Ravena
Uma semana depois_Levanta puta! - em seguida senti a água fria em contato com meu corpo. Acho que aquilo é o meu primeiro banho desde que cheguei naquele lugar.
Juntei todas as forças que não tinha e me levantei devagar segurando na coluna.
E esse era o bom dia do Luca. Estava quase considerando o nomear como meu melhor amigo. Afinal, seu passatempo preferido era estar comigo.
E sua forma de amor era me atormentar.
Todas as minhas unhas já haviam sido arrancadas. Infelizmente, falhei na minha missão de não transparecer emoções e acabei gritando de dor quando isso aconteceu.
_Hoje vamos nos divertir muito. - falou me analisando minuciosamente como se fosse uma carne pronta para o abate.
Isso quer dizer que ele vai me estuprar. Não me importo muito com o trauma psicológico que poderia acorrentar em qualquer pessoa. Mas a dor física era o que me incomodava, nunca tinha vivido aquele tipo de sofrimento. E não estava preparada para suportar.
_Tenho certeza que sim. - falei com a voz baixa e áspera. O outro grandalhão que ainda não sei o nome estava certo. Nesses últimos 6 dias desde que fui mantida prisioneira só bebi água mesmo duas vezes. As outras o Luca fazia questão de me hidratar com sua urina.
E falando nele... Continuava usando a balaclava enquanto trazia uma caixa grande deixando virada perto da coluna que me mantinha amarrada.
Ele era ao contrário do Luca em muitos aspectos, esse que sequer se importava em continuar escondendo sua identidade. Com a aparência de um ex soldado do exército americano o italiano mantinha seus cabelos em um corte militar e os olhos azuis quase transparentes era um charme que acaba assim que abria a boca. Insuportável era uma palavra ótima que poderia tentar descrevê-lo.
Os insultos não me incomodava, o palavreado padrão que era usado para denegrir minha imagem sequer fazia algum efeito.
Luca saiu me deixando sozinha com o outro.
_O que ele vai fazer? - perguntei baixinho. Parei de me importar depois do terceiro dia. Mas a ansiedade até que a tortura diária se concretizasse era um pouquinho agonizante.
_Você sabe... O de sempre. Mas dessa vez ele teve uma ideia mirabolante que o chefe amou. - revirou os olhos. E aquela foi a primeira expressão significativa que ele transmitiu.
_Pode me dá água? -perguntei com esperança.
_Sinto muito, mas você não está em um cruzeiro curtindo as férias. Vem aqui, vou te sedar por um tempinho enquanto terminamos essa merda. - falou retirando uma seringa do bolso traseiro.
_Não quero ser sedada. - falei. Apesar de que deveria amar a ideia de não sentir o incômodo pela falta das unhas. Ou a dor nos meus seios pelas mordidas de ontem do Luca. Até mesmo do latejar na minha costela e barriga pelos socos que levei.
Tentei me debater mas foi em vão. A agulha penetrou na minha pele com rapidez e a força que ele utilizou para me imobilizar foi o suficiente.
Eu acabei caindo sentada. As forças que me mantinha em pé não tinha importância, daqui a pouco iria virar a Bela Adormecida.
Ainda consegui vê o Luca voltar com um saco de cimento nos ombros antes de apagar.
E voltar para o mundo dos sonhos e pesadelos.
❅
Senti um remexer no meu rosto. Mas o que me acordou mesmo foi a dor que levei ao ser atingido por um murro.
Poderia apostar meu rim que sairia dali com o nariz quebrado.
Se eu conseguisse sair...
_Como foi o sono? - escutei a voz rouca do Luca bem próxima do meu rosto...
Como se realmente importasse com a minha saúde.
Tentei levantar a minha mão até meu rosto pra ter mais noção do que tinha quebrado ou só machucado.
Foi quando eu percebi não ter forças para mexer meu braço. Ou pernas...
Arregalei meus olhos e olhei para baixo. Contemplei o trabalho feito pelos meus carcereiros. Eu estava literalmente grudada na caixa com cimento.
A caixa continha aquela mistura até metade das minhas coxas e metade dos meus braços.
Eu estava nua e percebi também a posição perfeita de quatro.
Eu estava de quatro no concreto.
Era o cúmulo.
Respirei fundo e tentei não transparecer nenhuma das minhas emoções ou dores.
_Poderia fazer qualquer coisa contigo estando desse jeito e até sedada, mas qual seria a graça? - falou baixo no meu ouvido.
Luca andou ao meu redor fazendo questão de passar a mão por todo o meu corpo. Quando chegou novamente na frente do meu rosto me deu um tapa estalado.
Respirei fundo.
_Você fala muito para alguém que está no controle. - Tive que tossir um pouco depois dessa simples frase.
A fome e sede estava me deixando extremamente cansada e sem forças.
_E você é muito corajosa pra alguém que está presa.
_Não somos ninguém sem a nossa coragem ou autoconfiança. - Um papo de coach a essa altura do campeonato não funcionaria nem nele ou em mim.
Mas precisava confiar em alguma coisa. E a minha confiança era nos treinamentos que fiz durante anos. A certeza que em algum momento iria conseguir me livrar sozinha daquele inferno.
Vi pela minha visão periférica ele abaixar as calças e retirar de dentro do bolso uma camisinha.
Anteriormente me disse que era exclusivamente para a sua segurança. De acordo com o mesmo não poderia ter certeza se eu não tinha alguma doença.
Um bandido consciente. Fofo se não fosse trágico.
Tateando meu corpo chegou até meu bico do seio e fez questão de apertar e o torcer. Tive que morder a boca para não dá-lo o gostinho da vitória.
E seria uma longa noite... Ou dia. Não tinha nem um pingo de noção em que horário estávamos.
Luca passou a mão por toda a minha vagina e quando chegou no buraco enfiou 2 dedos de uma vez.
_Você é uma putinha bem gostosa sabia?
Falou um pouco antes de retirar os dedos e enfiar o pau asqueroso todo dentro de mim.
Senti o gosto de ferrugem que o sangue da minha boca me proporcionou.
E eu sabia.
Só estava começando.
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Hades' Daughter (LIVRO 1)
Romance(LIVRO 1 MAS PODE SER LIDO SEPARADAMENTE QUE NÃO INTERFERE) Ravena morreu em um acidente de carro enquanto fazia o que mais amava: correr. O que nunca imaginou acontecer é que simplesmente a filha de Hades o deus do submundo iria pegar o seu corpo e...