24. Dói Muito

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Lee Minho



Abaixei a arma, sentindo meus músculos tensos e ouvindo um zumbido insistente por conta do barulho que ecoou pelo cômodo. Me ajoelhei em frente a Jisung assim que me recuperei do choque inicial.



- Amor! - O abracei com força, tomando extremo cuidado com a barriga. - Me desculpe, eu juro que não queria que isso acontecesse. Juro que não queria que presenciasse essa cena. - Acariciei seus cabelos e pressionei um beijo em sua testa.



- Ele era meu irmão, Min! E-Ele tentou... Minha mãe o teve com o seu inimigo, c-como...? Minha mãe... Eles foram capaz de bolar um plano para tirar a minha vida e a de meus filhos por causa de uma vingança e dinheiro. Eu fui uma isca, amor, eu nunca fui considerado família, eu nem ao menos sabia de tudo que acontecia bem em baixo do meu nariz. Eu fui usado e... E-Enganado. Eu vivi com pouco enquanto eles tinham muito, eu me sacrifiquei para ajudá-los, mesmo sabendo que meu pai foi afastado por um capricho da minha mãe. Eu sabia que ela não m-me tinha como favorito, mas... Min... - Lamentou antes de soluçar em meio a seu choro intenso e sofrido. - Eu não suporto essa dor, Minho! Faz passar! Faz passar! - Apertou minha blusa entre os dedos e enterrou o rosto em meu pescoço, parecendo procurar conforto em meus braços. - Por favor, faz p-passar!



- Onde está doendo? - Segurei seu rosto e o analisei.



- Aqui! - Pegou uma de minhas mãos e pousou em seu peito. - Eu estou... M-Muito decepcionado. E dói. Dói muito. Diz que não vai me trair também, Min! Diz que não v-vai me u-usar! Eu não me importo com o que é, o que faz ou o que fez, só não se volte contra mim. Você me achou, p-por favor, me leva com você. Pode me perdoar? Eu não sou como eles, eu não quis vingança contra vocês. Perdoa meu sobrenome.



- Hannie... - Engoli em seco, tentando assimilar suas palavras enquanto o abraçava forte e o aromatizava. - Meu amor, eu sinto muito. Você não mereceu passar por isso, você é a única vítima aqui. Todos são culpados, menos você. Eu sou culpado também. Olhe para mim... - Segurei seu rosto entre minhas mãos e olhei em seus olhos. - Você sabe de tudo, não sabe? Você entendeu o que aconteceu aqui? - Jisung assentiu fraco. - Eu não queria que visse o meu pior, mas teve que ver da pior maneira e no pior momento. Eu lamento pois não escolhi, lamento por não poder te prometer que não vamos correr riscos outra vez. Mas eu posso prometer que me colocarei na frente de qualquer perigo, por todos que eu amo. Meu fardo pode te machucar, e eu não vou mentir, mas eu, Lee Minho, não vou te machucar. Nunca, entendeu? Não importa o que faça, o que fale ou qual a situação, eu nunca serei o Lee Minho de hoje com você. - Encostei nossas testas e o encarei firme, tentando passar minha sinceridade e confiança. - Eu nunca vou apontar nenhum dedo sequer para a minha família.


Jisung assentiu e se agarrou ao meu corpo como se eu fosse seu lugar seguro.



Me doeu esperar todo o discurso de Pedro, mas precisávamos escutar o que ele tinha a contar. Seria fácil matá-lo sem qualquer tipo de resistência, mas não poderíamos continuar nossas vidas sem a verdade.



Meu pai dizia que a verdade era sempre libertadora, e ele estava certo, mas esqueceu de mencionar que ela também podia ser esmagadora.



Eu costumava pensar que fazer justiça com as próprias mãos não fazia de mim um criminoso, e sim um justiceiro, mas acabei de perceber que esse foi o erro da minha família. Entramos em algo que não podemos parar.



Meu bisavô criou um império criminoso, meu avô conseguiu uma aliança com a justiça para tentar limpar nosso sobrenome, meu pai perdeu o controle, transitou entre o que podíamos fazer e o que não podíamos fazer, nos deixando segredos e inimigos e eu, como próximo chefe da sede, serei o que encerrará esse ciclo.



Meus filhos não conseguirão fugir desse peso, mas os filhos dos meus filhos não viverão esse tormento.



Essa foi a promessa que fiz para eu mesmo enquanto beijava o topo da cabeça de Jisung.



- Vamos embora! - O levantei com cuidado e o coloquei em meu colo.



- O que acontecerá com a Carolina? - Perguntou em um tom magoado e angustiado.



- Ainda vamos decidir o destino de todos os envolvidos. - Suspirei.



- Filho! Meu bem, me desculpe! Eu não sabia que o plano era matá-lo. Sempre quis o seu melhor e se não contei sobre Pedro era porque queria poupá-lo de toda esta história. - Carolina tentava a todo custo se soltar dos homens que a segurava. - Me desculpa! Eu amo você mais que tudo na vida. Entenda que eu te poupei, Jisung! Eu te poupei! - Jisung virou o rosto, o encaixando na curva do meu pescoço. - Por favor... - Suplicou, caindo de joelhos ainda sendo segurada pelos braços. - Me perdoa!



- Um dia conseguirei te perdoar, mamãe, mas esse dia não é hoje. - Carolina arregalou os olhos. - Não vou esquecer.



Vi os agentes a arrastarem ainda de joelhos, a forçando a se levantar e segui-los.



- Minho! Jisung! - Changbin gritou, enquanto lutava com Max, agente de sua própria equipe. - Não lute comigo, Max! Você não está cumprindo o protocolo da sede.



- O protocolo só serve para agentes, não para traidores. Até o final das investigações você é considerada suspeito. - Não consegui controlar o rosnado que rasgou pela minha garganta e fechei minhas mãos com força. - Você sempre cuidou de todos os negócios sujos da sua família, e sei que não deixaria passar a informação sobre Pedro. Eu não sei se consigo comprar que não tinha informações importantes ou que sabia de todo o plano. Até descobrirmos até onde está sujo, você está preso, e Max vai mantê-lo junto aos demais.



- Pare, Minho! - Jisung agarrou meu rosto com ambas as mãos. - Ele tentou me ajudar. Pelo menos tentem conversar primeiro. Changbin também foi torturado, muito mais do que eu. Eu ouvi o que conversaram, Pedro queria nos matar, então não tinha o porquê mentir. Família Seo só forneceu o lugar porque foi solicitado por outro grupo, não por Pedro. Changbin estava concentrado demais em ajudar a sede Lee, não foi ele que negociou, foi a mãe dele. Changbin foi vendado e dirigiram com ele por quase meia hora antes de jogarem ele comigo. Ele achou que estávamos longe, pois usaram uma outra parte do subterrâneo, uma que estava fechada a anos. Acredite, foi tudo que descobrimos durante as ligações que Pedro fez questão de nos deixar ouvir. Pedro planejava me matar e colocar a arma na mão de Changbin. - Segurou minha blusa com força e eu o encarei incrédulo. - Escute o que ele tem a dizer, por favor. Acredite em mim se não acredita nele. Sem Changbin eu teria perdido nossos filhos antes de você conseguir me resgatar.



- Eu acredito. Irei mantê-lo livre antes de concluirmos as investigações. - Interrompi Changbin antes que ele começasse a falar. - Tenho outros assuntos mais importantes para resolver agora. Veja minha atitude como um voto de confiança e apreço. Você sabe muito bem como agimos, você também age assim. Aceite.



- Ficarei na sede, à sua disposição. - Changbin tirou a pulseira de acesso e a colocou na mão de Max. - Suspeito ou não, ainda sou chefe da equipe que você faz parte. Deixe mais um hematoma no meu braço e eu quebro o seu, ouviu bem?



Trinquei o maxilar ao ouvi-lo mas suavizei a expressão quando ouvi uma risada fraca de Jisung.



...


Heey,

Agora sim eu posso dizer que a LB está perto do fim.

Último capítulo será o nascimento dos gêmeos (Hyunjin e Felix) e o lançamento da terceira temporada, que será fofa e leve :) Eu sei que o segundo livro não foi tão bom e eu, particularmente, lamento por ter adicionado a essa versão, mas é porque foi escrita assim... Tem valor sentimental e faz parte da construção dos personagens. Lamento que muitos abandonaram na segunda temporada :/ até pq a terceira é minha favorita.

Façam suas apostas:

A pergunta que não quer calar:

"Qual será as classificações dos gêmeos?" (Alfas, ômegas, betas ou cada um com uma classificação diferente ou sei lá.)

Estou curiosa para saber se vão acertar :)

Little Babies | Minsung | Série Little | Book 2 ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora