Aprisionada

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Acordei em um chão duro, a dor estava insuportável, percebi que eu não estava em qualquer lugar e sim em uma cela do castelo de Thranduil.
Olhei para meu machucado e vi que eles só passaram um pano em volta, consegui me sentar e a olhar em volta, a cela era pequena, escura e fria, não tinha janelas, apenas uma foça e da parede saia um pouco de água estremamente gelada, fiquei ali tentando me manter acordada, aquela dor não era normal, ouvi passos logo em seguida a elfa de cabelos vermelhos apareceu na porta.

- Cirin, o que tinha na cabeça por ter fugido?

- Tauriel..

Falei baixinho, a elfa pareceu preocupada e saiu rapidamente logo depois retornou.

- Tome Cirin, beba isso, te fará ficar bem.

Me entregando uma xícara que contia um líquido amargo dentro, bebi tudo e voltei a atenção para ela.

- Por que estou aqui Tauriel?.

- O soberano acha que você o traiu, que mentiu para ele e que fugiu do palácio para ir de encontro com seu irmão.

- Não, não é isso,... você tem que acreditar em mim.

- Por que fugiu Cirin?.

- Eu... Eu queria voltar para meu mundo.

- Por que?, Estava tudo tranquilo, você tinha um quarto, conforto, amigos, por que se arriscar para voltar?.

- medo,... acho que era um pouco de medo e de saudades, não queria ficar aqui, todos estão contando comigo para derrotar meu irmão, fiquei sobrecarregada, eu só queria voltar para meu mundo, poder ver meus amigos, minha família..

Falei fracamente, não tava conseguindo falar normal.

- Tauriel, por favor, sei que não devo lhe pedir isso, sei que os trai, fugindo daquela maneira, mais se tiver como, fale com o rei..

- Será bem difícil ele aceitar isso Cirin, mas como sua amiga, tentarei só não tenha esperanças tá bem?.

Logo Tauriel saiu me deixando sozinha ali, o chá que ela tinha me dado tava fazendo um pouco de efeito, minhas feridas estavam dolorida, porém eu não podia mexer meu braço, doia muito.
Eu estava muito suja, meus cabelo totalmente embaraçados e com lama, eu poderia facilmente ter uma infecção em meus machucados.
As horas foram se passando e eu não tinha nem ideia se era dia ou noite nequele momento.
Ouvi mais passos em direção a minha cela, uma sombra alta apareceu nas grades da cela.

- Por que fugiu?.

Era Thranduil, não olhei para ele, eu não conseguia e isso não se tratava da dor que eu sentia.

- Eu estava apenas tentando voltar para casa.

- MENTIRA!!.

- Eu to falando a verdade, eu tava sobrecarregada e precisava ver minha família, ver meu mundo.

- Você sabe que não pode voltar, seu dever era ficar aqui para derrotar seu irmão!.

- Eu seii, mas não quero isso.

Falei aos choros e pegando toda minha força para responder suas perguntas.
A cada lágrima gelada que escorria em minha face, era de puro cansaço, tristeza, angústia e desespero.
Poucos segundos de silêncio.

- Vou ficar aqui?.

- Vai até me falar a verdade, o que estava planejando fazer quando tentou fugir do meu reino.

E assim Thranduil saiu sem dar tempo de eu responder, um pouco mais tarde um guarda me trouxe uma bandeja de comida, que vinha pão elfico, suco de maçã e uma sopa com legumes, eu estava com fome, comi deixando apenas migalhas em cima da bandeja e passando a mesma para fora da cela.
Eu não tinha muita opção a não ser dormir ali.
Não estava com febre e nem com muita dor, aquele chá que Tauriel tinha me trazido me ajudou.
Deitei em uma posição quase confortável naquela situação, e acabei dormindo.
No dia seguinte fui acordada por um dos guardas, colocou minha bandeja no chão e tacou água em mim para que eu acordasse.

Deve ser o tratamento que aquela piranha loira decidiu me dar..
Droga! Agora estou ensopada.

- Que porra é essa!???.

- Calada prisioneira, coma!.

- Vai se fuder seu idiota, você não manda em mim droga!.

Falei, mas ele já tinha saído.
Acho que era de manhã, por conta do que vinha na bandeja, eram frutas um pão e suco, não estava com fome mas resolvi comer, um pouco

mais tarde:

- O que aconteceu com você Cirin?.

- Olá, Tauriel, nada, apenas um tratamento vip que o soberano decidiu me dar.

- Você tá horrível.

- Nem precisa me falar, já devo ter uma noção de como estou.

- Vou trazer algumas que estão ao meu alcance e possam te ajudar se não você vai acabar morrendo aqui.

- Obrigada Tauriel.

Falei com os olhos enchendo de lágrimas, mas eu não iria chorar, não mais.
E a elfa saiu apressadamente. Não tava fácil, a dor estava voltando, e pelo que eu conseguia ver em meio a sujeira, meus ferimento estavam infeccionado.
Esperei por Tauriel, quando ela voltou trouxe algumas coisas básicas para mim, como um sabonete, uma toalha, uma peça de roupa e uma manta fina, que não sei se me ajudaria no frio que ali fazia, mas serveria.

- Obrigada de novo Tauriel.

- Ainda estou chateada que você tenha fugido, mas não deixarei você morrer aqui.

Ela deu um sorriso e saiu.
Comi o que tinha na bandeja sem pressa, quando terminei coloquei a bandeja para fora da cela e resolvi tomar um banho.
Quando percebi que não tinha ninguém por ali, fui até o final da cela e me despi com dificuldade, comecei a lavar meu cabelo o que foi difícil pela a água estar gelada, mais ignorei e continuei, joguei a água da fonte pelo meu corpo e começando a me ensaboar, terminei o banho me levantei, e percebi que tinha alguém na porta da cela, fui rapidamente pegar a toalha mas já era tarde.
Thranduil estava vidrado olhando para meu corpo.

- Que droga! Não tenho nem privacidade!.

- Depois do que fez..

- Veio para perguntar o que eu planejava né, então já te adianto é a mesma coisa que te falei ontem e vai ser a mesma coisa que falarei amanhã!.

- Achei que quisesse me contar a verdade, ou esta gostando do seu tratamento aqui?.

- Acho que ninguém gostaria desse tratamento, por isso eu te pesso para acreditar em mim..

- Espero que um dia me fale a verdade Cirin, pois tenho a eternidade para esperar e você para contar.

Thranduil saiu me deixando um pouco descabreada, coloquei a roupa e me deitei no chão e lá fiquei, logo anoiteceu, meu machucado por mais limpo que estivesse a dor estava pior, o que fez eu perder a fome quando o guarda me trouxe o jantar.
Não comi deixando exatamente onde ele tinha colocado a bandeja, nem me movi pois eu estava com muito frio e uma sensação horrível além de sentir dores pelo corpo.
A noite foi passando e eu só piorando, meus dentes batiam de frio, aquela vasta dor de cabeça, eu preferiria morrer do que continuar daquele jeito.
No dia seguinte, um guarda trouxe a bandeja do café, e recolheu a do jantar olhando para mim com dó, pois eu estava do mesmo jeito ontem.
O dia foi passando e não recebi visita de ninguém, e a bandeja continuava do mesmo jeito que foi entregue, o guarda veio buscá-la e consigo trouxe outra bandeja, agora o da janta.

- Olha você precisa comer!, Sei que não se sente bem e que está muito mal, mas meu soberano não vai aliviar pelo que você fez, só coma por favor não quero ter que tirar seu corpo sem vida desta cela!.

Facil ele falar, não esta
com dor, febre com feridas inflamadas.

Já não conseguia mais falar, o lado do meu corpo que estava encostado no chão eu já não o sentia mais, estava dormente, eu apenas ficava na mesma posição sem me mover escutando a água da fonte, encostar o chão da cela.

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