Capítulo 15

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"Às vezes as pessoas estão destinadas a se apaixonarem, mas não a ficarem juntos."- 500 Dias de verão

P.O.V Alicia

-A Senhora Betty pediu-me para ir buscar dálias e eu trouxe bromélias, depois fui buscar gladíolos, mas na verdade trouxe lírios!

Estava numa gelataria com o Harry. Ele contava-me como tinha sido o seu primeiro dia de trabalho e graças a isso eu ria descontroladamente.

-Depois, ela esteve a ensinar-me a retirar a planta de um vaso e a colocar noutro. Não só parti a flor, deixando a raíz lá dentro, como a seguir ainda espetei com o vaso no chão!

-E depois a desastrada sou eu! – Gozei-o, limpando as lágrimas que se haviam formado com o riso. – Fizeste alguma coisa bem, ao menos?

-Consegui trocar a água das flores!

-Boa, Harry! Um ponto para ti. – Brinquei.

-Mas depois, entornei os brilhantes todos. O chão parecia estar cheio de vomitado de unicórnio: tudo brilhante e cor-de-rosa! – Mais uma vez, desatei a rir e o Harry acompanhou-me.

Saímos da gelataria e decidimos passear um pouco pelas ruas do bairro. O dia era solarengo, mas hoje corria um vento fresco e agradável.

A presença do Harry animava-me, mas a minha mente estava ocupada a pensar no que eu teria de enfrentar quando chegasse a casa.

Não tinha falado com os meus pais, depois do que se passou no jantar. Troquei apenas algumas mensagens com a Lilian que me confidenciou que o ambiente lá em casa estava de cortar a respiração.

A verdade é que a conversa com os meus pais não ia ser fácil.

-Dou-te um dólar pelos teus pensamentos. – O Harry abanou uma nota à frente da minha cara, acordando-me dos meus desvaneios.

-Está a chamar-me vendida, senhor Styles?

-Eu não ousaria! – Ele sorriu de canto e deu-me um pequeno e brincalhão encontrão. – Agora a sério, em que estás a pensar?

-Nos meus pais. – Respondi sinceramente e exalei. – Acredito que a conversa não será fácil. E agora passa para cá esse dólar!

-Não discutas com eles. Não por mim.

-Não é por seres tu, Harry. Os meus pais foram extremamente desagradáveis. Aliás, desagradável é pouco! O meu pai ultrapassou qualquer limite e a minha mãe aliou-se a ele! – O Harry parou de andar e colocou-se à minha frente.

-Eles só te querem proteger.

-Por favor, Harry. Nem tu acreditas no que estás a dizer! Proteger do quê? De ser feliz? De amar? É tarde demais para evitar isso! – As palavras saíram disparadas da minha boca sem me deram tempo para as travar. Eu e o Harry permanecemos calados de boca aberta a olharmo-nos.

-Tu...O que...O que tu queres dizer com isso? Como assim? – Ele balbuciou com os olhos verdes a brilharem.

A minha cabeça começou a girar e o meu coração batia num ritmo inconstante e nada saudável.

Eu amo-o? É certo que eu gosto dele já lhe disse, inclusive, mas... ama-lo?

Isto que eu sentia era amor?

Esta alegria que me consome, esta vontade de estar junto, esta coragem de enfrentar mares e tempestades por ele...é amor?

É?

-Eu...eu... -Murmurei incapaz de formular uma frase com coerência. O rapaz de cabelos encaracolados olhava-me com expectativa e eu sentia um turbilhão de sentimentos, tornando-se difícil respirar.

Once in a LifetimeWhere stories live. Discover now