Capítulo 17

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"A razão pela qual dói tanto separar é porque as nossas almas estão ligadas." – Nicholas Sparks

P.O.V Harry

-Gajas...Gajas só servem para nos fazer sofrer. – Suspirei.

-Não é bem assim. Há outras que só servem para comer. – Disse o Louis antes de dar mais um valente gole na sua segunda garrafa de cerveja. – Pronto, concordo contigo. Nós gajos é que somos sempre os maus da fita, mas quando tentamos fazer as coisas direito elas apunhalam-nos.

Acenei com a cabeça, concordando com que o meu amigo disse. Depois fez-se luz na minha cabeça e comecei a rir.

-Espera lá: tu estás assim por causa de quem mesmo? – Provoquei-o, fazendo com que ele me olhasse alarmado.

Primeiro ele abriu e fechou a boca múltiplas vezes. Depois bebeu mais um pouco e olhou em volta do parque onde estávamos sentados com uma grade de cerveja ao nosso lado. Por fim sorriu e disse:

-Estou assim por solidariedade a ti claro! Eu como sou um tipo porreiro e tu estás mal por causa da Alicia, partilho contigo a dor. – Ri pelo nariz e revirei os olhos.

-Ah bom e eu a pensar que o teu problema era o Bruce, ou melhor, o Bruce agarrado à Bella.

-Mas o que é que aquele paneleiro tem de especial? Por favor, parece um gajo do coro todo arranjadinho. Fogo! – Comecei-me a rir perante o ataque de ciúmes do Louis. – Tu estás a rir do quê, pá?

-De ti. Estás tão caidinho pela Bella...

-Eu caidinho por aquela miúda mimalha com a mania que é boa? Poupa-me! Ela até pode ser girinha, e ter um sorriso lindo...ela até pode ser muito divertida e ter aquele feitio que me deixa doido...e quando ela dança, meu Deus aquele corpo... - Quando ele percebeu o que estava a dizer parou a meio e olhou para a garrafa que estava nas suas mãos. – Acho que já estou bêbado.

Não é bebedeira, é amor, Louis. E tem quase os mesmos efeitos.

Quando parei de rir do Louis calei-me, assim como o meu companheiro de desgraças sentimentais. Ambos ficamos focados no nada, a beber uma cerveja atrás da outra, como se o líquido pudesse afogar o nosso coração e, com um pouco de sorte, os sentimentos também.

Ele olhou para mim e eu sabia que estava a roer-se para perguntar alguma coisa. Dei-lhe sinal com a cabeça antes que ele explodisse de curiosidade.

-O que vais fazer agora?

Continuei quieto durante mais uns momentos.

O que eu iria fazer?

Era de facto uma boa pergunta. Aliás, era a pergunta que eu tinha evitado desde que saí do apartamento da Bella.
Porquê? Por medo. Por cobardia. Como preferirem.

Eu só tinha certeza de uma coisa. Eu e a Alicia não fomos feitos para ficarmos juntos.

Se antes eu tinha dúvidas em relação a isto, agora tenho a certeza e só à uma maneira de lidar com isto...

-Eu vou-me afastar dela. – O Louis olhou-me apreensivo como se eu fosse uma criança que ganhou coragem de dar o seu brinquedo favorito a alguém. – Eu vou-me afastar dela porque é o melhor.

-Harry, eu sei que estás triste mas...

-Não, Louis. Eu não estou triste. Isto é o melhor...para os dois. – O meu amigo sorriu de canto e ergueu a garrafa para podermos brindar, ali, no parque do nosso bairro, iluminados pelos poucos candeeiros, tentando afogar o que sentíamos em cervejas.

Once in a LifetimeWhere stories live. Discover now