Capítulo 29

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"E se ter-te custasse tudo o que tenho, eu desistiria de cada uma delas." – Desconhecido

P.O.V Alicia

-umas horas antes-

Já tinha chegado do trabalho há duas horas. Depois de ter comido uma saborosa tosta mista feita pela Ellen e de ter estado a ver um filme, decidi ir procurar as minhas malas, uma vez que estava a menos de uma semana de ficar de férias.

Eu e o Harry ainda não decidimos bem o que vamos fazer nas próximas duas semanas. No primeiro fim-de-semana vamos acampar com o pessoal e depois estamos a planear voltar a Holmes Chapel, só que ainda não marcamos uma data específica.

Ainda assim, como o entusiasmo já me controla por completo, lá fui até ao sótão procurar as minhas coisas.

Como não o usamos muito, (só o meu pai costuma colocar aqui alguns caixotes com material da empresa) havia algum pó, no entanto isso não me deteve, por isso, continuei a minha busca. Abri uns quantos sacos, onde agora se encontravam os cobertores de inverno, até que dentro de um guarda-vestidos velho encontrei as minhas duas malas de viagem.

Estava pronta para sair, quando ouço um enorme estrondo.

-Belo serviço! – Resmunguei ao ver que uma caixa tinha caído do armário e agora estava tudo espalhado.

Voltei atrás e comecei a apanhar os documentos do meu pai. Assim que a coloquei no sítio, senti que havia mais alguma coisa no topo do guarda-vestidos. Tentei esticar-me, mas não conseguia chegar, então fui buscar uma cadeira e empoleirada em cima dela, peguei em duas caixas de cartão.

Sentei-me no chão com as pernas cruzadas.

-O que será que está aqui dentro?

Mal abri a primeira comecei a rir, ao encontrar um monte de barbies. Ainda estavam em perfeito estado e faziam-me lembrar das tardes em que eu brincava com a Lilian.
Fechei-a e abri a segunda.
Esta também continha coisas minhas. Fotografias de tudo: de mim em bebe, em criança, de adolescente, de viagens em família... Enfim. Vários momentos eternizados em papéis brilhantes e retangulares.

Ao coloca-las de novo na caixa, uma carta caiu.

-O que é isto?

Abri o envelope sem grandes cerimónias e descobri vários papéis. O primeiro era uma carta, mas não era para mim, era direcionada para a minha mãe. Talvez eu não o devesse fazer, mas comecei a lê-la.

"Querida Marcie,

Escrevo-te, uma última vez, para te dizer o quanto te amo. Quando leres esta carta já eu estarei longe.

Perdoa-me por não me ter despedido de ti, mas a dor seria demasiado grande para eu aguentar.

Fizeste a tua decisão e eu respeito-a, por isso espero que também respeites a minha de partir.
Eu não sei quando nos voltaremos a ver ou sequer se um algum dia nos vamos reencontrar, mas talvez seja mesmo melhor assim.

És a mulher da minha vida. Sabes disto, não sabes?

Acredita que não vai haver ninguém que me faça feliz como tu fizeste.
Mais uma vez, perdoa-me.
Com muito amor,

O sempre teu,
                                                                 Alexander Brown"

Mal terminei de a ler, senti um arrependimento enorme. Aquilo era privado, era da minha mãe e eu não tinha direito nenhum de estar a ler. Porém, ao mesmo tempo senti necessidade de saber mais. Quem era aquele Alexander? Um amante?

Once in a LifetimeWhere stories live. Discover now