cara, mas sabia que o carro era a porra de uma Ferrari SF90 Stradale. Nem poderia acreditar que iria pilotar aquela máquina.

Dei uma corridinha pra sentar no banco do passageiro quando ele estacionou na minha frente, abri a porta com o maior cuidado possível. Aquele bebê merecia todo o cuidado que eu não tinha.

_Oi. - O moreno tatuado me cumprimentou. Dei uma checada e era charmoso. O cabelo bagunçado me lembrou o do Josh.

_Oi. - respondi.

_ O racha vai ser tranquilo hoje, mas as apostas estão altas e você é a minha carta na manga. - ele deu um sorriso enorme.

_Por que?

_ Apostei 100 mil libras que esse carro venceria. - Uau.

_O carro? - indaguei.

_Pessoal ainda acha que você está de fora da diversão, então não coloquei seu nome a princípio, acham que eu vou dirigir.

_Entendi, as apostas pra você vencer estão baixas mas será eu a vencedora dirigindo o carro.

_Exatamente minha linda. - é o que homem?

_Não sou sua linda e preste atenção na estrada, não quero morrer neste corpo. - detesto pessoas que acham ter liberdade com 2 minutos de conversa.

_Como?

_Só presta atenção nessa porra. -me estressei.

_Okay, esquentadinha.- falou baixo mas ouvi.

Prestei atenção por onde estávamos indo, saímos do centro da cidade fazia uns 5 minutos. Pegamos a direita em uma estrada de terra batida, esperava que não fosse dirigir naquela situação precária. Não imaginava chegar a mais de 300 km/h naquelas condições.

Pensei em perguntar mas preferia o silêncio e não queria que ele achasse novamente que tinha se tornado meu amigo. Entramos em uma espécie de fazenda depois de um tempo, os campos com plantação se estendia por uns bons quilômetros.  A casa visivelmente estava acontecendo uma festa, a música alta e pessoas entrando e saindo não deixava dúvidas sobre isso.

_Chegamos. Teve uma reforma na pista desde a última vez que você correu aqui.

_Aí é? O que melhoraram? - joguei verde, afinal não fazia a mínima noção de que local era esse.

Ele continuou seguindo o caminho pegando a lateral da casa e percebi uma pista de automação. Que coisa linda.

_Quase não dava tempo de chegarmos. A melhora foi na sinalização.

Olhei para a frente e vi outras 4 máquinas velozes enfileiradas. Confesso que uma Mercedes preta ganhou meu coração, amava o design da marca.

Ele deixou o carro igualmente na marca de partida e puxou o freio de mão. Se virou para mim com um sorriso imenso, tenho certeza que lembrou do que me chamou mais cedo no WhatsApp.

Garota de ouro.

_Boa sorte, tenho certeza que vai ser moleza para você.- também tinha certeza.

_Também tenho certeza. - e foi exatamente o que disse.

_Vou indo, te encontro na chegada sendo a ganhadora e cuida do meu precioso. - falou passando a mão na direção.

Quando ele saiu do carro e bateu a porta, tirei meu cinto e passei para o lado do motorista tive cuidado com o câmbio e em não tocar em nada importante.

Preparei e olhei para os lados, todos com os vidros abertos e o meu fechado impedindo os curiosos que não entenderam o por que do motorista ter saído antes da corrida.

Sorri de lado, isso seria interessante.

Ajeitei os retrovisores e quando um cara qualquer bateu no vidro da porta, acelerei. Eles não precisavam saber quem eu era antes da hora, só que tinha alguém ali dentro.

Respirei fundo.

Uma garota com uma roupa minúscula que não deixava nada para a imaginação entrou na frente pra da inicio a largada. Ela levantou uma bandana, e me preparei. Os meus adversários aceleraram os carros se exibindo. E eu? Eu fiz o mesmo.

Ainda sorria quando a garota abaixou a mão. Em segundos aquela máquina perfeita chamada de carro foi pra 100 km.

A adrenalina corria nas minhas veias.

Não sentia o vento no rosto, mas a porra da liberdade que senti enquanto corria como uma maluca até a linha de chegada foi maravilhoso.

A velocidade alucinante que aquele carro atingiu me fez sentir viva. Não sobrevivendo, viva.

Nunca imaginei sentir o que senti ali.

Mais rápido.

Mais adrenalina.

Os pneus catando na única curva que tinha. O perigo iminente de acontecer alguma coisa foi melhor ainda.

E quando ganhei, só imaginei que queria falar aquilo para o garoto de olhos tristes que vinha perturbando meus pesadelos.

Respirei fundo e sai do carro.

Os gritos da multidão me alcançaram, e os braços do dono do carro também. Tentei me afastar mas ele não entendeu, ou entendeu e se fez de louco. Mas quando ele tentou me beijar foi demais. Levantei o joelho e me preparei para acertar com força seus países baixos. E o urro de dor foi música para meus ouvidos.

_Porra! Sua maluca.

_Não te dei liberdade, e na próxima você ficará é sem pau. Farei questão de arrancá-lo com uma faca cega. Agora me leve de volta para a fraternidade.

_Você só não me paga, por que por sua causa estou muito rico agora.

A volta foi tranquila,  e quando deitei no travesseiro já passava das 5:30 da manhã. Não tinha possibilidade de ir para a universidade hoje.

Fiquei ressentida por não vê minha presa novamente, ou melhor...

Meu Beute.

Hades' Daughter (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora